15

    As coisas com Julian estavam melhores, ele era mais presente, me levava para passear, comer, sempre me escutava, e nunca mais eu havia ouvido menções sobre traição, Já haviam passado meses, para ser exata uns três, nesses dois meses eu não vi Yasmin, a fraqueza do meu casamento era eu estar apaixonada por uma mulher e logo após deixar de vê-la eu não me sentia mais insegura, e muito menos apaixonada.

    Desci as escadas, e o ouvi falando no telefone.

— Fala para ele passar lá na empresa. — Falou baixo, bem baixo. — Calma, meu bem, eu vou te ver assim que der, eu sei que a nossa filha vai nascer, vou levar uns presentes.

      Meus olhos começaram a encher de lágrimas, subi as escadas e sequei os olhos, desci de novo cantarolando alguma música alto, ele largou o telefone.

— Já vai ir? — Perguntei.

— Vou sim, até mais tarde, meu bem! — Beijou meu rosto, recolheu suas coisas e saiu.

Me despedacei, sentir quebrar, apenas me encolhi e comecei a chorar, minha cabeça chegou a doer, eu não conseguia raciocinar, eu senti uma ânsia muito grande e vomitei no chão, meu corpo estava doendo e o gosto amargo na boca intensificava todas as sensações, perdi a noção do tempo até ouvir a campainha. Fui atender e era aquela mesma mulher dos cosméticos, eu olhei bem para o seu rosto e analisei sua barriga, fechei a porta na cara dela.

Eu preciso me libertar de Julian, fui ao quarto, arrumei o máximo das minhas coisas em malas, e procurei a melhor roupa, tomei banho e as vesti, coloquei as melhores jóias e saí de casa com as malas, joguei-as dentro do carro e me coloquei a dirigir, eram por volta de onze horas da manhã quando cheguei na empresa. Não fui anunciada nem nada, subi o elevador e fui até o andar da sua sala, a secretária ficou tensa ao me ver, coloquei o indicador em frente a boca sinalizando que era melhor seu silêncio.

Ao entrar na sala, tudo parecia uma pequena reunião, onde tinha um pequeno jovem sentado ao meio, essa criança parecia ter seus seis, sete anos, Julian parecia feliz ao vê-lo, mas logo perdeu a felicidade ao me ver na sala.

— Natália? — Arregalou os olhos e engoliu a seco. — O que você está fazendo aqui?

— Vim te visitar. — Falei — Ou não pode? — Perguntei em seguida. — Parece que apresentou outra mulher como sua?

Quando eu entrei na sala, tinham três homens, e todos estes pareciam estarem chocados ao me ver.

— Esse é seu pequeno herdeiro? — Perguntei olhando para o menino.

A criança estava curiosa, mas parecia não ter gostado de mim, ele era igual a Julian, sua fisionomia era tão parecida.

— Natália, a gente precisa conversar!

— Agora? — Falei alto. — Agora, você quer conversar, eu te dei todas as chances, e você levou essa criança mais a mãe dela para dentro da minha casa. — Gritei.

— Você não entende, Natália! — Falou entre os dentes, seu rosto ganhava coloração vermelha.

— Quantos anos ele tem? — Gastei o último pingo da minha sanidade. Vi ele parecer arrumar desculpa. — Só me responde sinceramente quantos anos ele tem?

— Seis!

— Seis anos, Julian! — Gritei bem alto afirmando. — Você casou comigo, tendo um filho recém nascido e você fez questão de esconder ele de mim, e ainda engravidou outra mulher denovo.

— Não fala alto deste jeito, isso não é coisa para ele ouvir.

— Foda-se, o filho é seu, se ao menos eu soubesse da existência dele antes disso tudo. — Falei. — Você é um irresponsável, você acha justo com esse garoto? Ver o pai dele em migalhas de tempo, não receber uma educação direito, você falhou como marido, como pai e como homem, você não é alguém que merece respeito.

Agarrou meu ante braço.

— Você não deve falar comigo assim, você não é ninguém além de ser minha esposa para falar isso para mim, abaixa o seu tom de voz.

— Olha só, você realmente sempre foi quem você é, só eu que fui boba e me agarrei nestes pequenos momentos em que você foi gentil, nesses momentos em que você foi a pessoa que eu sonhei. — Falei, minha voz estava trêmula — Mas acabou, você pode assumir esse filho, e a sua mulher de não sei quantos anos, vai ser feliz e me esquece, eu não quero nunca mais ver a sua cara, mas eu espero que para a felicidade dos seus filhos você possa ser um homem de se ter orgulho, seu merda!

Soltei meu braço e fui embora. Entrei no carro, completamente transtornada, estava fora de mim, meu coração batia rápido e minha respiração estava descompassada, abaixei a cabeça e senti meus lábios tremerem, apertei com força o volante e antes de esperar que ele viesse atrás de mim, dirigi até a casa de Yasmin, ela era a única pessoa que eu conseguia pensar neste momento, ela era a única que existia assim para mim, mas eu tinha medo da sua reação.

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Comments

Katia maria Costa

Katia maria Costa

eu também

2024-10-30

0

Gabriela Pereira

Gabriela Pereira

Eu achando que o safado tinha um caso com o Bruno

2024-05-31

0

Maria Andrade

Maria Andrade

autora querida atualiza vai não demore estou ansiosa por mais

2024-02-13

5

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