Capítulo 12. Soulmaters

            GAIA NARRANDO

O meu corpo todo se estremeceu de medo com as palavras do vampiro, me dirigi às pressas até o rio, mas ele me seguiu, confesso que fiquei assustada quando percebi que ele me seguiu e continuava olhando para mim com aqueles olhos vermelhos, como ele não se movia decidi apressar as coisas antes que ele cumpra o que disse, me abaixei e no momento que olhei para a água vi não só o meu reflexo, como também vi o reflexo daquele vampiro olhando para mim com a cabeça inclinada, acho que ele queria ver o meu sangue, mas não liguei, coloquei as mãos no rio e passei água no meu rosto, o sangue escorreu do meu rosto para a água, passei mais água mais duas vezes.

Através do reflexo na água vi o vampiro se colocando em pé, olhou o meu reflexo na água e disse:

— Assim já está melhor.

Me levantei e dirigi a palavra a ele.

— Aron, não é mesmo? Perguntei.

Não obtive resposta alguma, ele continuou apenas olhando para mim como se fosse surdo e não tivesse ouvido nada do que disse, naquele momento eu disse para mim mesma em pensamentos que ele é um arrogante, nem se dá ao trabalho de me responder, ele deu um sorriso no canto dos lábios como se eu tivesse dito algo engraçado.

— Você não está em posição de reclamar da minha atitude, afinal, está praticamente no meu território, e nunca mais me chame de arrogante, Aron falou.

— Eu? Mas eu não disse nada! Você... você leu os meus pensamentos? Perguntei com um semblante surpreso.

— Não propriamente, eu não leio pensamentos, eu escuto eles, Aron falou.

Quando ouvi ele dizer isso fiquei muito envergonhada e um pouco chocada, "quer dizer que ele ouviu tudo o que eu pensei até agora?" Pensei, e depois desse pequeno pensamento eu resolvi tentar não pensar em mais nada e mudar de assunto.

— O quê você estava fazendo na academia? Você é um vampiro certo? E até onde eu sei vampiros e cavaleiros são inimigos, então o quê estava fazendo lá? Por acaso estava nos espionando? Perguntei.

AMARA NARRANDO

Estávamos muito preocupados com o desaparecimento da Gaia, eu e o meu pai fomos até os aposentos da feiticeira para que ela nos ajudasse a localizar a Gaia, quando chegamos nem batemos na porta, meu pai empurrou a porta desesperado, a feiticeira estava meditando, mas o meu pai não quis esperar até ela terminar.

— Feiticeira, precisamos da sua ajuda, a Gaia desapareceu e não conseguimos encontrá-la, meu pai desesperado.

Ficamos um tempo sem resposta, e quando o meu pai ia falar de novo a feiticeira abriu os olhos e interrompeu o que quer que fosse que o meu pai queria dizer.

— Não poderia pelo menos esperar eu terminar a minha meditação general Varnnever? A feiticeira perguntou.

— Acho que ainda não percebeu a gravidade da situação feiticeira! A Gaia está desaparecida. Se o rei souber disso nós dois seremos pessoas mortas, precisamos encontrá-la imediatamente, meu pai falou.

Enquanto o meu pai falava a feiticeira se levantou.

— Eu sei muito bem disso, mas não é caso para tanto, sabe que eu posso localizá-la em fração de segundos. A propósito eu sei onde ela está, a feiticeira falou.

— E onde é que ela está? Perguntei.

— Ela está na fronteira entre o nosso reino e o clã vampiro, a feiticeira falou.

— O quê? Perguntamos eu e o meu pai ao mesmo tempo.

— O quê que ela foi lá? E como chegou tão longe? Perguntei.

— Isso só ela mesma pode nos dizer, a feiticeira falou.

— Então o que estamos esperando? Vamos para lá antes que algum vampiro a ataque, meu pai falou.

— Também não é pra tanto né papai, o senhor viu a performance dela no treino de hoje, a Gaia pode muito bem salvar a própria pele, a não ser que lute contra um exército de vampiros altamente treinados, ou contra o príncipe dos vampiros, ou até mesmo com o rei deles, falei.

— De qualquer jeito temos que encontrá-la, é bem sabido que os vampiros não respeitam o limite da fronteira, então temos que nos apressar, meu pai falou.

A feiticeira andou até a porta, parou e disse:

— Vocês vêem ou não?

Com isto, eu e o meu pai fomos até ela e seguimos rumo a fronteira, andamos pela mata deserta durante muito tempo, estava começando a me aborrecer, mas o meu ânimo subiu quando a feiticeira afirmou:

— Ela está perto, consigo senti-la.

