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    Os quadros eram um pouco pesados, mas além disso, eles me pareciam delicados, então em duas partes, para não me machucar e não danificar os quadros, eu arrastava eles cuidadosamente para o ateliê, Yasmin estava toda suada e cansada, e eu não entendia o porquê dessa arrumação que ela estava fazendo, até notar no ateliê. O quadro, que era a minha pintura, estava centralizado no local e o divã havia sido posto em baixo da lâmpada, trazendo um contraste, ao colocar o último quadro em algum canto do ateliê, Yasmin se virou para mim.

— Eu acredito que a luz em cima vai valorizar a suas curvas e dar um contraste com as sombras. — Disse, Yasmin era uma completa artista e eu sentia isso apenas de a olhar. — Se você não andasse por aí me seduzindo, eu poderia terminar a sua obra.

    Ri, ironicamente Yasmin parecia estar certa mais só parecia mesmo.

— Se você soubesse que vem me seduzindo a mais tempo, entenderia o quão difícil é deixar de te persuadir. — respondi, ela gargalhou.

— Vem, vamos fazer algo.

— Vamos terminar o quadro? — Perguntei

— Não, não, deixa para depois, você não vai fugir mesmo. —riu

    A tranquilidade de Yasmin era uma coisa que me surpreendia, ela parecia não ligar para muitas coisas, um exemplo é que enquanto na missa muitas esposas saiam a procura de outras para conversar e deixar o marido a solta, Yasmin estava grudada em Bruno, enquanto ele conversava com seus amigos, parentes e padre. Até mesmo ter um estilo tão sofisticado.

— Olha, está chovendo. — Disse quando chegamos na sala. — Vem.

    A puxei, iríamos tomar banho de chuva, saímos pela porta de madeira escura, e fomos para os fundos onde havia o quintal, nos começamos a pular, dançar e rir, em baixo da chuva, o seu sorriso ecoava na minha mente e ela não havia escondido ele de mim por nenhum segundo, a sua voz era a única melodia necessária para a gente dançar, ali na chuva, aquela chuva gelada com os pingos médios, eu a beijei, segurei em seu rosto e juntei nossos lábios, as minhas borboletas não paravam, mas eu senti algo mais, uma leve ardência no coração, e eu travei, nos afastei e olhei no fundo dos seus olhos, com os lábios vermelhos e o cabelo caindo perto dos olhos, eu vi nos olhos castanhos dela, que tudo era igual, nos estávamos no mesmo nível, então a abracei.

    Voltamos para dentro, nos despimos e entramos na sua banheira.

— Agora, a gente tem que tomar cuidado para não ficarmos resfriadas. — Ela sorriu enquanto, molhava os ombros.

— Não é chuva de resfriado não, não se preocupe.

— E você é médica agora? — Fez a piada e parou. — Acho que o certo não é medica. — explodimos em risada.

    Compartilhar momentos assim com Yasmin me fazia bem, mas algo me incomodava, bem no coração, essa vontade muito irresistível de falar para ela, mas eu guardei. Sem perceber eu já a encarava a tempos.

— Vou pegar uma toalha e uma roupa para você. — Saiu da banheira.

     Me pareceu chateada por um momento. Eu já nem sem que horas são, se a chuva piorou, se a noite já caiu lá fora, mas eu me preocupei, quando voltou vestida em um roupão, com a toalha na mão, Yasmin pareceu triste, mas ela não me contou e eu nem a pressionei, então, depois de secas, apenas nos deitamos de baixo do edredom, e ouvimos a chuva cair do lado de fora, agarrada ao seu corpo, eu pude ter certeza que não havia algo melhor no mundo, me aninhei a ela, e senti suas carícias em meus braços, peguei no sono.

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Comments

Pão com mortadela <3

Pão com mortadela <3

tô amandooo

2025-01-01

2

Maria Andrade

Maria Andrade

autora essa sua história e ótima, parabéns atualiza mais

2024-01-04

4

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