Capítulo 4. Um portal para outro mundo

O que quer que seja que estiva escondido no escuro por trás daquela árvore, não sei por que, mas eu estava com pressentimento que não era um humano, afinal, que tipo de ser humano tem olhos vermelhos? Meu coração acelerou sem motivo algum, meu subconsciente me dizia para sair correndo dali o mais rápido possível mas eu não queria sair sem antes descobrir o que era aquilo, pensei na possibilidade de ser apenas alguém utilizando lentes de contato vermelho e até que fazia sentido.

A Lina latia cada vez mais e mais, o que quer que fosse aquele ser com figura humana saiu de trás da árvore, ficou parado por um tempinho e começou a caminhar lentamente na minha direção, a Lina parecia com medo e queria fugir mas eu não deixava, olhei para ela e pedi que se acalmasse fazendo carinho nela mas nada funcionou, de repente um cheiro intenso de sangue invadiu o meu nariz, parecia que o cheiro vinha dele ou dela, o que quer que fosse.

Cada vez que ficava mais perto eu conseguia ver melhor a aparência daquele ser, o que me deixou perplexa e até atônita de medo foi quando consegui ver claramente a aparência dele, era um homem, e pelo que pude constatar a boca dele estava cheia de sangue, os dentes caninos eram grandes e compridos, a pele dele era branca e pálida e os olhos vermelhos feito sangue faziam sobressair, eu poderia jurar que ele era um vampiro, mas todo mundo sabe que vampiros não existem e como eu não sou de fantasiar julguei que fosse apenas alguém querendo me pregar um susto, talvez fosse o Freddy querendo se vingar por eu não ter aceitado me casar com ele no ano passado, mas fala sério, eu tinha apenas vinte e um anos, o que eu faria casada? Casar cedo pra depois ganhar um ou talvez quatro pares de chifres? Não obrigada, eu acho que mataria a tal fulana.

Aquele cara chegou bem perto de mim, já estava bem na minha frente e vendo ele de tão perto os caninos e os olhos não pareciam ser um disfarce, eu comecei a ficar assustada, a Lina parou de tentar fugir, se colocou na minha frente e mordeu a perna daquele cara com tanta força que eu fiquei atônita quando não vi nenhuma expressão de dor no rosto dele, era como se ele não fosse humano, estava começando a achar que aquilo não era brincadeira, o olhar dele era assustador, era como se ele quisesse me devorar.

Quando a Lina mordeu ele, ele olhou para ela por pelo menos dois segundos eu acho, depois agarrou ela pelos pêlos e a suspendeu no ar, olhou para ela e rosnou igual um animal, em seguida cravou os seus dentes no pescoço dela, eu fiquei perplexa com aquela cena e caí na real, não era nenhuma brincadeira, me levantei rapidamente do chão pra fugir mas acabei ficando paralisada ouvindo os gritos de dor da minha Lina.

Quando ele jogou a Lina no chão eu soube que seria a próxima, ele olhou pra mim de um jeito que me fez tremer de dentro pra fora, ele se aproximava e eu andava para trás até que ele veio com uma velocidade incrível e agarrou o meu pescoço com tanta força que fiquei ofegante na hora.

— Não quer que doa? Então não se preocupe, vou fazer com que não doa. Pelo menos no seu pescoço, disse ele.

Eu achei que ele fosse me matar naquele instante, mas invés disso ele me jogou contra uma árvore perto, senti uma dor imensa, senti como se todos os ossos da minha costela tivessem partido, fiquei sem reação e não conseguia me mover, nunca tinha sentido uma dor assim tão grande no meu corpo nem mesmo na minha primeira vez.

Ele veio até mim com a mesma velocidade que agarrou o meu pescoço e se abaixou, afastou o meu cabelo deixando o meu pescoço exposto para ele.

— É uma pena que vá morrer agora, você ainda é tão jovem. E tão bonita, ele falou olhando nos meus olhos que deixavam cair lágrimas sem parar.

Eu não estava acreditando que ia morrer assim, ele se posicionou para morder o meu pescoço quando de repente o som do bater das asas de uma ave que mais parecia ser gigantesca pelo barulho que as asas faziam, isto chamou a atenção daquele cara e a minha também, olhamos para o céu e vi algo que parecia ser uma ave gigante com pescoço comprido, pela escuridão da noite não pude ver bem o que era.

