Capítulo 5. A feiticeira

VARNNEVER NARRANDO

Decidi levar a garota para a minha casa, mas a cadela não, a cadela ficará melhor com a feiticeira, talvez ela possa evitar que a cadela se transforme em vampira. Invoquei o meu dragão e pedi a ele que levasse a garota para a minha casa e dissesse a minha esposa para cuidar dela, quando ele levantou vôo peguei a cadela e fui até a casa da feiticeira, a feiticeira mora no castelo do rei por isso vou aproveitar e contar tudo ao rei.

Demorei muito para chegar no reino já que estava andando, para chegar lá precisava sobrevoar uma montanha muito estrema e tão alta que não se diferencia muito de um precipício, tem outro caminho mas foi por aqui que eu vim, a não ser que fosse um vampiro não poderia simplesmente pular, não quer dizer que não posso, apenas não quero pois acabaria ferindo a cadela e piorar o estado dela.

Por sorte, a vila das fadas fica bem perto, andei um pouco até chegar lá, entrei na árvore que é na verdade o portal para o reino das fadas, poucas pessoas conhecem a entrada para o reino das fadas, elas são criaturas muito pacíficas e ajudam qualquer um que precise, expliquei a elas a ajuda que precisava e elas me levaram até a rainha das fadas.

— As minhas saudações rainha Ava, falei de cabeça baixa já que não pudia cruzar nenhum dos braços.

— Seja bem-vindo ao reino das fadas mais uma vez Varnnever. A que se deve a sua visita desta vez? A rainha das fadas me perguntou segurando a sua varinha.

— Encontrei uma garota e esta cadela na floresta, ambas estão machucadas. Eu mandei o meu dragão levar a garota para a minha casa para que a Zafira cuidasse dela. Eu preciso levar está cadela para que a feiticeira cuide dela mas preciso sobrevoar a montanha, não quero piorar a condição da cadela com o impacto dos meus saltos, expliquei e me ouviu atentamente.

— A feiticeira vive no castelo do rei, você e a sua família vivem perto de lá. Por quê não embarcou com o seu dragão? A rainha me questionou.

— Eu tinha acabado de sair de uma batalha e o meu dragão ficou esgotado. Ele não suportaria o meu peso e o da garota então ordenei que ele levasse apenas a garota e iria caminhando até o reino, mas me esqueci da montanha, falei.

— Muito bem. A rainha se levantou do seu trono e caminhou até mim — Venha comigo, falou passando por mim.

Eu a segui e ela me levou até o jardim das rainhas das fadas e me deu um pó mágico que segundo ela me faria voar, quando estava saindo ela falou comigo.

— Varnnever! Diga pra Zafira que tenho saudades dela, a rainha falou meio triste.

— Eu direi.

Voltei para a montanha e joguei o pó sobre a minha cabeça tal como a rainha havia dito e logo comecei a flutuar, sobrevoei a montanha e consegui chegar no castelo, aterrei lentamente no chão, entrei no castelo e fui até o lugar onde a feiticeira realiza as suas sessões de magia, ela passa a maior parte do tempo lá, estava prestes a bater na porta quando a ouvi falar:

— Pode entrar general Varnnever.

Quando entrei me deparei com a minha esposa Zafira, aquela garota deitada na cama de madeira que a feiticeira utiliza para curar os guerreiros feridos, ela estava de costas e a feiticeira de pé ao lado dela de frente para mim.

— O que está acontecendo aqui? Perguntei ao ver aquela cena.

— As costelas da garota estavam quebradas, é um ferimento interno por isso não pude curar, então trouxe ela aqui para que a feiticeira a curasse, Zafira me explicou.

— Deixe-me ver a cadela, a feiticeira falou olhando para mim.

Me aproximei e mostrei a marca de mordida da cadela para a feiticeira, os olhos dela mudaram para roxo, os olhos dela ficam desta cor quando vê através da pele, ou seja, quando ela observa a estrutura interna das pessoas ou até mesmo quando tem visões.

— A mordida foi muito profunda, mas felizmente o DNA vampiro está se espalhando lentamente, a feiticeira explicou.

— Então ela ainda pode ser salva? Perguntei.

— Eu receio que não. O DNA vampiro já atingiu por completo os neurónios. A única coisa que posso fazer agora é atrasar o processo, a feiticeira falou.

— Então faça isso. A garota já está curada? Perguntei.

— Sim, ela vai acordar em breve, a feiticeira falou.

— Tudo bem, então eu darei a conhecer ao rei.

Me virei para ir quando Zafira falou:

— Varnnever, espere. Eu já informei ao rei.

— Como? Perguntei intrigado.

— Os guardas não estavam me deixando entrar com a garota porque não reconheciam o cheiro dela de nenhum lado, então me vi obrigada a mandar que chamassem o rei e contei tudo o que sei para ele. Bom, apenas o que o Zagueiro me disse, Zafira explicou.

— E o que é que o rei decidiu quanto a garota? Perguntei.

