Capítulo 16. Arrependimentos

               NARRADORA

Akira em choque, congelada, sem saber como reagir ou o que fazer, eles estavam lá, parados, abraçados como um casal, virados de costa para ela, porém seus olhos só estavam fixados naquela mulher e algo dentro dela lhe dizia que ela a conhecia, ela sentia que ela era uma parte de si, arrumando coragem Akira começou a caminhar na direção do homem com quem veio se encontrar, e libertando sua voz que parecia estar presa em sua garganta, ela chamou por ele.

— Rei Warner!

Sua voz chamou a atenção não só de Warner como também de Dafne, Akira, que havia se recuperado do choque em que estava e ia caminhando até as duas figuras á sua frente, ficou novamente em choque vendo com clareza o rosto da mulher ao lado de Warner, ela não tinha dúvida alguma, com certeza aquela era sua mãe, que ela e o reino inteiro julgavam estar morta.

— Princesa Akira! Finalmente. Por momentos cheguei a pensar que não tinha mais interesse no assunto que conversamos — Disse o rei Warner.

— Querido! O quê a princesa dos cavaleiros está fazendo aqui? Não me diga que é com ela que nós... — Dafne murmurava nos ouvidos do seu esposo, mas a voz dele a fez se calar.

— Silêncio querida — O rei Warner deu um pequeno sorriso — princesa Akira! Confesso que cheguei a pensar que não viria mais, estava começando a cogitar que o nosso acordo não lhe importava mais.

Akira, cujo os olhos estavam fixos em Dafne, desviou o seu olhar, e o direcionou para o rei Warner.

— Me desculpe rei Warner, mas eu não tenho permissão para lhe passar a palavra, então vamos logo ao que interessa. Cumpra a sua parte do acordo e eu cumprirei a minha — O olhar de Akira caiu novamente sobre Dafne, que estava desconfortável desde que a viu —Não me esqueci do que me prometeu.

— Devo confessar que tem uma boa memória princesa — Disse o rei Warner com um pequeno sorriso de canto no rosto — Tem o que eu pedi? — Perguntou retirando o sorriso de seu rosto.

— Eu sempre cumpro a minha palavra. Já... de você, não posso dizer o mesmo. Pelo menos ainda não — Akira falou ironicamente.

O rei Warner achou a afirmação da princesa Akira uma zombaria e um desafio, porém, tudo o que ele fez foi dar um sorriso que o fez mostrar os dentes, tudo para se conter e não perder o controle, ele quase deu uma gargalhada por isso, mas ele precisava do que ela lhe daria.

— Eu fiz uma pergunta e você ainda não respondeu. Eu a trouxe tal como prometido. Mas e você cumpriu a sua parte do acordo? — Perguntou o rei Warner voltando a estar sério.

A princesa estendeu a mão e de repente o livro apareceu, naquele momento, o rei Warner deu sorriso tão malévolo que fez as espinhas da princesa Akira se arrepiarem, inclusive, Dafne também ficou um pouco assustada, pois ela sabia, ela conhecia o seu esposo, ela sabia o que aquela risada significava, porém, não ousou dizer uma única palavra, não aborrecer o seu esposo, ele podia ser muito cruel quando estava com raiva.

O rei Warner ergueu a mão para pegar o livro, mas a princesa Akira abaixou a sua mão no mesmo instante fazendo o livro desaparecer instantaneamente, o rei Warner a olhou como se tivesse se irritado com a atitude dela, percebendo que ele queria fazer algo,mas Dafne entrelaçou o seu braço ao dele, e ele olhou, olhando no mais profundo dos olhos dela, ele se acalmou. Dafne era a única que tinha o poder de acalmar o temido rei vampiro, porém, quando estava furioso nem mesmo ela conseguiu controlá-lo por completo.

— Vamos fazer uma troca. Vai ser um... toma lá dá cá. Você me entrega... o que eu quero, e eu te dou o que você quer. Não pode pegar primeiro e dar depois, tem que ser ao mesmo tempo — Propôs a princesa Akira.

— Pode ser. Ou... podemos simplesmente fazer uma coisa mais prática e mais simples — Respondeu o rei Warner com um pequeno sorriso, que se podia jurar que não significava nada bom.

— O quê? Perguntou Akira intrigada.

— Isso — Disse o rei Warner se aproximando mais da princesa Akira.

Em fração de segundos ele colocou os seus dois polegares nos temporais da cabeça dela e ela simplesmente enfraqueceu e caiu no chão paralisada, sem poder mover um único músculo do seu corpo, porém, ela estava consciente. Ao observar-se imóvel e vulnerável, à mercê do seu inimigo, que a observava com um ar vitorioso e malicioso, ela arrependeu-se do que fez.

— Minha cara princesa Akira! — Disse o rei Warner olhando-a sério e imponente — Achou mesmo que poderia negociar comigo? O seu pai nunca te avisou para não confiar em desconhecidos? Principalmente se tratando de um vampiro — Ele se abaixou apoiando um dos joelhos no chão — Nunca confie num vampiro. Em especial no rei deles. Achei que essa tinha se tornado a primeira regra da família real dos cavaleiros apois a morte da rainha. Mas ao que parece você não segue muito bem essa regra.

