Capítulo 1. Onde você for eu vou

Eu me chamo Gaia Grey, e atualmente sou a rainha de Endoril, provavelmente vocês não devem conhecer é um reino pra lá do nosso, um reino de cavaleiros de dragões e criaturas místicas e sobrenaturais.

Pra ser sincera eu nunca achei que fosse me tornar rainha de nenhum reino, eu nem tinha conhecimento de outro além deste a que chamamos de mundo, planeta terra, e enfim, há alguns anos atrás eu nem sabia quem eu era de verdade até entrar neste mundo de doidos, do outro lado do meu, ou seja, do nosso, onde eu achava que pertencia.

Para que vocês saibam melhor quem eu sou, a minha história será contada passo a passo, a minha trajetória até aqui, até me tornar a estimada e amada rainha de Endoril. Eu vivi grande parte da minha vida num orfanato, por isso, considero que foi ali mesmo onde tudo começou para mim, o orfanato, bom, então vamos lá.

Eu me lembro daqueles dias como fosse ontem, eu e a Nina estávamos brincando de esconde esconde, eu e a Nina somos melhores amigas desde que me lembro de mim como ser humano.

Eu estava escondida no mais profundo do armário do nosso quarto, costumávamos dormir várias garotas no mesmo quarto tal como é na maioria dos orfanatos, os garotos partilham o mesmo quarto e as garotas também, mas mesmo assim eu gostava de chamar nosso quarto com a Nina, me sentia melhor assim, me sentia em casa.

A Nina estava me procurando, ela entrou no nosso quarto e olhou de baixo das camas e em todos os outros lugares que ela achava que eu poderia estar escondida, o único lugar onde ela não procurou foi no armário, que era onde eu estava escondida, ela sabia que eu tinha medo do escuro por isso jamais me atreveria a entrar naquele armário mas naquele dia eu decide enfrentar o meu medo, estava cansada de ver a Nina ganhado de mim o tempo todo e decidi me esconder no armário escuro.

Aquele armário era como um outro qualquer, mas tinha uma porta que ia dar até um closet enorme que era utilizado por todas as garotas que dormiam naquele quarto.

Quando eu vi a Nina sair aproveitei e fui correndo para escritório da madre superiora e infelizmente para mim a Nina me viu.

— Te achei, Nina falou assim que me viu correndo e foi logo atrás de mim.

Eu corri o mais rápido que pude para que ela não me pegasse, estava quase entrando no escritório da madre superiora, a porta estava aberta mas provavelmente a madre superiora não estava lá, ela costumava estar muito ocupada o tempo todo recebendo os casais que queriam adotar crianças e algumas vezes recebendo visitantes que iam fazer doações para o orfanato, aquele orfanato era muito conhecido e recebia doações com bastante frequência. Infelizmente eu e a Nina nunca fomos escolhidas para ser adotadas, mas quem se importa com isso? A Nina era tudo para mim e eu era tudo para ela, nós duas vivíamos uma para outra e fizemos uma promessa de nunca sair do orfanato se não fosse para sermos adotadas as duas pelo mesmo casal.

Foi por um triz, eu estive por um triz de entrar no escritório da madre superiora mas de repente senti uma mão me puxando e quando olhei vi que era a Lina, a freira que costuma cuidar da gente, na verdade todas as freiras costumam cuidar da gente mas a Lina cuida mais, para ser sincera eu nunca curti que ela fosse uma freira ela merecia mais, ela deveria ter filhos e um marido que a ama mas não ela escolheu ser uma freira.

— O que você acha que está fazendo Gaia? Eu já não te falei pra não brincar de esconde esconde no escritório da madre superiora? Você pode ser castigada, Lina falou muito chateada.

— Desculpa irmã Lina, não vou voltar a brincar de esconde esconde no escritório da madre superiora, falei com olhar de cachorrinho abandonado, a Lina nunca resiste a isso é o ponto fraco dela, as vezes penso que ela queria poder ter filhos porque ela nos trata como se fôssemos filhos dela.

— Foi isso que você disse da última vez mas estava prestes a fazer de novo, e tem mais, vocês duas sabem muito bem que é proibido correr nos corredores do orfanato, Lina falou se dirigindo a mim e a Nina ainda com cara de brava.

— Desculpa irmã Lina, falamos eu e Nina ao mesmo tempo.

— Tá bom, mas não façam isso de novo, se não a gente nunca mais vai poder ser amiga tá bom? Lina falou depois de tirar a cara de brava que tava, e sinceramente na minha opinião ela não deveria colocar essa cara nunca ela fica horrível.

— Nós prometemos, falamos eu e Nina simultaneamente levantando o nosso dedo mindinho ao mesmo tempo, era assim que nós costumávamos fazer promessas.

A Lina cruzou o dedo mindinho da mão direita dela no meu e o esquerdo no da Nina.

— Pronto, agora vamos, Lina falou me segurando pelos ombros e me colocando na frente.

— Pra onde? Nina e eu perguntamos.

— É uma surpresa, vocês vão saber quando chegarmos lá agora vamos.

