"O Entrelaçar do Amor"

Ana

Nunca imaginei estar nesta situação, tudo é completamente novo e diferente para mim. No entanto, eu o amo profundamente, mesmo ciente de seu lado lupino. Enquanto o observo dirigir, a janela do carro está aberta e a paisagem da floresta passa rapidamente diante de nós. A luz do sol entra no carro, refletindo um brilho dourado nele; seus cabelos dançam ao vento.

Nesse instante, enquanto o contemplo dessa forma, meus olhos se enchem de lágrimas. Meu Deus, como o amo. Nunca imaginei ser possível amar alguém tão intensamente. Por um momento, enquanto o vento acaricia meu rosto, fecho os olhos e internamente desejo que esse momento se eternize.

Ele me olha e segura suavemente minha mão, levando-a delicadamente até sua boca para um beijo. Seus olhos estão curiosos enquanto ele pergunta:

— Está tudo bem? Depois que acertamos às coisas, você ficou tão quieta. Algo a preocupa? Mudou de ideia sobre vir para minha casa? Se for o caso, posso voltar com o carro.

Com a cabeça apoiada no encosto do carro, sorrio ao virar para ele, colocando minha mão sobre a sua. Respondo:

— Estou bem, não se preocupe. Só que, olhando você sob a luz do sol por um momento, desejei que essa cena fosse eternizada. Amo você, Adrian, muito mesmo.

Ele sorri, o mais lindo que já vi, e responde:

— Nossos momentos serão eternizados, de alguma forma. E você é a única que se alojou em meu coração em milênios. Eu te amarei eternamente Ana.

Sorrimos um para o outro. Quero viver esse amor ao lado dele, enfrentando tudo e todos se necessário, seguindo meu coração. Decidimos oficializar só após o fim do colegial, mas até lá, nos encontraremos às escondidas, como amantes sob a luz da lua.

O carro entra na rua cercada pela floresta, a luz do sol filtrando pelas árvores cria um espetáculo. Essa paisagem, ao lado dele, é aconchegante e cheia de amor, e ao mesmo tempo sobrenatural e cheia de esplendor.

Chegamos em sua casa e ele brinca ao desligar o carro:

— Chegamos ao covil do lobo.

Rindo da brincadeira, me inclino para beijá-lo, dizendo:

— O lobo mais bonito que já vi.

Ele sorri e retribui o beijo:

— Considerando que sou o único lobo que você conhece, tenho vantagem. Vamos, vou preparar algo para nós.

Ao entrar, ele pede:

— Pode abrir as janelas e a porta da varanda?

Deixo meu material escolar no sofá e me dirijo às janelas enquanto digo:

— Claro.

Enquanto abro as janelas, ele tira os sapatos, a camisa, ficando apenas de calças e descalço, seguindo para a cozinha após lavar as mãos para começar a cozinhar.

Ao abrir a porta da varanda, ele, segurando uma panela, pergunta:

— Tem preferência de algo ou...

Interrompo-o, me aproximando:

— Sendo bom, não tenho frescura, qualquer coisa comestível está ótimo.

Ele sorri ao abrir a geladeira e diz:

— Acho que me apaixonei novamente por você.

Sorrio com o comentário enquanto ele pega uma tigela da geladeira:

— Tenho algumas almôndegas prontas que fiz ontem, estão deliciosas. Prefere arroz ou macarrão para acompanhá-las?

Sem hesitar, respondo:

— Arroz. Sei que combinam mais com macarrão, mas adoro almôndegas com arroz.

Ele concorda, indo preparar o arroz:

— Ótima escolha, realmente fica muito bom.

Enquanto lavo minhas mãos na pia, ofereço ajuda:

— Quero ajudar. Qual será minha tarefa?

Ele me pede:

— Pegue uns tomates maduros na geladeira, por favor. Gosto de usar para o molho das almôndegas, não sou fã dos industrializados.

Pego os tomates, lavo-os e começo a cortar em cubinhos como ele instruiu. Enquanto corto os tomates, a cozinha se enche de risadas e conversas, fortalecendo o vínculo especial entre nós. Adrian habilmente mexe o arroz, enquanto preparo os tomates para o molho das almôndegas.

Estar em sua casa, trabalhando juntos na cozinha, parece tão natural e reconfortante como se sempre tivéssemos estado assim.

— Você é habilidoso — elogio, observando Adrian mexer o arroz.

— Obrigado, não só para mexer o arroz — responde ele, com um sorriso sugestivo.

Sorrio um pouco tímida pelo olhar que ele me lança. O aroma das almôndegas prontas se espalha pela cozinha, tornando o ambiente ainda mais acolhedor. Cada momento compartilhado parece fortalecer os laços entre nós.

Enquanto conversamos e nos divertimos, Adrian começa a montar o prato. O arroz, as almôndegas e o molho se combinam de maneira deliciosa, criando uma refeição simples e reconfortante.

— Pronto! Acho que está bom — anuncia Adrian, servindo os pratos com cuidado estético.

Sentamo-nos à mesa e comento:

— O cheiro está sensacional.

Ele concorda enquanto saboreamos a refeição. A atmosfera é de completa harmonia, cada mordida acompanhada por conversas animadas e sorrisos, criando um momento único entre nós.

Ao terminarmos, Adrian se levanta para cuidar da louça.

— Não precisa, eu ajudo. Você já fez a maior parte — ofereço, pronta para compartilhar a tarefa.

— Não, relaxe. Deixe que eu cuide disso. Você pode relaxar um pouco — insiste ele, sorrindo.

Enquanto Adrian lava os pratos, eu me aconchego no sofá, observando-o com carinho. A sensação de proximidade e cumplicidade que estamos construindo é tão forte que parece transcender as palavras.

Após Adrian terminar a limpeza, ele se junta a mim no sofá, e a sensação reconfortante nos envolve por completo. Trocamos olhares cheios de significado, dispensando as palavras entre nós.

— Está ficando tarde. Talvez seja hora de te levar para casa — sugere Adrian, quebrando o suave silêncio, com um olhar um tanto melancólico pela despedida iminente.

— Sim, é verdade — concordo, relutante em interromper a paz do momento.

Adrian se levanta e, com um gesto gentil, oferece-me a mão para ajudar a levantar do sofá. Cada toque entre nós parece carregar um significado especial. Enquanto caminhamos em direção ao carro, sinto uma certa melancolia se instalar. Saber que em breve nos despediremos, mesmo que temporariamente, pesa no meu coração.

No trajeto até minha casa, um silêncio confortável preenche o espaço entre nós. Cada quilômetro percorrido parece nos aproximar da separação temporária, mas também representa uma contagem regressiva para os futuros encontros.

Ao chegarmos à minha casa, Adrian estaciona o carro e volta-se para mim com um olhar cheio de ternura.

— Obrigado por hoje. Foi um dia incrível, eu te amo, Ana — diz ele, sua voz suave ecoando no interior do carro.

— Eu também te amo. Obrigada, Adrian. Foi realmente especial — respondo, lutando para conter a emoção.

Antes de sair do carro, ele segura minha mão por um momento, olhando-me nos olhos com expressão que transmite carinho e promessas silenciosas. Gentilmente, ele me puxa enquanto me beija apaixonadamente. E então, entre o beijo, sussurro:

— Amanhã quero te ver em sua forma de lobo, posso?

Enquanto interrompe o beijo, ele me olha com um brilho de emoção nos olhos e responde:

— Será um prazer.

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