             AARON NARRANDO

Para ser sincera, eu me senti um pouco ofendido com a terceira pergunta dela, francamente, eu sou o príncipe dos vampiros, nem mesmo o meu próprio pai alguma vez se atreveu a mandar-me espionar os nossos inimigos, ele sempre manda os seus lacaios fazerem isso.

— Primeiro, eu sei que você não é cavaleira só está se aventurando, por isso quando for falar dos cavaleiros retire a expressão "nos", segundo, eu não sou um lacaio, sou eu quem dá as ordens e não o contrário, não sou um espião, e terceiro, que deveria ser a segunda resposta... É você, Gaia. Eu estava lá por você, falei.

— Por mim? Como assim? Você nem me conhece, como poderia estar lá por mim? Gaia perguntou com um semblante confuso.

Ergui a mão esquerda e deslizei lentamente o meu dedo indicador sobre o corte no rosto dela cicatrizado-o instantaneamente, no exato momento em que a pele do meu dedo entrou em contato com a pele dela, senti um leve e doce arrepio percorrer todo o meu corpo, um misto de sentimentos que não soube distinguir, era tão gostoso, pôde sentir que a Gaia sentiu o mesmo, a cor dos olhos dela se igualaram a cor dos meus olhos, vermelho sangue, naquele momento eu tive a certeza que ela era a minha Soulmater.

Depois que o ferimento dela cicatrizou abaixei a mão.

— O quê... o-o quê foi isso? Gaia perguntou.

Ela parecia atônita e até mesmo atordoada, por isso, preferi não responder, pelo menos até ela estar pronta para saber, tenho certeza que de onde ela vem não existe esse lance de soulmater. Os meus sentidos de vampiro me alertaram sobre alguém se aproximando, ouvi o som de folhas sendo pisadas e um galho sendo quebrado, olhei na direção de onde veio o barulho, quando redirecionei o meu olhar para a Gaia estalei os dedos e em fração de segundos estavamos na porta da casa onde ela está morando.

— Se você se sentir diferente, ou passar por uma experiência estranha, me procure, sabe onde me encontrar não sabe? Falei, estalei os meus dedos e sumi dali.

             GAIA NARRANDO

Num minuto estávamos na floresta e no outro estávamos na porta da casa do Varnnever, não estava incrédula, mas num mundo como este, eu já deveria esperar tudo, até mesmo um unicórnio voador, mas mesmo assim não pude deixar de me surpreender, eu paralisei feito uma estátua quando vi ele desaparecer bem diante dos meus olhos, por um minuto achei que fosse desmaiar, mas tudo passou quando ouvi uma voz suave atrás de mim chamando o meu nome.

— Gaia!

Olhei para trás que era na direção da porta da casa, mas não vi ninguém, ouvi novamente a voz.

— Olá! Amara?! É você? Perguntei, mas não obtive resposta, a voz continuava chamando por mim e eu continuava perguntando quem era, mas obtia resposta alguma.

Pensei em entrar na casa para ver se era alguém lá dentro que estava me chamando, mas senti um calafrio quando tive essa ideia, eu sentia que algo não estava bem, por algum motivo minha intuição me dizia para não entrar, mas de qualquer forma eu entraria mesmo, então caminhei receosa até a porta,

Coloquei a mão na maçaneta e abri a porta, fiquei parada por alguns segundos, dei o primeiro passo, e a seguir o segundo, estava andando lentamente, encostei um pouco a porta, uma vez dentro agora estava ouvindo a voz vindo de dentro da casa.

— Olá! Amara?! Quem está aí? Olá!

Continuei repetindo as mesmas palavras, mas a voz continuava dizendo apenas o meu nome, segui na direção de onde vinha a voz e descobri um corredor que eu nem sabia que tinha nesta casa, em todos estes meses que estive aqui, nunca vi esse corredor, e para piorar era praticamente escuro, tinha muita ausência de luz.

Percebi que tinha algo escondido num canto e fui lá ver o que era, quando olhei com mais atenção vi que era a minha cadela Lina, parecia muito apavorada com a alguma coisa, ela tem vivido conosco aqui em casa desde que eu pedi a feiticeira, ao princípio o Varnnever não aceitou, mas a Amara o convenceu.

— Oi amor! O quê faz aqui? Parece assustada. O que está te assustando hei?

Quando fiz essa pergunta, ouvi a voz sussurrar o meu nome bem perto do meu ouvido, quando olhei para o lado vi algo aterrorizante e apaguei.

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