Capítulo 10. A academia

            GAIA NARRANDO

A Amara decidiu que seria melhor nós irmos caminhando até a academia, assim eu conheceria o caminho de volta e ela aproveitaria para me mostrar alguns lugares como o mercado por exemplo, ela me mostrou até um bar e disse que eu poderia ir lá sempre que quisesse beber, eu fiquei confusa e inquieta, até onde sei, na idade média era proibido mulheres beberem, mas eu entendi assim que a Amara me explicou, ela disse que o reino deles não é machista ou preconceituoso, os homens e as mulheres têm todos os mesmos direitos e não há restrição para nenhum dos géneros, eu pensei logo no século XXI, também é assim, as mulheres têm tanta liberdade quanto os homens.

— Chegamos! Amara falou enquanto eu olhava de lado.

Estava observando as pessoas que estavam perambulando por lá, algumas não eram humanas, mas eu não me assustei, eu já sabia que além de cavaleiros haviam também seres sobrenaturais, como vampiros bons e maus, lobisomens bons e selvagens, elfos, fadas malvadas e boas, trolls e entre outros seres mágicos, até mesmo demónios e humanos, mas os daqui são na sua maioria caçadores, tudo isso eu aprendi durante os meses tenho estado aqui, inclusive, eu também soube que a Zafira é uma princesa fada, filha da rainha Ava, a rainha das fadas, o Varnnever é um cavaleiro e a Amara é uma mistura de fada e cavaleira, o que é meio estranho já que as fadas são pacíficas e não gostam de guerra.

Quando ouvi a voz da Amara olhei para frente e meus olhos se depararam com a estrutura do que parecia ser um castelo, eu fiquei maravilhada, era muito bonito, além disso tinha pessoas por todo o lado, entrando e saindo, todos usavam armaduras douradas igual a que Amara estava usando, apenas eu não estava usando armadura, estava de macacão preto, o mesmo que uso para treinar com o Varnnever.

— Uau! Falei e perdi as palavras, não sabia nem o que dizer.

— Sim, a academia é muito bonita e parece um castelo, eu sei — começou a caminhar — Agora se mexe que as aulas já vão começar, Amara falou.

Quando a Amara terminou de falar parei de admirar o castelo e corri um pouco para alcancá-la.

— Espera aí! Esta é a academia? O rei deve ser muito obcecado por luxo, é que fazer de um castelo uma academia... Falei já ao lado da Amara, mas ela me interrompeu.

— É melhor você parar de fazer perguntas e agir como se já soubesse de tudo, aqui tem gente que gosta de se meter com os novatos, Amara falou.

— Eu achei que todos vocês começavam a ser treinados apartir dos oito anos, falei com um semblante confuso.

— Isso é verdade, mas também há pessoas de outros reinos que só começam a ser treinados com... mais ao menos a sua idade, Amara me respondeu.

Eu não falei mais nada depois disso e continuamos a andar, até eu ver um retrato de uma mulher com uma coroa na cabeça no lado direito do corredor onde estávamos caminhando, o retrato era tão perfeito que chamou muito a minha atenção, me fez lembrar que não pintava nada a faz muito tempo, eu parei para apreciar o retrato, a Amara passou pelos meus olhos, mas nem assim eu parei de observar o retrato daquela mulher.

            AMARA NARRANDO

Estávamos andando lado a lado, até eu olhar para esquerda e perceber que a Gaia não estava mais do meu lado, olhei para trás e vi ela observando o retrato da rainha Maev, caminhei até ela e parei virada de frente para o retrato.

— Esta é a rainha Maev, falei olhando para o retrato e quando olhei para a vi olhando para mim.

— É de antes dela morrer? Gaia perguntou.

— É, também tem um retrato dela com o rei e a filha deles, a princesa Akira, e outro dela com a irmã gêmea, mas o imperador mandou colocá-los nos aposentos dele, falei.

— A rainha tinha uma irmã gêmea? Gaia perguntou.

— Tinha. A irmã gêmea da rainha se chamava Ellie, ela era a rainha dos vampiros, falei.

— O quê? Você não disse que vocês são inimigos do clã vampiro, Gaia perguntou com um semblante confuso.

— Eu disse, e somos, acontece que antes nós não éramos inimigos, o rei Ragnar e o rei dos vampiros eram amigos, mas tudo acabou quando o rei dos vampiros traiu o rei Ragnar e matou a rainha Maev. Mas bom, essa parte você já sabe então vamos andando se quiser fazer trinta flexões, falei.

