Capítulo 15. A traição da princesa Akira

VARNNEVER NARRANDO

Estava começando a amanhecer e eu não havia conseguido dormir direito, estava muito preocupado por causa da Gaia, se o rei descobrisse o que havia acontecido com ela eu estaria em grandes apuros, passei a maior parte da noite com os olhos abertos, não conseguia fechá-los mesmo tendo a minha amada Zafira do meu lado como sempre. A feiticeira havia passado a noite com a Gaia para cuidar dela caso alguma coisa ruim acontecesse.

Suspirei cansada vendo o sol nascer, me levantei e fui até o quarto da Gaia, quando abri a porta vi a feiticeira dormindo apoiada com a cabeça na cama da Gaia, não quis incomodar por isso decidi imediatamente recuar, estava prestes a fechar a porta, quando ouvi a feiticeira.

— Não há necessidade disso, não precisa ir embora não estou mais dormindo, na verdade, eu nem estava dormindo, faz algum tempo que estou acordada, a feiticeira falou.

Abri novamente a porta e entrei, caminhei até a feiticeira e ela se colocou de pé.

— sinto muito se perturbem o seu sono. Não era minha intenção, falei com intenção de me desculpar pelo que disse a ela ontem, mas infelizmente o meu ego falou mais alto.

— Não perturbou nada, eu já disse que não estava dormindo quando você chegou, a feiticeira falou.

Direcionamos a nossa atenção para Gaia e vimos ela pestanejar, o que para nós foi um sinal que ela estava acordando, observamos ela e a vimos abrindo os olhos, foi uma alegria e um grande alívio para mim, eu estava salvo.

             GAIA NARRANDO

Abrir os olhos com alguma dificuldade, a minha cabeça doía tão forte que achei que fosse rebentar, os meus olhos estavam muito pesados, até parecia que eu não dormia há dias, abrir totalmente os olhos e a minha visão que no início estava ofuscada clareou, os meus olhos pousaram nas duas figuras ao meu lado, eu os reconheci assim que os vi, eram o Varnnever feiticeira Wanda, eles estavam paradas na minha frente me observando.

— Tudo bem Gaia? Como está se sentindo? Wanda me perguntou.

— Eu não sei bem, estou um pouco confusa, a minha cabeça está doendo muito. O que foi que aconteceu? Respondi e perguntei.

— Esperávamos que você soubesse. Nós também não sabemos o que aconteceu, quando te encontramos você estava desacordada, Varnnever falou.

— Você não se lembra de nada Gaia? Wanda perguntou aparentemente preocupada.

— Não, eu não me lembro de nada. Só lembro que alguém me trouxe aqui, mas não sei ao certo quem foi. É importante que eu me lembre? Perguntei.

— Não, não, nem um pouco. Consegue se levantar? Wanda perguntou.

Imediatamente tentei me colocar de pé e por sorte não foi em vão, eu estava de pé.

— Ao que parece ela consegue, o Varnnever falou.

— Bom, eu vou tomar um banho.

Falei e fui para o suposto banheiro que tinha o mesmo tamanho que o meu quarto.

       AKIRA NARRANDO

Eu praticamente não consegui pregar os olhos a noite toda, não dormi nenhum pouco, o desencontro com o rei dos vampiros, tudo o que ele me disse, o que ele me prometeu sobre a minha mãe e o que eu vi nas lembranças dele, até mesmo a ilusão que ele criou dela me assombraram durante a noite.

Eu pensei muito na proposta dele, eu queria muito ter a minha mãe de volta e recuperar o tempo que perdemos longe uma da outra, mas por outro lado, minha consciência me repreendia sobre a decisão que eu havia tomado, eu sabia que pegar o livro das sombras, para não dizer roubar, significa trair o meu próprio pai e isso me deixava profundamente entristecida, mas eu já estava decidida, eu pegaria o livro pela minha mãe, eu não tinha nenhuma dúvida que ela estava viva, eu vi as lembranças do rei dos vampiros e acreditei no que ele disse.

Eu me levantei decidida, fiz um enchimento na cama com as almofadas e cobri com lençol, deverá ser suficiente para fazer o meu pai pensar que eu estou dormindo, mas só por precaução eu decidi escrever uma carta dizendo "por favor papai, não me acorde, tive pesadelos durante a noite, então por favor, me deixe dormir, prometo que vou compensá-lo mais tarde" essas palavras definitivamente me dariam o resultado que esperava, coloquei o papel em cima da minha penteadeira, que ficava lado a lado com a minha cama.

Coloquei uma veste comprida de cor preta com um capuz para cobrir o meu rosto, fui até a porta e no momento em que a abri invoquei o meu poder e fiquei totalmente dourada dos à cabeça, o meu corpo se contorceu e logo assumi a forma de um rato branco devido ao meu tom de pele, toda a vez que eu me transformo num animal a minha cor é sempre branca.

A minha mãe era uma dourada, ou seja, é, eu adquiri a essência dela, os dourados são nada mais nada menos que criaturas de ouro, temos a capacidade de nos transformar em qualquer coisa, objetos, pessoas animais, podemos até mesmo transformar metade do nossas mãos em qualquer tipo de arma.

Eu saí caminhando pelos corredores do castelo apressada e o mais sorrateiramente possível para que ninguém me notasse, mas infelizmente a mordoma do castelo, a senhorita Mariana, me viu e gritou de susto, ela tem muito medo de ratos e de fato esse foi o único animal no qual nunca tinha transformado antes.

