Capítulo 17. O chamamento

           GAIA NARRANDO

 meu dia estava indo muito bem, por algum motivo o Varnnever decidiu que não teria treino hoje, ele disse que eu deveria descansar, como se eu estivesse cansada. A feiticeira Wanda já tinha ido embora, fazia algum tempo, mas de repente ela voltou, parecia muito, mas muito preocupada, eu diria desesperada na verdade, ela sequer bateu na porta, entrou do nada nos surpreendendo a todos.

— General Varnnever! O rei exige a sua presença no castelo imediatamente — A feiticeira Wanda falou com desespero em seus olhos.

— O que aconteceu? — Varnnever perguntou

já parecendo meio apreensivo.

— O livro das sombras foi roubado hoje cedo. Os guardas que protegiam a entrada de onde o livro estava sendo mantido disseram que foi a rainha das bruxas — A feiticeira Wanda respondeu.

Uma forte brisa invadiu a casa chamando a minha atenção, virei o meu rosto para o lado de onde sentia que vinha, e estranhamente, notei que ela vinha do corredor que levava até o meu quarto, aquela brisa parecia magnética e atrativa, senti um forte interesse em ir até lá para saber do que se tratava, a sensação que me invadiu no momento era tão forte que não consegui nem ao parar pra pensar, perdi até mesmo a noção do que o Varnnever, a Amara, a Zafira e a feiticeira Wanda estavam conversando.

Me levantei ainda com os olhos fixos no corredor, e me afastando dos demais caminhei até lá, segui andando calmamente pelo corredor sem ter a mínima noção do que estava fazendo, parecia estar hipnotizada e sendo controlada. Quanto mais perto do meu quarto eu ficava, mais o som daquela brisa parecia trazer uma voz chamando por mim.

Cheguei ao meu quarto no mesmo estado, e só quando me virei de frente para o espelho foi que eu recuperei a consciência, fiquei confusa sem entender nada de como cheguei ali, não estava me lembrando, tudo o que eu consegui fazer foi franzir a testa em resposta à minha confusão, pois quando eu ia me questionar em voz alta, a brisa soprou novamente e o espelho a minha frente se ofuscou e ficou branco, um branco total, nem a minha imagem refletia mais.

Só se via o imenso branco, parecia até um papel, mas pra ser sincera eu acho que nem mesmo o papel é tão branco assim, não se via nada, além do vazio branco. Fiquei muito mais confusa ainda, não era nada normal aquilo acontecer, me aproximei mais do espelho e vi... algo, parecia ser alguém, e estava vindo até mim.

Estendi a minha mão para tocar o espelho, o ser que estava lá, o que quer que aquilo fosse, também colocou a mão sobre o espelho, constatei que era uma mulher, senti uma sensação de familiaridade, ela queria me dizer alguma coisa, porém naquele momento senti como se aquilo que antes era um espelho, tivesse virado gelatina, ficou mole de repente.

Senti a minha mão se afundar, e como se eu estivesse colocando a mão na água, fez umas ondas, igualzinho as que se formam quando você coloca a mão sobre a água. Quando percebi que a palma da minha mão tinha de repente se afundado por completo, eu a puxei imediatamente e me afastei assustada, na verdade apavorada.

Eu estava contra a parede, e o espelho bem na minha frente, não conseguia parar de olhar para ele, estava cheia de pavor, aquele ser ainda estava lá. De repente ouvi uma voz ecoar na minha cabeça pedindo desculpas e perdão, mas pelo que? Eu não entendi nada, não consegui entender mesmo absolutamente nada, fiquei ali parada, imóvel, estava tão constrangida que fiquei paralisada de tanto pavor. Uma outra voz repentina que veio da janela me tirou do estado de transe em que eu estava.

— Gosta de se esfregar nas paredes?