Continuamos caminhando e a Gaia não parava de reclamar sobre o quão grande era o corredor, na verdade ela tinha razão, o corredor é muito grande e tem vários outros corredores, afinal estuda muita gente aqui, nós andamos até chegar ao final do corredor, há uma porta e dois corredores, um a esquerda e outro a direita, abri a porta e entramos na arena de treino que fica vinculada a parte de trás da academia, a arena é imensamente grande e tem muitas bancadas para as pessoas que quiserem assistir ao treino, tinha algumas pessoas nas bancadas, mas não eram muitas, com a exceção dos alunos.

— Deixa eu adivinhar, esta é a arena de treinamento da academia, Gaia falou.

— Exato, confirmei.

— Ué! Parece mais um campo de batalha da Grécia antiga, Gaia falou.

— É, eu sei, mas é uma arena, realizamos treinamentos aqui, mas são permitidos o uso de magia e outros tipos de habilidades, por isso a arena é tão grande, para manter o público em segurança. Algumas vezes se usa magia para isso, mas é apenas para garantir a segurança por causa dos dourados, expliquei.

— Ahm! Ok. Mas o quê é um dourado? Gaia perguntou.

Eu ia responder a pergunta dela quando ouvi a voz do meu pai chamando por mim, acontece que ele é o professor responsável pelo nosso treinamento de luta, seja com armas ou sem elas, mas não enganem, ele pega mais pesado comigo do que com os outros. Era para termos vido juntos, mas preferi vir caminhando para que a Gaia conhecesse melhor o lugar, e ele veio montado no dragão dele.

Quando ouvi meu pai me chamar sugeri a Gaia que era melhor nós irmos para junto dos outros, caso contrário meu pai nos daria um castigo, olhei na frente e vi uma armadura no fundo, presumi que fosse para a Gaia já que ela é a única que não uma, estalei os dedos e em fração de segundos a armadura toda estava no corpo da Gaia.

— Pronto, agora já podemos ir, falei e em seguida fomos até onde estavam os outros e nos sentamos no chão assim como eles.

— Muito bem. Agora que já estão todos presentes podemos começar o treinamento, meu pai falou.

             GAIA NARRANDO

Ele escolheu uma pessoa e mandou alguém se voluntariar para lutar contra, uma garota ergueu a mão e se levantou, quando ela foi para o centro o Varnnever se afastou e ficou de pé observando as duas.

As duas eram muito boas lutadoras, por alguns instantes até me arrependi de estar ali, me comparando com elas eu não sou nada, eu nem sei manejar uma espada, percebi que um cara estava olhando para mim, mas preferi ignorar, durante todo o tempo que ficamos assistindo aquela luta notei que ele não parava de olhar para mim, então decidi perguntar para a Amara quem era ele.

— Oh Amara, quem é aquele cara que não para de olhar para mim? perguntei.

Esperava uma resposta verbal, mas invés disso ela ergueu o dedo indicador e o colocou sobre seus lábios, entendi que ela queria que eu ficasse de boca fechada, mas eu não entendi o porquê, por isso decidi perguntar, mas desta vez ouvi apenas a voz grave do Varnnever.

— Gaia! Prepare-se, você é a próxima, Varnnever falou.

— O quê? Eu?! Mas eu... parei de falar quando Amara me deu um cotucão.

O Varnnever mandou as duas que estavam lutando sentar e mandou eu me levantar, fiquei com receio, se eu fosse no centro para lutar com quem quer que fosse provavelmente não sairia viva dali, mas infelizmente eu tive que me levantar e como esperado o Varnnever mandou eu ir para o centro.

— Um voluntário para confrontar a nossa querida Gaia, Varnnever falou.

O cara que estava olhando para mim ergueu a mão e se levantou, caminhou até o centro e ficou a alguns centímetros de mim, a pele dele era muito brilhante e eu poderia jurar que o brilho da pele dele parecia dourado, eu achei estranho, mas já que estou num mundo mágico é de se esperar tudo.

— Antes de começarem quero lembrá-los que neste confronto vale tudo menos o uso de poderes, podem usar apenas armas, Varnnever falou e saiu do centro.

No momento em que ele disse que podemos usar armas, eu pensei, pronto, agora que tó ferrada, esse cara vai me matar, eu já estou praticamente morta e nem vou poder ver a Nina uma última vez, o desespero tomou conta de mim, nem uma espada eu sei manejar, imagina um machado, e para a minha desgraça haviam várias armas na parede atrás daquele cara, bastava ele pegar uma e pronto, preparem um caixão pra mim porque eu vou morrer.

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