Eu e a Nina seguimos a Lina até chegarmos no pátio do orfanato, eu não estava entendo nada e acho que a Nina também, a maioria das crianças estavam no pátio todos bem bonitos e bem arrumados, eu e a Nina éramos as bonecas da Lina por isso estavamos sempre bem arrumadas.

— O que está acontecendo irmã Lina? Perguntei erguendo a cabeça para alcançar o rosto da Lina.

— Estão vendo aquele casal ali? Lina perguntou apontando para um senhor de jaleco preto e uma mulher de vestido branco com fores vermelhas.

— Sim, respondi e Nina deu a mesma resposta logo em seguida.

— Então, eles vieram adotar vocês, Lina falou com um sorriso largo no rosto.

— É sério? Perguntei enquanto Nina estava esperando a resposta da Lina tão ansiosa quanto eu.

— É, Lina falou.

Dava para ver que ela estava muito feliz por prestes a ser adotadas mas pensando bem, eu não queria me separar dela por isso depois de comemorar por poucos segundos fiquei triste, Lina se abaixou a minha altura e falou comigo.

— O que foi Gaia? Porquê você está triste? Não quer mais ser adotada? Lina perguntou com um semblante preocupado.

— Eu quero, e estou feliz sim mas não quero ficar longe de você, falei com a cabeça baixa e o olhar direcionado para o chão.

— Não precisa se preocupar minha pequena, vocês podem até ficar longe de mim mas eu sempre irei visitá-las quando der, eu prometo, a mulher que vai adorar vocês é minha prima, depois de passar alguns anos ouvindo as reclamações de vocês sobre nunca serem adotadas eu decidi pedir para a minha prima adotar vir adotar vocês, ela não tem filhos e eu garanto que vai cuidar tão bem de vocês quanto eu, agora vão ali e mostrem o quão adoráveis, fofinhas e bem comportadas vocês são está bem! Lina falava limpando as lágrimas que escorriam dos meus olhos sem eu perceber.

— Está bem, respondi.

No mesmo instante Nina puxou o meu braço e me levou para junto das outras crianças, assim que o casal viu eu e a Nina indo até eles e a Lina vindo atrás de nós eles souberam logo que era eu e a Nina que eles tinham que adotar, e assim foi, quando eles viram eu e a Nina chegando se mostraram muito interessados e a mulher não parava de segurar os meus cabelos ruivos assim como o marido que ficou olhando perdidamente para os olhos verdes bem notáveis da Nina.

Depois de um bom tempo nos admirando eles se apresentaram como Bridget e Jonas, eu e a Nina dissemos os nossos nomes quando o homem perguntou e depois eles perguntaram para mim e para a Nina se queríamos ser adotadas, a Nina respondeu com ansiedade mas eu fiquei com um pouco de receio e olhei para a Lina, ela acenou para mim com a cabeça para que eu aceitasse e então eu dei um grande sorriso e pulei gritando bem alto "simmmm" o casal ficou muito feliz com minha resposta que era a única coisa que eles estavam esperando para adotar eu e a Nina.

— Que bom, então vamos, fazer assim, Nina você e a Gaia vão arrumar as vossas malas e eu e o meu marido Jonas vamos conversar com a madre superiora e assinar alguns papéis para podermos levar vocês para a vossa nova casa está bem? Bridget falou com um enorme sorriso no resto.

— Está bem, falamos eu e a Nina super animadas.

— Então vão preparar as malas de vocês, vão lá, Bridget falou.

Depois disso, Lina segurou a minha mão e a da Nina e nos levou para o dormitório, ela nos ajudou a fazer as malas e antes de irmos ela nos deu um abraço bem forte, eu com certeza ia sentir falta daquele abraço tão caloroso e de ser a boneca da Lina, ela era como uma mãe para mim e para a Nina.

Demos um beijo na bochecha dela e saímos com as nossas malas, não levamos muita roupa porque o resto seria de total responsabilidade da Bridget e do Jonas, chegamos no pátio e esperamos um bom tempo por eles, demoraram um pouco mas depois vimos eles vindo com a madre superiora, a Bridget estava com um papel na mão, provavelmente deveria ser a papelada da adoção.

— Prontas meninas, Bridget perguntou com um sorriso de felicidade bem largo.

— Simmmm, respondemos eu e a Nina super animadas.

— Então vamos lá, Jonas falou segurando a minha mão.

Bridget segurou na mão da Nina e fomos direto para o carro, eu e a Nina olhamos para trás e acenamos para Lina em despedida e tudo o que ela fez foi sorrir, de qualquer forma eu também não me preocupei muito afinal eu iria vê-la de novo mesmo. Subimos no banco de trás do carro e vi a Lina acenando em despedida para mim e para Nina, eu e ela acenamos de volta, o carro deu partida e fomos para aquela que seria a nossa nova casa.

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Comments

Perola Maria Cabral

Perola Maria Cabral

amando

2024-04-19

0

Perola Maria Cabral

Perola Maria Cabral

estou gostando desde já!

2024-04-19

0

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