Olhei na direção da janela, que estava á minha esquerda, bem perto de mim, e surpreendentemente vi o Aaron sentado lá, bem que eu quis me surpreender, talvez assustada ou algo do tipo, mas eu tinha acabado de passado por uma situação que eu nem sabia como descrever, nem o que sentir ou como me sentir, eu estava perdida, não tinha mais certeza se aquilo era real ou simplesmente uma miragem, eu mal fazia ideia, acho que se até agora ainda não desmaiei é porque tomei o café da manhã e o lanche, o estômago cheio deve ser o que está me segurando até agora.

— Que atitude peculiar — Aaron falou completando a sua frase anterior.

— O que você está fazendo aqui? Como... como foi que você chegou até aqui? Eu o questionei com a testa franzida, depois de me afastar da parede.

— Já é do seu costume fazer duas perguntas em uma só... ou você faz isso de propósito na maioria das vezes? — Aaron perguntou colocando os pés no chão.

— Isso acontece com todo mundo às vezes, não é só comigo. E você ainda não respondeu a minha pergunta. O que está fazendo aqui? Pensei que a fronteira fosse o limite para os vampiros. Se alguém te encontrar aqui você era — Falei tentando colocar juízo na cabeça dele pra ele ir embora logo.

Ele sorriu achando graça o que eu disse e se aproximou de mim, naquele momento eu pensei comigo mesma "Gaia cê tem que admitir menina, de gato, ele é um gatão". Percebi que ele tinha o dobro da minha altura, lábios cor de rosa igualzinho ao dos coreanos, olhos azuis penetrantes e vibrantes, olhar sedutora e carismático revelando o seu charme, ele era sem dúvida O cara perfeito.

Como se ele pudesse ouvir os meus pensamentos ele simplesmente deu um sorriso de leve, e então eu me lembrei que da última vez que nos encontramos ele me disse que podia ouvir os meus pensamentos, eu fiquei corada só de lembrar disso, pôde sentir as minhas bochechas arderem de tão vermelhas que estavam e ele percebeu isso com certeza, mas felizmente para mim ele não deu muita importância naquilo.

Ele olhou para mim de um jeito estranho como se quisesse me dizer alguma coisa, mas não disse nada, simplesmente tirou os olhos de mim, se afastou um pouco e respondeu a minha pergunta, ou seja, as minhas perguntas.

— Não tem ninguém vigiando a fronteira. É por isso que eu consegui entrar tão facilmente no seu suposto reino. Parece que estão todos mais preocupados com outra coisa, não sei o que é e não me interessa saber. Eu só vim te ver — Aaron falou me olhando de um outro jeito, um que não me intimidou.

— Eu? — Questionei incrédula.

— Sim. Por acaso tem algo errado em querer ver você? Só nos vimos uma vez, é normal eu querer te ver de novo. Não faria o mesmo se tivesse saudades minhas?

— Eu... acho que... bom, sei lá — falei sem saber o que dizer.

O Aaron abriu a boca e começou a dizer algumas palavras que eu não ouvi, nem sequer prestei atenção, aquela brisa voltou e ensurdeceu os meus ouvidos permitindo que eu ouvisse apenas o seu som, parecia mais suave desta vez, e parecia querer alguma coisa além do que aquilo que queria da outra vez. Olhei para os cantos e de repente comecei a ouvir a mesma voz feminina que ouvi da outra vez, ela ecoou na minha cabeça, pediu desculpas novamente, me chamou pelo meu nome e me pediu para voltar.

Não entendi ao certo isso queria dizer, entretanto, repentinamente comecei a me sentir estranha, como se o mundo a minha volta tivesse parado, como se não houvesse mais vida no meu corpo, e eu simplesmente tudo escureceu.

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Comments

Gretchen Silva

Gretchen Silva

tinha que ser uma pessoa sem cérebro para o papel principal autora porque est Gaia aí é medrosa e esquece de tudo como ela vai luta para salva o reino dê-se jeito está história vai fica chata ser o mal conseguir leva a melhor né

2024-04-29

0

Mari Muniz

Mari Muniz

Essa Gaia não é valente. Tem medo de tudo. fica apavorada com tudo. Chega dar nervoso.

2024-03-19

2

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