A senhorita Mariana desmaiou reto depois do grande grito que deu, geralmente ela nunca demora acordar quando desmaia, por isso decidi correr antes que o pior acontecesse comigo, desta vez andei com mais cautela evitando ao máximo todos os que encontrava pelo caminho e me escondia, até que finalmente cheguei no corredor da sala dos artefatos mágicos, me escondi atrás de uma parede para evitar que os guardas que eu vi protegendo a entrada da sala dos artefatos me vissem, voltei a minha forma original e depois me transformei em alguém que nem eu mesma conhecia, foi apenas uma descrição que eu imaginei e a tornei real.

Uma mulher morena de olhos âmbar, magra e alta com cabelos longos e tão negros quanto carvão, fechei a minha mão direita e me transformei em dourada, ou seja em ouro, direcionei a minha douradez para a minha mão fechada e quando a abri tinha um pó dourado capaz de enfraquecer significativamente qualquer pessoa a ponto de fazê-la dormir instantaneamente, o pó não causa nenhum dano às pessoas.

Coloquei o capuz e sai de trás da parede, fui caminhando até eles tendo o capuz como abrigo para o rosto desconhecido até mesmo por mim.

— Ei! senhorita! O que está fazendo aqui? Essa área estritamente proibida — ergui o rosto sem nada a temer e com ele a minha mão que continha o pó dourado — Você não deveria estar...

Soprei o pó caminhando a poucos metros deles, mas felizmente o pó dourado assumi vontade própria de percorrer até onde lhe der vontade quando alguém o sopra, ele alcançou os dois guardas e no mesmo instante o guarda que estava faltando desmaiou ao mesmo tempo que o companheiro dele sem terminar o que estava falando.

Cheguei mais perto deles e afastei o que tinha caído desmaiado na frente da frente da porta, transformei o meu dedo indicador da minha mão direita na chave da porta, eu tinha decorado na minha cabeça todos detalhes daquela chave de tanto vê-la com o meu pai, foram apenas dois cliques e a porta abriu, entrei e me dirigi até estante dos livros mágicos ignorando todos os artefatos que entravam no meu campo de visão.

Não foi muito difícil achar o livro das sombras, o meu pai o havia escondido numa sala secreta atrás da estante dos livros mágicos, e felizmente eu sabia como chegar lá, o meu pai ensinou como quando estava me ensinando sobre os deveres e obrigações que eu teria quando o sucedesse ao trono, puxei da estante um livro com aspecto de ouro que por sua vez não saiu do lugar, aquele livro abria a passagem para a sala secreta, a estante se moveu automaticamente para a esquerda revelando a passagem da sala secreta cujo as paredes eram de rocha acastanhada.

Entrei descendo as escadas que também era de rocha acastanhada, a estante voltou no seu lugar fechando a passagem, mas eu não preocupei, pois ela se abriria quando eu me aproximasse com a intenção de sair, o corredor ficou escuro, mas não por muito tempo, os candeeiros de ambos os lados, esquerda e direita, se acenderam todos sozinhos aleatoriamente, eu continuei o meu caminho até descer o último degrau da escada.

Curvei para a esquerda e lá estava ele, o livro das sombras, eu o observei de longe, estava em cima de uma rocha alta, mais ou menos na altura de uma mesa, ele costuma estar afundado na rocha, a única rocha negra daquele lugar, me transformei no meu eu e me aproximei não me surpreendendo ao ver o livro afundado na rocha, na capa estava escrito "livro das sombras" e havia uma pequena inscrição mais abaixo em letras finas "livro de magia negra, proibido usar"

Eu achei aquilo tão ridículo como da última vez que o li, por quê escrever um livro e depois simplesmente proibir as pessoas de usá-lo? Era totalmente ridículo, porém, não perderia perder tempo pensando nisso, dei uma palmada meio forte no livro, senti uma onda sair do livro exatamente como da última vez.

O livro veio a superfície e o retirei da rocha, ele era realmente pesado e extremamente volumoso, eu definitivamente estou traindo o meu traindo pai, mas valerá a pena quando eu tiver a minha mãe de volta, o meu pai deixará de se lamentar por não ter conseguido salvá-la e voltará a sorrir de extrema felicidade como costumava fazer antes da morte da minha mãe, a minha família finalmente estará completa como antes, isso é uma traição com benefícios, eu vou receber o que sempre quis de volta, a minha mãe.

Decidi não perder não perder mais tempo e me teleportei para a fronteira tal como o rei dos vampiros havia me dito, mas fiz isso depois de sair da sala secreta, pois ela havia sido enfeitiçada pela feiticeira Wanda para com um feitiço que bloqueava qualquer tipo de magia. Quando cheguei na floresta foi surpreendida ao vê-lo virado de costas para o riacho, ele parecia já estar me esperando, mas ele não estava sozinho, havia uma mulher ao lado dele, no momento em que supôs quem era ela o meu coração acelerou de uma forma que parecia que sairia do peito pra fora, seria ela? Será que aquela mulher era a minha mãe? Fiquei estática e incrédula, perdi até mesmo o controle da minha respiração.

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Comments

Prata

Prata

Gente como a princesa Akira pôde fazer isso com o próprio reino que um dia ela governará

2024-03-22

3

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