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    Ao chegar em casa me deparei com a minha sogra no sofá me aguardando, era por volta de de umas quatro horas da tarde, não me permiti estar com raiva, imaginei que Julian havia dado a chave da casa para ela, isso era bastante injusto mas eu não poderia desperdiçar a tarde maravilhosa que tive com essa mulher que nem gentil comigo fazia questão de ser.

— Finalmente apareceu! — Debochou assim que entrei em casa.

— Deve ter dado tempo o suficiente para você fuxicar o que quis aqui dentro — Respondi.

     Ela pareceu não se incomodar com o comentário, tirei meus sapatos e fui até a cozinha beber um copo de água.

— Com quem estava até essa hora? — Perguntou me seguindo — Não esqueça que é uma mulher casada e deve se dar ao respeito.

— É você mesmo sendo viúva parece não ter nenhum, por favor, pare de encher a minha paciência e corre para o telefone para reclamar de mim pro seu filho. — Respondi a altura.

   Renata era uma pessoa inexplicável, sabia que ela não era a favor do meu casamento com seu filho, mas ela podia ser ao menos gentil.

— Quando meu filho souber que me trata assim, ele vai te ensinar uma lição pra você aprender a me respeitar. — ouvi-a reclamar e engoli a água.

— Seu filho? Seu filho vai me ensinar uma lição? — Perguntei retóricamente — Seu filho vê você ser completamente sem noção, desrespeitosa e inconveniente comigo e não faz completamente nada, eu cansei de você!

   Renata era alguém por quem eu mantinha respeito, por ser mãe de Julian e por ser mais velha do que eu, como a minha mãe havia morrido cedo, eu achava muito lindo e importante vínculo de mãe e filho, mas ela enquanto eu estivesse presente não me dava um segundo de paz, mas eu cansei.

   A peguei pela mão e a levei até a porta da frente.

— Por favor, vai embora, aparece quando seu filho tiver aqui, porque eu sozinha não aceito ser destratada por você.

    Ela me olhava de forma incrédula como se eu tivesse acabado de cometer um grande crime, ela estava indignada mas nada eu poderia fazer, e assim ela foi embora indignada. Com a saída da minha visitante, liguei o rádio, na minha pele ainda estava vivíssima a sensação de estar com Yasmin, seus beijos, seus toques e suas palavras, agora, mesmo longe eu me sentia no céu.

        Yasmin era uma pessoa indescritível, mal posso esperar para vê-la, me deitei ao sofá e muito baixo ouvia o telefone da casa tocando, mas por mim que ele explodisse, um tempo depois me enviei a banheira, para um longo banho relaxante com sais e espuma.

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— Foi muito desrespeitosa a forma que tratou a minha mãe e não atendeu minhas ligações. — Julian havia acabado de chegar da sua viagem e sua primeira reação foi reclamar comigo. — O que está acontecendo com você, Natália? você não é assim.

     De fato, mesmo que soubesse da minha personalidade calma ele não era capaz de se lembrar que paciência tem limite, mas eu não estava afim de me estressar, este era o 3° dia que eu não via Yasmin isso estava mechendo comigo, mas eu não queria parecer grudenta. Sacudi a cabeça.

— Julian, eu realmente segurei de mais, me esforcei o suficiente para continuar aguentando sua mãe fazendo piadas e sendo incoveniente comigo, mas paciência tem limite. — Lhe disse — Ela me destrata diversas vezes na sua frente e você não diz nada para me defender, agora que uma única vez eu a tratei da forma que ela merecia você tá vindo com dois pedregulhos para cima de mim, por favor, viu.

    Eu estava completamente despreocupada, Julian se silenciou por um minuto, parecia estar refletindo sobre algo. O telefone tocou e eu corri para atender.

— Alô? — meu coração estava rápido.

— Oi, Natália, quer ir em uma exposição comigo? — Ao ouvir sua voz do outro lado da linha, eu senti que poderia desfalecer. — Vai ser hoje a tarde, você pode me encontrar aqui no ateliê.

— Eu quero sim, Julian acabou de chegar mas eu acho que ele vai visitar minha sogra, então nos podemos ir. — Julian acabou de me olhar desconfiado.

— Então, você pode chegar aqui por volta das uma?

— Posso sim, vou me arrumar. — Desliguei.

   Julian ainda não havia caído na real, como eu poderia dispensar um tempo livre com meu marido que havia acabado de chegar de viagem.

— Vou sair com Yasmin, então se você quiser alguma comida fresca você pode ir até a casa da sua mãe. — eu poderia estar sendo um pouco cruel — Dessa vez, não haverá nenhum tipo de substância na comida.

    Fui me arrumar, tomei banho, passei hidratante, coloquei perfume e pus um vestido florido rosa com uma sapatilha branca, peguei uma bolsa branca também e sai de casa com meu carro, Julian não se encontrava em lugar nenhum da casa, entao eu saí.

    Ao chegar no ateliê, chamei na entrada e pouco tempo depois Yasmin veio abrir para mim.

— Vem, entra um pouco, estou terminando umas coisas e Jajá a gente saí. — me puxou para dentro e me conduziu até a sala.

   Sentei no sofá e fiquei observando ela ir de um lado para o outro com grandes telas. Eu estava imaginando que ela havia me convidado apenas para ajudá-la, mas não me importava muito qualquer pouco tempo com ela era um grande tempo para mim.

— Pode me ajudar a arrumar? — Sorriu

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