De repente vi o pássaro desaparecer e um homem vestindo uma armadura dourada caiu do céu, ele caiu com um dos joelhos no chão e quando se levantou foi pra cima do cara que queria morder o meu pescoço com uma velocidade extraordinária e ambos voaram para longe de mim.

— Sai daqui humana, o homem gritou enquanto estava contendo aquele cara no chão.

Eu estou tão fraca, tão sem força que não sei se vou conseguir me levantar, mas decidi me esforçar, me levantei com muita dificuldade, engatinhei até a Lina enquanto aqueles dois lutavam, felizmente a Lina ainda estava viva, suspirei de alívio e a segurei nos meus braços, fiquei em pé com muita dificuldade, as minhas pernas estavam bambas e as minhas costelas ainda doíam muito, mas eu precisava salvar a minha Lina, não estou preparada para perder outra Lina.

Deixei aqueles homens lutando um contra o outro e fui por um caminho que não me parecia nem um pouco familiar, a dor me deixou tão confusa que eu nem fazia ideia de onde vim, estou apenas andando sem saber para onde vou.

Não andei muito, mas andei o suficiente até não ouvir mais o grito de dor de quem estava perdendo a luta, já estou perdendo as forças, me sinto como se fosse desfalecer a qualquer momento, de repente vi vários fragmentos de luz azul que brilhavam intensamente trazendo luz no ambiente, eu assisti os fragmentos de luz se encontrarem num só sítio, bem na minha frente.

Depois que todos os fragmentos de luz se uniram começou a se abrir uma brecha em forma circular no meio, quando terminou vi por completo o que era, parecia ser um portal, a entrada estava coberta por uma luz azul que parecia água olhando de perto, não dava para ver direito o que tinha do outro lado.

Estava indecisa se entrava ou não mais depois que ouvi o som de galhos sendo pisoteados entrei na hora, e do nada a floresta estava tão iluminada e mágica, mas eu não estava com cabeça para pensar naquilo agora, comecei a andar ainda mais lento do que antes, os meu pés estavam pesados, dei apenas alguns passos e caí de joelhos no chão, a minha visão ficou turva, caí de lado e apaguei.

VARNNEVER NARRANDO

Tive uma luta a sangue frio com aquele vampiro, mas felizmente consegui vencê-lo, rasguei o peito dele com a minha espada de prata e ele petrificou, coloquei minha mão na estátua dele e uma luz verde irradiou, ele virou cinza e se esvairou com o vento que soprou.

Quis invocar o meu dragão mas me lembrei daquela garota que me viu, eu precisava me livrar dela o mais rápido possível, ela não pode saber sobre mim ou estaremos arruinados.

Me preocupei muito quando lembrei que a garota foi pela trilha que leva até o portal, mas logo me acalmei quando lembrei que nenhum humano consegue fazer o portal aparecer, mas mesmo assim valia a pena prevenir, por isso segui pelo caminho e quando cheguei fiquei chocado com o que vi, o portal estava lá mas a garota não, não há como o portal ter aparecido do nada sem a presença de alguém, mas como não vi a garota presumi que ela tivesse atravessado o portal então fui correndo para lá, o portal já estava desaparecendo mas graças a minha velocidade consegui entrar.

Assim que atravessei o portal ele desapareceu e eu vi aquela garota desacordada no chão com uma cadela de lado, a cadela estava coberta de sangue e quando olhei o pescoço dela vi que foi mordida.

— Acho que está garota estava tentando salvar a sua cadela, falei olhando no pescoço da cadela e depois olhei para a garota.

Pensei em levar as duas de volta mas seria muito arriscado já que a garota lembraria de tudo quando acordasse, além disso, a cadela dela foi mordida e como sobreviveu quer dizer que ela vai virar uma cadela vampiro quando acordar e isso poderia pôr os humanos em perigo porque caso ela mordesse um ele também ia virar vampiro, verifiquei o pescoço da garota e não vi nenhuma marca de mordida, então decide levá-las para o reino, aqui uma cadela vampira não seria perigosa, além disso, ainda há tempo de evitar que ela vire vampira.

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