Naquele breve instante, ela se lembrou do que seu pai havia dito para ela quando era uma criança, momentos antes de dar a ela a má notícia de que sua mãe havia falecido.

Flashback

Akira tinha apenas 7 anos na altura, sabia tão pouco sobre a vida, era uma garota preenchida de alegria e ternura, ter os seus pais, em especial sua mãe, fazia ela se sentir a criança mais feliz do mundo, ela vinha correndo pelos corredores do castelo, com um sorriso enorme em seu rosto, ela estava fugindo de mais uma aula sobre etiquetas de princesa.

— Princesa Akira! Por favor pare de correr — Suplicou a mordoma do castelo já quase ofegando.

Ela adorava fugir daquelas aulas e ver a mordoma do castelo louca correndo atrás dela, por outro lado ela costumava fazer isso simplesmente para atrair a atenção da sua mãe. Um pouco mais a frente estava a porta da sala do trono, ela deduziu com certeza que o seu pai estava lá, e ignorando os guardas na entrada, que a chamaram pelo seu título e seguida pelo nome, ela empurrou com força a enorme porta e ela se abriu.

O rei Ragnar estava lá, tal como ela havia deduzido, porém, ele estava ajoelhado na frente do trono da rainha, ele o segurava como se quisesse abraçá-lo, estava chorando tão silenciosamente que só se ouviam os soluços baixos que ele deixava escapar mesmo não querendo. Ingénua e totalmente inocente do que estava acontecendo, a princesa Akira correu até ele assim que entrou, quis abraçá-lo, mas parou bem perto dele retirando esse pensamento da sua cabeça, pois sentiu que algo não estava bem.

— Papai?! Está tudo bem? — Perguntou a pequena princesa Akira num tom doce.

Ao ouvir a doce voz da sua pequena, o rei Ragnar tentou ao máximo se recompor para responder à pergunta da sua filha, porém em vão, isso só o fez chorar ainda mais, como ele contaria para a sua princesinha que a mãe dela tinha partido?

— Papai! O senhor está chorando? — Perguntou a pequena Akira, não obtendo resposta ela ergueu o rosto do pai, que não hesitou, e o viu chorando — Por quê está chorando papai?

— É complicado querida. Acontece que o papai cometeu um erro, e agora está arrependido. Eu confiei em quem não deveria, e agora estou pagando um preço muito alto por não ter ouvido os conselhos que recebi. Nunca confie num vampiro. Agora eu entendo, e não voltarei a cometer o mesmo erro duas vezes — Explicou o rei Ragnar decidido.

No momento presente

Não foi necessário muita coisa para fazer com que a princesa Akira se sentisse traído e enganada, aquelas palavras de confissão indiretas do rei Warner foram suficientes. Sem aviso prévio, o rei Warner segurou o braço dela e afastou as mangas que se estendiam até os seus pulsos, e logo ele pôde ver a tatuagem de um livro exatamente a poucos centímetros do pulso.

Segurando firme o braço dela, quase o apertando, o rei Warner forçou as veias da princesa Akira se puxarem causando dor nela, mas ele pouco se importou. A tatuagem foi ganhando um brilho dourado e escorreu pelas mãos da princesa Akira para o chão, em um aspecto de pó dourado que ficou negro ao entrar em contato com o chão.

Assim que terminou, o rei Warner largou o braço da princesa Akira e observou o livro se materializar, terminado o processo, ele o pegou e se levantou, foi ao encontro de sua amada rainha Dafne e segurou a mão dela entrelaçando os seus dedos.

A mulher estava muito quieta, porém em seu interior estava extremamente inquieta e confusa, seu coração parecia estar apertado, e estava, sua garganta fez um nó, que a fez sentir como se a mesma, fosse explodir a qualquer momento, seus olhos firmaram lágrimas que ela impedia a todo o custo que caíssem.

Que sensação era aquela? Era horrível, quase como se ela estivesse arrependida, um arrependimento súbito e sem motivo algum. Isso para não falar na familiaridade, e sensação de déjà vu que aquela garota lhe trazia.

— Se quiser ser uma boa rainha no futuro, seja pelo menos um pouco mais difícil de enganar. Siga o meu conselho, e jamais se arrependerá — Dizendo isso, o rei Warner desapareceu com a sua esposa e Akira ficou apenas na companhia do seu arrependimento.

Já no castelo, a rainha Dafne chamou o seu esposo pelo nome querendo dizer algo, porém ele não a deixou dizer mais uma palavra e a hipnotizou, fez ela se esquecer de tudo em relação ao encontro com a princesa Akira, ele não gostava de fazer isso, mas era a única maneira de manter de manter a ordem, afinal não é a primeira vez que ele faz isso, esse é o único método que ele usa para fazer com ela se esqueça da sua vida passada toda a vez que tem alguns fragmentos de recordações.

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Comments

Gretchen Silva

Gretchen Silva

está história e linda mais esta da personagem principal esquecer de tudo toda vez não é legal não assim fica difícil dela salva qualquer um e está princesa nossa isso é que burrice

2024-04-29

0

Prata

Prata

Será que essa Dafne é realmente a mãe da princesa Akira? Tó ansiosa pra saber

2024-03-22

1

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