Capítulo 14. Acontecimentos

  REI WARNER NARRANDO

Depois que a dama de honra da rainha Sabrina me deu uma bola de cristal, eu a usei para observar a princesa Akira, ao vê-la sozinha e tão vulnerável pensando na sua mãe, a entidade que habita em mim se apoderou do meu corpo, na verdade ela não é propriamente uma entidade, ela é uma divindade, mas não do céu, ela governa o submundo, o nome dela é Kaoticka, a deusa das trevas e do caos.

Ela criou um eu no jardim onde a princesa Akira estava, em outras palavras ela materializou uma imagem minha lá para enganar a princesa Akira. Quando ela olhou para o lado e viu o meu outro eu se apavorou.

— Acalme-se princesa, eu não vim te fazer mal algum, eu só quero conversar, falei do outro lado onde estava usando a bola de cristal.

— Conversar? Você é o inimigo, por quê ia querer conversar comigo? Vá embora agora mesmo senão eu vou chamar os guardas e mandá-los prender você, A princesa Akira falou, eu sorri com a afirmação dela.

— Só você consegue me ver e me ouvir princesa, vão achar que você está ficando louca. Olhe para os servos, eles sabem quem eu sou, e se estivessem me vendo você não acha que estariam em pânico? Ou que os seus queridos guardas já estariam aqui? Perguntei para ela.

Ela olhou em volta e viu os servos perambulando pelo local sem nem darem por mim.

— O quê você quer de mim? A princesa Akira perguntou.

— Nada demais, apenas um livro

— Um livro? Você veio até aqui só por causa de um livro? A princesa perguntou baralhada.

— Não é um livro qualquer. É o livro das sombras

Ela arregalou os olhos depois quando eu disse isso, parecia estar em choque.

— Nunca. Esse livro não — ela disse com o semblante temeroso — O quê você quer com esse livro?

— Isso não é da sua conta, eu preciso desse livro e pronto

— E o que faz você pensar que eu vou te dar o livro? A princesa Akira perguntou.

— Porque eu posso te dar algo em troca, algo que você quer muito, e que acabou de ver a poucos minutos

— Minha mãe? Isso é impossível, ela se foi, ela morreu, a princesa Akira falou.

— Quem disse isso pra você? O seu pai? Hahaha, princesa, sua mãe está viva

— Impossível, isso.... isso é mentira, ela disse incrédula.

— Princesa, deveria saber que eu nunca minto, se eu digo é porque farei — apontei a mão para frente e lá estava uma miragem da mãe dela — Ela está mais do que viva e respirando. Ela perdeu a memória, não se lembra de você e nem do seu pai, e muito menos que um dia foi rainha deste reino. Eu a tenho comigo, basta que você consiga o livro das sombras para mim e eu a entregarei para você

Ela parou para refletir por alguns instantes.

— Eu sei que você quer ela de volta, só precisa me dar o livro em bom estado

— Mesmo que eu te de o livro, o que me garante que você não vai descumprir a sua palavra, ou que essa minha mãe que estou vendo agora não passa de uma simples ilusão, a princesa Akira falava olhando para a miragem da mãe dela, desde que a Kaoticka a criou ela não conseguia desviar os olhos dela.

— Primeiro é que se a sua mãe não estivesse mesmo viva, eu não precisaria conversar com você, simplesmente controlaria a sua mente para que você me desse o livro, e segundo. Pode entrar na minha mente se tem dúvidas

Ela ergueu as duas mãos e colocou os seus polegares na zona do batimento cerebral da minha versão materializada, ela ficou dourada igual a uma estátua de ouro, do outro lado eu permiti que ela acessasse apenas às minhas memórias mais felizes com a minha amada Dafne, depois de ver apenas o que eu queria que ela visse, ela ficou pensando por alguns segundos.

— Apenas darei o livro para você quando eu ver a minha de verdade, a princesa Akira falou convencida.

— Então temos um acordo. Se quiser ver logo a sua mãe, eu recomendo que se apresse com o livro princesa, quando tivê-lo em mãos vá para a fronteira. Até breve princesa Akira, me despedi e logo o outro eu desapareceu deixando a princesa Akira sozinha.

          AMARA NARRANDO

Estávamos esperançosos de encontrar a Gaia sã e salva, mas quando chegamos a fronteira tudo o que vimos foi uma imensa paisagem florestal, o que me deixou confusa e deixou o meu pai desesperado.

— Onde raios está a Gaia? Feiticeira você não disse que ela estava aqui? Pra onde ela foi? Onde ela está? Sua magia está perdendo a competência, não consegue nem mais rastrear uma pessoa devidamente, meu pai falou da boca pra fora sem nem se importar com o tom de voz.

