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Yasmin

   Natália estava em um estado deplorável na minha frente, mesmo com muito tempo sem ver seu rosto, aquilo despedaçou meu coração, eu a amo, mas ela parece não sentir o mesmo por mim, e quando eu acredito poder deixá-la, ela reaparece me desconfigurando e me levando ao céu e ao inferno.

   A abracei e a coloquei para dentro, ela chorava e tremia muito, suas mãos estavam vermelhas assim como seus olhos, dentro de casa a acomodei no sofá e lhe entreguei um copo de água, sentei ao seu lado enquanto a observava.

— Você não vai perguntar nada? — Sua voz estava um pouco ruim.

— Não tenho o que te perguntar, você vai e vem quando quer, é um privilégio te ter sentada neste sofá. — Eu realmente estava magoada. — Só me procura quando tem problema com o seu marido.

— Você em contra partida nem me procura. — Disse com desdém.

— Não te procuro? — Perguntei retóricamente — Nos últimos dois meses, eu liguei para sua casa e você nunca atendeu, fui lá pessoalmente e você nunca esteve disposta a atender. — Natália ficou em silêncio depois dessa fala. — Eu realmente te amo Natália, eu não estou brincando, você não tem noção do quanto rasga meu coração, sempre te ver chorando, ver você preferir seu marido porque com ele você pode ser aceita na sociedade.

— Eu também te amo. — soltou o copo na mesinha e segurou meu rosto.

— Você me ama quando? — Perguntei.

— Como assim?

— Você me ama quando? — repeti — Quando eu sirvo para secar o seu choro e você brevemente sonhar comigo? quando você vem buscar abrigo do seu marido ridículo? Ou todos os dias, Natália?

     Ela permaneceu em silêncio em quanto olhava nos fundos dos meus olhos.

— Natália, eu Yasmin, te amo todos os dias, do meu sonho ao meu adormecer, acordar todos os dias e não ser seu rosto a primeira coisa que eu vejo, me dói, não ouvir música ao seu lado, não ter uma aliança nossa em meu dedo, me faz acreditar que eu era mais feliz antes de te conhecer.

— Mas eu não posso simplesmente largar tudo por sua causa. — explicou — eu não posso me relacionar com você só porque você quer!

— Você realmente não pode, mas o que você vai largar? Você não tem nada, eu sou a única pessoa que largaria tudo nesse mundo por sua causa. — Falei, eu estava chorando. —Eu sou quem quer te ver mais feliz no mundo, mesmo que isso me destrua, te ver triste é o mesmo que eu não poder pintar mais, o declínio de um artista.

     Me levantei, com ela me observando.

— Você pode ficar, o tempo que precisar, eu só peço que não me confunda, não aguento mais esses machucados.

— Porque você me quer? — Perguntou — O Bruno é um marido tão bom, perfeito, ele te respeita, ele te ama.

— Eu te amo, Natália, o que você ainda não entendeu, eu amo uma mulher, não um homem. — respondi, ao notar o seu silêncio. — Vou comprar algo para você comer, toma banho, veste algo confortável e em breve eu retorno.

      Busquei minha bolsa e sai, deixando Natália em casa, dentro do carro procurei dirigir para um lugar próximo, afim que não demorasse muito. Natália estava diferente, tanto de aparência quanto de personalidade, seu corpo parecia fraco, seu rosto pálido e grandes olheiras no rosto.

Encontrei uma pensão que vendia quentinha, o local estava com uma considerável quantidade de pessoas, fui ao balcão pedir uma quentinha, eu não tinha nenhuma intenção de continuar próxima de Natália, isso me doía, mas ela parece nunca ter me visto como algo mais que um passa tempo enquanto estivesse brigada com Julian. Depois de um longo tempo de espera, a moça trouxe o almoço, agradeci e paguei.

Do lado de fora, próximo a pensão, tinha um outdoor, grande com um anúncio de uma exposição, que por algum acaso era minha, e nesse estava escrito grande, "artista vai se revelar." Dois meses atrás eu pensava em revelar a minha real identidade, mas Natália havia minado qualquer tipo de possibilidade.

Já em casa, na sala ela não estava, dei uma olhada nos outros cômodos e a encontrei no banheiro, ajoelhada em frente a privada enquanto vomitava. Segurei seus cabelos, e comecei a acariciar suas costas, quanto ela terminou, se recostou na parede e apertou fortemente os olhos. Quando me olhou pareceu infinitamente triste, ele tinha uma feição misturada, tristeza, desgosto e decepção, não havia nenhum traço feliz em sua face, então automaticamente eu pensei.

— Você está bem? — Perguntei — O que você tem?

Ela começou a chorar freneticamente, e me abraçou, ela começou a me apertar tão forte que parecia que ela havia treinado boxe por um ano, ela chorava alto, muito alto.

— Eu acho que estou grávida...— disse isso, um pouco sufocada, sua voz era abafada pela minha roupa e sua voz parecia quebrada.

— Isso é bom? — Perguntei — É bom, certo?

Ela chorava muito mais, e eu? Eu estava muito chocada com essa informação, eu não sabia o que fazer, então apenas fiquei com ela, no chão daquele banheiro até que ela parasse de chorar.

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Comments

Gabriela Pereira

Gabriela Pereira

Uma gravidez agora só vai deixar ela mais perdida ainda.

2024-05-31

0

Ana Faneco

Ana Faneco

história maravilhosa continuaaaaa

2024-02-16

5

Maria Andrade

Maria Andrade

e Natalia agora lascou, vc quebrou o coração de Yasmin e pra piorar está grávida deste marido escroto. agora e tentar se acertar com Yasmin 😍

2024-02-15

1

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