— Ele ordenou que a trancassemos em uma cela depois que fosse curada. Até mesmo o rei não conseguiu identificar o Cheiro dela. Ela não tem nem cheiro de humana e nem cheiro de alguma outra criatura que conheçamos, Zafira falou.

Então eu me lembrei que também não estava consegui sentir o cheiro de humana nela, mas preferi não falar nada e cumprir logo as ordens do rei, não gosto de prolongar conversa, a não ser que seja com a Zafira.

— Bem, ela já está curada, então é melhor eu levá-la para uma cela antes que ela acorde, falei depois de suspirar.

Peguei a garota nos meus braços e estava saindo com Zafira vindo atrás de mim quando a feiticeira me chamou:

— General Varnnever!

Olhei para ela e Zafira também.

— Depois que cumprir o que tem que fazer venha para cá junto com o rei. Tem um assunto que eu gostaria de discutir com vocês dois, a feiticeira falou.

Abanei a cabeça uma vez como resposta e saí com Zafira, fomos até o lugar onde ficam as celas e pedi a um dos guardas que abrisse uma das cela, coloquei a garota na cama não muito confortável que estava lá e mandei ele trancar.

— Pode ir, eu fico aqui até ela acordar, Zafira falou.

Dei um beijo na testa dela e sussurrei no ouvido dela:

— Te vejo lá em casa. Minha Zafira.

Depois que disse isso senti em minha pele o arrepio dela, dei um sorrisinho de canto e ela reagiu com um sorriso tímido, fui embora e conseguia sentir ela me pedindo para ficar, acontece que nós temos um laço que nos une para todo o sempre, é como o dos lobisomens mas é diferente e muito mais forte, há uma regra obrigatória para todos os casamentos daqui do reino. Quando casamos temos que fazer um juramento, um juramento com sangue, a feiticeira é quem celebra a união, ela corta as nossas mãos com uma adaga abençoada pela deusa do amor, Atahira, unimos as feridas dando início ao ritual de união eterna, passamos a sentir as necessidades um do outro, as dores, tanto emocionais quanto físicas, e quando um morre o outro morre também.

Fui até os aposentos do rei e informei a ele o que a feiticeira falou, nos dirigimos até a área de sessão onde havia deixado a feiticeira e encontramos a porta aberta, entramos e a vimos meditando de frente para a porta, logo que ela sentiu a nossa presença abriu os olhos e se colocou em pé.

— Vossa majestade! Reverenciou o rei — Eu os chamei aqui para falar sobre a garota que o general Varnnever trouxe, a feiticeira falou.

— Sabe me dizer que tipo de criatura ela é? O rei perguntou.

— Não. Mas vossa majestade e o general, inclusive eu, conhecemos aquela garota, a feiticeira falou deixando eu e o rei confusos.

— Como assim já a conhecemos? Perguntei com a testa franzida que nem o rei.

— Venham. sentem-se para que eu possa explicar melhor.

Eu e o rei nos sentamos no tapete vermelho onde a feiticeira estava meditando e disponibilizamos toda a nossa atenção a ela.

— Então. Acontece que está garota já esteve aqui antes, a feiticeira falou.

— Como assim? Eu não a reconheço de nenhum lugar, falei confuso.

— E nem eu. Quando isto aconteceu? O rei falou com o mesmo semblante que eu.

— Ela era apenas uma criança de seis anos quando veio para cá. Eu apaguei as memórias dela com a ordem de vossa majestade, explicou a feiticeira.

— Ah! Agora me lembrei. Foi no mesmo dia em que a minha filha fez sete anos, o rei falou.

— E também foi no mesmo dia que recebi a visão sobre uma grande guerra que está por vir, muitas vidas se perderão durante a guerra. Mas também me foi revelado a chegada da vida que nos daria possibilidades de vencer. Mas que também poderia nos dizimar. Quando a garota chegou eu a reconheci como a vida da minha visão, só não sei ainda o que vida significa, a feiticeira explicou.

— Então, esta garota pode nos levar a vitória ou dizimar o reino todo é isso? Perguntei.

— Exatamente. Vossa majestade, não a podemos deixar ir desta vez, pelo bem de Endoril tem que convencê-la a ficar, não sei distinguir que criatura ela é mas ela deve ser bem poderosa para as deusas terem me enviado uma profecia envolvendo ela, a feiticeira falou.

— Então assim será. Querendo ou não ela ficará. Varnnever, leve-a para a sala do trono assim que ela acordar, o rei falou.

— Assim farei vossa majestade, falei baixando a cabeça e rapidamente a levantei.

— Se não tiver mais nada a me dizer feiticeira, eu gostaria de voltar para os meus deveres como rei, o rei falou.

— Por enquanto não há mais nada a ser dito vossa majestade, a feiticeira falou.

— Sendo assim — o rei se levantou — Voltarei para os meus afazeres.

O rei saiu e eu fui atrás, ele foi cumprir os seus deveres e eu fui encontrar Zafira, a minha Zafira.

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