— Não grite comigo, cuidar da Gaia é o seu dever e não o meu, você se descuidou e ela desapareceu, nunca mais volte a insultar ou sequer dizer que a minha magia incompetente senão eu vou me esquecer de quem você é, Wanda falou.

— Você está me ameaçando feiticeira? Meu pai perguntou irritado.

Naquele momento eu soube que a coisa ia pegar fogo se eu não interferisse, será que a Gaia é tão importante assim a ponto deles dois querem duelar? Tudo bem que o rei pode ficar furioso quando descobrir que a Gaia desapareceu, mas também não é caso pra tanto, até parece que ela é uma espécie de animal raro em vias de extinção, e mesmo que fosse literalmente não é caso pra tanto.

— Pronto, pronto. Paizinho, eu acho melhor o senhor se acalmar, o seu estresse não vai ajudar em nada está bem! Nós vamos encontrar a Gaia não se preocupe, provavelmente ela deve estar bem, falei me colocando na frente do meu pai para tentar minimizar a raiva dele.

Meu pai ficou mais calmo e a feiticeira começou a analisar o local com a sua magia, ela foi até o riacho e se agachou, olhou na água por alguns instantes antes de falar.

— Amara! Ela me chamou.

— O quê foi? Respondi me aproximando e parei do lado dela.

— A Gaia tinha algum ferimento? Wanda perguntou.

— Bom, durante o treinamento o oponente da Gaia fez um corte no rosto dela, por quê? Respondi e perguntei.

Meu pai se aproximou e ficou do meu lado.

— Detetei vestígios do sangue dela aqui, foi por isso que perguntei, ela deve ter lavado o rosto aqui. O único problema é que não tem mais rastros dela, é como se ela tivesse sumido ou se teleportado para outro lugar, Wanda falou.

— Impossível, os únicos que usam magia de teleporte são os elfos, as fadas, os dragões e os vampiros como.... — Meu pai olhou sério para a Wanda e parecia estar mais preocupado do que já estava — Um vampiro!

— De fato, a Gaia não estava sozinha, quem estava com ela era realmente um vampiro, mas não detetei nenhum tipo de ameaça nele, Wanda falou.

— Será que ele fez alguma coisa com a Gaia? Perguntei.

— Eu não sei — Wanda se levantou — Vamos. Precisamos procurar por todos os cantos dessa floresta.

Eu e o meu pai fizemos o que a Wanda falou e procuramos pela floresta inteira, mas não encontramos nenhum rastro da Gaia, já estava escurecendo, por isso, Wanda sugeriu que era melhor irmos para casa e retomar as buscas amanhã, de noite a floresta é muito assustadora e fica cheia de demônios e criaturas sanguinárias, era muito perigoso até para nós andar na floresta àquela hora, meu pai se recusava a parar, mas o convenci, com uma ajuda da Wanda é claro, ela disse ao meu pai que a magia dela afirmava que a Gaia estava viva, e só por isso ele decidiu ir para casa, mas estava muito receoso.

Meu pai invocou o dragão dele, nós três montamos nele e fomos para casa, quando chegamos eu e o meu pai descemos, ele ordenou ao Zagueiro que levasse a Wanda para o castelo, mas antes que o Zagueiro levantasse vôo ela desceu e correu em direção a nossa casa, surpreendentemente a porta estava aberta, eu e o meu pai nos olhamos achando aquilo estranho, a porta de casa nunca ficava aberta mesmo se tivesse alguém em casa.

Corremos atrás da Wanda e para a nossa surpresa encontramos a Gaia na casa, mas ela estava desacordada no chão, a Wanda se abaixou para verificar se ela estava bem, ela passou sobre o rosto da Gaia as suas mãos, cujo a palma estava emanando uma luz roxa e a seguir suspirou de alívio.

— Ela está bem? Perguntei.

— Está. Felizmente ela está bem, não se preocupem logo logo ela acordará, Varnnever, coloque ela na cama para que ela.... um rosnado embaixo da mesa fez a Wanda deixar a sua frase por terminar.

Olhamos para lá e vimos a pequena Lina encolhida, que latiu em resposta ao nosso olhar.

Fui para perto da mesa e um gesto ao chamá-la, mas ela se moveu, invés disso ela rosnou e latiu para mim.

— Deixe-a. Ela está assustada. Alguma coisa a assustou, a ela e a Gaia. E olha que não foi uma coisa pequena, Wanda falou com um olhar de quem sabia de algo.

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