O dia amanheceu molhado pela chuva, quando acordei Julian não estava em casa e meu corpo estava dolorido, continuei deitada na cama por um longo tempo, até ouvir batidas incessantes no portão de casa, me levantei e joguei um roupão por cima, eu estava sem nenhuma roupa e parecia muito atrevido me sacudir para atender o portão, de roupão o qual cobria tudo necessário fui até onde vinha os sons.
Ao abrir o portão me deparei com uma mulher mais jovem que eu, tinha uma pequena protuberância na barriga e julguei estar grávida, junto com si carregava umas revistas e bolsas.
— Bom dia, a senhora não estaria interessada em comprar cosméticos pela revista? — Ela disse.
— Não, obrigada, a gente não usa muito perfume e a gente já compra com outra vendedora. — Respondi não muito interessada, ao invés disso olhei para rua.
Há muito tempo, não via meus vizinhos, mas em busca de algum rosto parecido, ao outro lado da rua descia Yasmin do seu carro, ela era a única pessoa que eu conseguia ver agora, a garota qual falava comigo havia parado para prestar atenção em Yasmin também, larguei o portão, descalça e de roupão. Corri para o outro lado da rua apressadamente, sem me importar se vinha carro ou não, parada ao seu lado, pois ao mesmo tempo ela desceu do carro. Me agarrei ao seu pescoço e a apertei num abraço.
— Está tudo bem? Porque você está praticamente quase nua na rua? aconteceu algo? porque tem um curativo mal feito na sua mão? — ela me encheu de perguntas em quanto eu me concentrava em matar toda aquela saudade de um dia.
Ela respirou fundo e retribuiu o abraço e logo me encaminhou rapidamente para dentro de casa, a garota do portão havia sumido, e ao chegar na sala, eu senti que poderia tomar um sermão.
— Natália, porque a televisão está quebrada? — Talvez houvesse um certo tipo de preocupação — Você quebrou a televisão com a sua mão, Natália? — Ela estava um pouco com raiva, um pouco preocupada, totalmente um pouco de tudo.
Desde que vi ela, não havia dito uma palavra e talvez eu estivesse envergonhada por isso, não porque eu tinha ciúme do meu marido, mas sim porque eu me sentia uma boba em acreditar que ele realmente me respeitaria, como sua única esposa e mesmo que eu amasse Yasmin, eu nunca rebaixaria ela ao nível dela dormir na cama dele, nunca que eu me concentraria em ter com ela o que eu não tinha com ele, até porque se fosse para ter ela, eu teria tudo, tudo e mais um pouco. Agora, ela me olhava em busca de uma resposta, e pensei que por um segundo fosse melhor a gente se afastar, eu, uma pessoa completamente destrutiva e Yasmin, uma pessoa que merecia a paz e a tranquilidade de aproveitar um amor em uma vida tranquila, mas isso não era o que ela queria, vendo que ela está aqui na minha frente, alternando entre preocupação em raiva, ela não queria um amor numa vida tranquila, ela queria um amor tranquilo numa vida.
— Descobri quando voltei que Julian trouxe a amante dele aqui para casa — e se ela me achasse completa maluca por achar que uma indireta num programa de televisão era para mim? — Ela esteve aqui, usando as minhas coisas e comendo minhas ameixas, pode parecer loucura, mas ela está grávida, carregando um filho de Lucian, quando descobri, eu fiquei com tanta raiva que eu quebrei a televisão e cortei a mão.
Ela me abraçou e acariciou os meus cabelos.
— Como você descobriu a gravidez dela?
— Um programa de televisão — ela riu — acho pouco provável que exista alguma outra mulher na mesma situação que eu, Julian não come ameixas, até onde eu saiba, e quando eu cheguei não tinha as ameixas que eu deixei.
Ela assentiu e continuou acariciando meus cabelos.
— Estou do seu lado, sempre, em qualquer decisão e escolha que quiser fazer, eu vou te apoiar. — Me surpreendeu, o tom na sua voz parecia triste.
Deixei que ela me regasse de carinho, me senti uma plantinha crescendo, ali recebendo seu amor, eu tive certeza que não havia nada melhor no mundo do que estar em seus braços. Caímos sobre o sofá e continuamos agarradinhas aproveitando o bom tempo frio que fazia.
— Você não acha que seria bom vestir uma roupinha? — perguntou de forma debochada.
— Ah é, estou sem roupa, mas eu estou em casa. — não havia lógica para mim.
— Sim, está, mas se você pegar um resfriado, provavelmente vai ser difícil te visitar
Rapidamente fui atrás da roupa mais quente que eu tinha, e me vesti. Nós passamos a tarde inteira juntas, e eu acabei por pegar no sono antes dela ir embora.
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Atualizado até capítulo 44
Comments
Maria Andrade
autora atualiza estou ansiosa pra ver o desenrolar dessa história
2024-01-29
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