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O domingo havia chegado, era um domingo incomum, eu não iria a missa, meu marido não estava em casa para que eu lhe fizesse um farto almoço, não teria que aguentar os elogios da minha sogra. Eu me sentia ansiosa desde a sexta feira, meu estômago parecia ter um buraco fundo e frio, e parecia ter dezenas de borboletas passeando por ele.

Yasmin veio me buscar em casa, ela vestia um vestido rodado florido com a cor em sua maioria rosa, tinha nos pés saltos pequenos brancos, e nas orelhas levava um par de brincos em formato de rosa, assim que eu a vi, meu coração pareceu saltar, e engoli seco.

— Você está bonita! — elogiei-lhe com a voz baixa.

Ela sorriu para mim, enquanto esperava eu sair de casa.

— Nós podemos ir? — Disse sorrindo ainda — Meu marido viajou, por isso vim cedo, pensei que poderíamos passar um tempo juntas além de apenas pintar o quadro.

Essa era uma das minhas características favoritas nela, mesmo que Yasmin fosse fechada, ela não poupava em demonstrar o que gosta, ela sempre esteve receptiva a ler meus pensamentos (quem sabe) e reproduzi-los em palavras.

— Ah sim! vamos.

Ao aconchegar-me no carro, eu notei que este levava o seu cheiro, uma fragrância refrescante, ele era confortável, um carro simples, mas para mim ele continha a maior luxúria do mundo, ou talvez o maior tesouro.

— Sabe, eu estive nervosa a semana toda, parece até loucura. — concentrada no caminho.

Eu disse que ela facilmente leria os meus pensamentos.

— Oh! Eu também, parecia que o meu estômago tinha um buraco de gelo. — Obviamente eu omiti as partes das borboletas.

Agora, eu tinha uma nova imagem dela na minha mente, seu corpo levemente tenso ao banco, com as mãos no volante, mãos essas que eram firmes, delicadas e experientes, as unhas, coloridas levemente de verde, os lábios, salpicados com pouco batom, o cabelo preso em uma trança. Talvez, eu esteja gravando mais detalhes dela do que eu deveria.

— Seus brincos são bonitos. — Elogiei — Parece até que você que fez.

Eu tenho que ser boa nos elogios.

— Uma amiga minha que fez, ela tem uma joalheria, aí ela cuida das linhas principais, mas esse não chegou a ser vendido, pois ela fez apenas esse.

O que foi isso? Opa, opa, que sentimento é esse no meu coração, de repente, eu achei o brinco mais feio do mundo.

— Você tem muitos amigos? — A gente tem que saber onde pisa.

— Não, não consigo fazer muitas amizades, mas ela, Cecília, estudou comigo durante todo o período escolar, foi minha amiga por anos, até eu conhecer o Bruno.

— Como você conheceu ele? — eu estava curiosa, se ela não tinha muitos amigos, como poderia estar casada aos 23?

— Bom, eu tenho um pseudônimo para poder vender minhas obras, e mesmo que eu tenha este, eu sempre estou no meio de exposições, sempre quero ver as tendências, antes quando morava com meus pais, eu saia escondida, e em uma dessas eu conheci o Bruno.

— Que clichê! — Eu exclamei, o suficiente para ela rir — Parece que Millena escreveu isso!

— Mentira que você também lê as histórias da Millena. — ela parecia em choque.

— É, quase isso...

— Chegamos!

Ela havia estacionado em frente à uma casa, de ladrilhos verde claro, com uma porta branca, e um quintal que comportava um piscina média. Uma casa bem bonita, parecia aconchegante morar ali.

— Bem, está não é minha casa, casa, onde moro com Bruno, mas é aqui que eu pinto, é uma casa só minha, não tem muitos vizinhos, e é bem tranquilo.

— É uma casa bem bonita, deve ser bastante aconchegante e sossegada.

— Ela é, vamos, vou te mostrar lá dentro.

Nós entramos, ela me apresentava cada detalhe da casa com o maior cuidado, mostrou me cada canto, seu ateliê, seu quarto, um quarto de hóspedes, o banheiro na sua suite, o banheiro para os convidados, a cozinha, área do churrasco, piscina e faltou apenas o porão, que ficava aos fundos da casa, junto ao seu pequeno jardim de rosas.

— Vamos entrar na piscina? — Ela perguntou — Está um pouco quente, então a gente pode se refrescar para eu poder pintar o quadro com calma.

Não tinha como eu negar, mas eu não sabia que haveria uma piscina, não tinha levado roupa.

— Você não trouxe roupa, não se preocupa, a vizinhança está vazia, então eu te empresto uma calcinha e um sutiã pois eu também estou sem biquíni aqui. — Ela disse antes que eu pudesse pronunciar a falta das peças de roupa. — Aí quando der onze horas a gente entra, pois o culto acaba essa hora.

Eu apenas assenti, Yasmin tinha poucas palavras e mesmo assim me deixava sem as minhas, eu não havia pensado direito, estava envergonhada em ficar quase sem roupa na sua frente, quando vi já estava no banheiro, com uma calcinha e um sutiã em minhas mãos. Tirei as roupas, dobrei elas delicadamente e coloquei aquele conjunto e saí do banheiro.

— Onde eu posso pôr minhas roupas? — Gritei a pergunta para que ela ouvisse.

— Põe em cima da minha cama, tem uma toalha, aí você pega. — respondeu de volta.

Entrei no quarto alheio, e eu tive certeza que aquela casa era o paraíso, todos os cômodos tinham o cheiro dela, talvez eu devesse me internar alí, pois eu já estava viciada.

Botei a roupa, perto da beira da cama e peguei a toalha, fui para a piscina na área externa. Yasmin estava sem os brincos nas orelhas, seu cabelo estava solto, e ela repousava perto da piscina em cima de uma toalha, com os peitos espremidos em um sutiã, e uma calcinha bem justa, porém não apertada.

— Vamos entrar na piscina? — Me perguntou — ficou muito bom o conjunto em você, está bem bonito!

Essa mulher estava me enlouquecendo.

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Comments

Pão com mortadela <3

Pão com mortadela <3

tô amandooooo😍😍😍😍

2025-01-01

1

wei wuxian

wei wuxian

vou dormir feliz agora /Smile/

2023-12-20

5

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