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— Você está com 2 meses de gravidez. — A médica disse.

     Apertei a mão de Yasmin, E agora? o que eu deveria fazer?

— Então, mamãe, nós vamos precisar marcar as consultas e fazer um melhor acompanhamento para que não haja complicações no seu parto. — Eu não sei o que fazer — Mas você precisa se alimentar bem e ter boas noites de sono, você parece estar quase desnutrida, não se permita emoções muito fortes.

— Médica, a senhora teria algumas vitaminas para recomendar? — Yasmin perguntou — Você poderia indicar um nutricionista?

      Ela e a médica começaram a conversar, mas a minha cabeça parecia estar completamente em branco, eu estou grávida desde a vez que eu quebrei a televisão, como eu pude deixar isso acontecer? Logo agora, como eu vou conseguir lidar com isso?

— Muito obrigada, vou marcar as consultas. — Yasmin agradeceu a médica e a gente saiu.

     Ela parou por um tempo em frente a recepção, conversando com a recepcionista e anotando algumas coisas em um papel e a moça fazia o mesmo. Yasmin parecia determinada, ela estava decidida, a mesma havia passado os dias muito próxima sempre fazendo questão de estar presente, tudo o que ela me disse era verdade, eu estava com medo do que eu viraria para sociedade, que o que eu era não fazia a mínima importância, nem o que eu sentia. Saber que eu machuquei Yasmin, me deixa profundamente triste, isso nunca foi minha intenção, como eu poderia machucar tão fácil quem eu amo, ela era realmente a primeira pessoa que eu tinha na minha vida toda, era por ela que eu deveria lutar por qualquer feixe de sentimento.

       Meu corpo tremeu, olhei para os pés e com as duas mãos cobri a barriga, eu não saberia como criar um filho, nunca tive uma mãe, muito menos paí, como saberia eu, criar um filho, ainda mais sozinha.

— Marquei todas as consultas e aí, a gente vem certinho, também tem uma para amanhã com o nutricionista. — Yasmin avisou.

— Yasmin, muito obrigada por tudo que você está fazendo, mas não precisa, eu não quero esse filho. — Mordi os meus lábios enquanto segurava as lágrimas. — Eu não consigo criar um filho, eu não consegui nem me criar direito.

     Ela me abraçou, e me reconfortou enquanto pequenas lágrimas vazavam de meus olhos

— Natália, você consegue sim, você não está sozinha, você tem a mim. — Yasmin disse.

— Mas, eu me afastei de você, e fiz você triste. — Falei muito baixo com a voz trêmula. — Eu ainda voltei grávida de você, como se estivesse pedindo para você criar.

— Natália, eu te amo. — Ela disse — Essa criança é uma parte sua, eu estou tão confusa quanto você, mas eu quero que você entenda que eu estou aqui, eu posso não ser quem você deseja por perto, mas sozinha você não está.

    Apertei o abraço, e deixei que as lágrimas rolassem.

     Em casa, ela encheu a banheira para que eu pudesse tomar um banho, eu separei as roupas mais confortáveis que eu tinha, e quando o banho estava pronto, eu me permiti relaxar, mesmo que eu chorasse em alguns momentos, todos os sentimentos ruins se minimizavam quando eu lembrava do que Yasmin disse.

    Eu queria entender como eu negligenciei a pessoa mais importante da minha vida, os dois meses vivendo a vida perfeita com Julian, não passavam de noites mal dormidas, falta de apetite e desconfiança. Vivi um pequeno inferno em formato confortável.

     Lavei o corpo, e saí da banheira, vestindo a roupa que eu separei, saí logo em seguida do banheiro. Tinha uma voz masculina na sala.

— Tem muitos dias que você não volta, eu fiquei preocupado. — A voz masculina disse.

— Desculpa Bruno, mas Natália veio, e eu acabei esquecendo o tempo. — Yasmin argumentou.

— Ela apareceu depois de fingir que você não existia, e você a aceitou de bom grado. — Bruno pareceu um pouco irritado.

— Eu entendo os motivos dela fazer isso, não foi muito diferente do nosso casamento, Eu sempre ir para você quando eu quebrava a cara. — Yasmin disse. — Porém, o que eu posso fazer? Não posso abandona-la, mesmo que ela tenha feito-o comigo.

     Ele pareceu sentar no sofá, pelo pequeno som, enquanto Yasmin continuava na cozinha.

— Yasmin, eu tenho medo de você quebrar a cara, você continua aceitando ela, por conta do seu amor puro, mas já pensou no dia em que ela não voltar? — perguntou seriamente.

    Yasmin parou o que estava fazendo e pareceu pensar um pouco, largou a faca.

— Eu acredito que continuaria esperando, pensando nela e nos momentos que vivemos. — Suspirou enquanto dizia — Eu não consigo, não espera-la, como poderia não esperar o amor da minha vida?

      Bruno ficou em silêncio diante desta resposta e eu fui até o quarto, precisava escrever um pouco.

     Yasmin

     Estava conversando um pouco com Bruno, ele havia vindo em minha procura.

— E se Julian aparecer atrás dela? — Bruno me perguntou — Você vai deixar ele levá-la?

— Bom, se ela quiser ir, tudo bem. — Respondi — Ela é livre, eu desejo que ela seja.

Ele sorriu para mim, estava um pouco desapontado, mas eu sabia que Bruno me entendia.

— A Filha do Julian pode nascer na próxima semana. — Falou — Então, provavelmente ele não procure Natália até lá, faça o que desejar com essa informação.

— Bruno, você sabia que ele tinha uma amante? — perguntei sinceramente.

— Realmente não sabia, o menino eu tinha visto antes mas não pensava ser filho dele. — Respondeu. — O que mais me impressiona, é o tempo que essa mulher vem estando em segundo lugar, vai saber o sentimento de cada um.

— Realmente!

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