^^^ Bruno^^^
Julian estava desesperado atrás de Natália, já eram 10 horas da noite e ela não havia aparecido, e consequentemente Yasmin também não.
— Você pode por favor falar com a sua esposa? Eu estou preocupado, Natália não é de fazer essas coisas. — Ele tinha uma voz confusa ao telefone, eu não sabia identificar exatamente o que ele queria me passar.
— Já falei com Yasmin, ela disse que em breve Natália estará em casa, elas pegaram um trânsito e então vão demorar um pouco. — Menti, eu sabia desde a primeira vez que vi Natália que ela era exatamente o que Yasmin procurava.
— Qualquer notícia, me liga por favor. — Pediu e eu lhe dei um até breve e desliguei o telefone.
Me casei com Yasmin mesmo sabendo que ela não poderia nunca me amar, me ver como a pessoa que ela estará satisfeita em passar sua vida toda, eu super entendia, mas eu havia me apaixonado genuinamente por ela, eu não podia deixar ela continuar presa as amarras dos familiares, eles a privavam de ser ela mesma, de usar suas roupas coloridas, de pintar seus belos quadros, de poder ser quem era. Então, eu a propus em casamento com a simples convenção de que ela poderia viver do jeito que quisesse, publicando suas artes, sem precisar me amar, sendo unicamente verdadeira comigo, e a gente tinha sim um envolvimento, ela me via como alguém de quem precisava, alguém bondoso para ela e eu a via como meu tudo, nossa única promessa de casamento seria divorciar assim que a gente achasse a pessoa certa.
Mas eu a vi, com os olhos brilhantes, fazendo os quadros mais expressivos, cantarolando, sorrindo e também a vi, chorando, cabisbaixa, quieta e fazendo os quadros mais tristes possíveis e em principal, eu vi a silhueta feminina que ela pintou. Eu imaginava o porquê ela não teria pedido o divórcio, e isso doía em meu coração, desde sempre esteve refém das circunstâncias e agora não era diferente. Eu não entendia isso como traição, afinal ela nunca esteve apaixonada ou me amando, então apenas me conformei.
Fui tomar um banho para tentar relaxar um pouco, a casa estava silenciosa, durante o banho, eu não deixei de pensar o que seria de mim sem Yasmin, mas eu também não deixei de pensar o que seria dela sem a pessoa que ela ama, talvez esse seja o motivo do amor ser tão triste.
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^^^Natália^^^
Quando eu despertei, Yasmin dormia pesado, estava com o rosto cansado, pela janela de frente para a cama, eu notei já ser de manhã, me assustei um pouco, talvez Julian estivesse me procurando, mas eu espantei os pensamentos e acariciei os cabelos de Yasmin, ela provavelmente estava lidando com muitas coisas.
— Que horas são? — Perguntou com a voz fraca, eu sorri, então era assim que ela falava ao acordar.
— Eu não sei, mas suponho que seja de manhã. — respondi.
— Você está em apuros? — perguntou em relação ao meu marido.
— Eu acho que estou em um sonho. — respondi e notei um sorriso em seu rosto.
— Já de manhã você me vem com seus galanteios criativos. — Virou para o lado oposto do meu.
Circulei seu corpo com os meus braços formando uma conchinha.
— Você é manhosa assim todas as manhãs?
Por um segundo ela pareceu estar brava, gargalhei.
— Isso é culpa sua viu, olha só, se apossou da minha cama, do meu coração e eu tenho que ficar esperando uma sorte do universo para a gente poder acordar assim.
— Então, a culpa é mútua, você entrou no meu coração primeiro. — respondia rápido.
Nós duas estávamos envergonhadas não poderia negar, então a abracei mais forte, de qualquer forma a qualquer momento ela poderia fugir dos meus braços, então decidi estar parada ali com ela, o maior tempo que eu conseguisse.
— Vamos tomar café, eu estou com fome. — Disse, ela parecia cansada.
Levantamos e fomos em direção a cozinha, estive em seu encalço observando tudo que fazia, desde o suco a sua única xícara de café, movimentos ágeis e leves, então colocou tudo na bancada e e se sentou para que pudéssemos comer, o café foi em silêncio, mas nossos olhos sem encontravam de vez enquanto, eu mastigava o mais lento possível e sempre pequenos pedaços, eu não queria que acabasse.
— Preciso comprar telas novas. — Falou em meio o silêncio.
— Você anda pintando o bastante, aquele dia eu te ajudei com várias telas. — Falei surpresa.
— É, eu preciso de tintas também, andei bastante inspirada, vou levar alguns para o porão da minha casa, vou precisar embrulhar. — Falou.
— Eu te ajudo, mas você vai publicar eles? — Perguntei curiosa. — Se tiver algum que você não vá publicar você pode me dar?
Ela olhou nos meus olhos surpresa e foi até o ateliê, retornando segundos depois com uma tela pequena, era bem bonita, mas eu sentia que não podia entende-la ainda. Eu sabia em qual local da minha casa ela ficaria.
— Muito obrigada! — Agradeci lhe dando um abraço.
Ela sorriu, talvez um dia eu possa entender o quadro, durante o resto da manhã e o início da tarde, eu ajudei Yasmin a embalar os quadros, tais que ela não me deixou ver, colocou papel por cima e pediu apenas que eu embrulhasse com plástico bolha. Assim eu fiz, ao final colocamos uns em seu porta malas e outros no meu, para que não danificasse alguns.
Foi um ótimo momento durante a manhã, eu não precisei me importar com outras coisas além de me esforçar para ajudá-la, ela estava calada, mas eu mostrei que eu estava ali.
Depois de toda a ajuda, trocamos de roupa e fomos em direção a sua casa, cada uma em seu carro, não a perdi de vista e em pouco tempo estávamos paradas em frente a sua casa.
— Está quase acabando o trabalho. — disse a piada.
— E qual será a forma de pagamento? — Segui na mesma linha.
— Que tal, um monte de beijos? — Perguntou.
— Hum, vou pensar. — Fiz a difícil.
Ela riu um pouco e nos continuamos a mover os quadros, tirando do porta malas e levando para dentro da casa, uma casa bastante bonita por sinal, quando acabamos, ela me serviu um copo de água e me deu um abraço.
— Você deve estar cansada. — Falei e senti sua respiração no meu pescoço e ela apenas assentiu. — Tenta descansar um pouco, eu vou para casa e mais tarde eu te ligo. — Ela merecia um pouco de paz.
Assentiu ainda no meu pescoço e depositou ali, um pequeno beijo, envolvi seu corpo em um abraço forte e assim que soltamos eu me despedi e fui para casa.
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^^^ Yasmin^^^
No momento que Natália saiu pela porta, eu desabei, Bruno apareceu na cozinha e a minha única reação foi pedir seu ombro para que eu pudesse chorar. Natália não sabia mas o meu sossego era ela, e em contrapartida ela também o tirava, mas fazer o que se eu não mando no coração?
— Desde quando você sabe? — perguntei para Bruno.
— Desde a primeira vez em que vocês se viram, eu sabia que ela era o que faltava em você e pelo básico, também falta você nela.
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Atualizado até capítulo 44
Comments
Cleidiane Silva dos Santos
amando 😍😍😍😍
2024-11-06
0
que história linda 😍
2024-03-25
5
Maria Andrade
gente que história boa, essa parte do Bruno saber me surpreendeu, que bom porque elas vão precisar de aliados não vai ser fácil pra elas viver esse amor
2024-01-13
1