Ana
O despertador ecoou alto, arrancando-me rapidamente do sono. Estendi a mão e silenciei o alarme. Suspirei, pensando: "Pronto, estou acordada e agora preciso processar tudo o que aconteceu ontem. Meu Deus, o professor se transformou mesmo em um lobisomem. Como é possível!?"
Virei-me na cama e encarei o teto, tentando absorver tudo isso. Isso explicava por que o professor Adrian sempre parecia tão intrigante e enigmático. E se ele se transformar novamente e atacar os alunos? Isso é uma possibilidade real? Ou teria sido apenas um devaneio meu? Não, definitivamente não foi.
Vi com meus próprios olhos, escondida atrás daquele arbusto, quando ele saltou da varanda e se metamorfoseou naquela fera. Suspirei fundo e me ergui, dirigindo-me ao espelho do banheiro. Coloquei a língua para fora e aproximei-me do espelho, verificando minha temperatura. Tudo parecia normal.
Não sei se deveria me sentir aliviada por não estar doente ou se é pior, já que não foi uma alucinação, mas sim realidade. É o que acontece quando se banca a detetive, não é? Agora tenho que lidar com essa revelação surreal.
Estou em um verdadeiro dilema. Posso confiar nele? Ele é realmente bom? Estará a lenda que circula sobre SombraVale relacionada a ele? Meu Deus, acho que estou enlouquecendo.
Nesse instante, minha mãe bateu à porta:
— Ana, querida, está tudo bem!? Você tem aula e precisa levar seu irmão para a creche.
Ainda de pijama, abri a porta. Ela se surpreendeu ao me ver e exclamou:
— Céus! Ainda está de pijama!?
Encarei-a e respondi:
— Não vou à escola hoje, mãe. Não estou me sentindo bem.
Ela se aproximou rapidamente, tocando minha testa:
— O que houve? Não está com febre.
Com pouca energia, expliquei:
— Não sei, mãe. É só uma indisposição. Mas, por favor, não me mande para a escola.
Com os braços cruzados, ela me avaliou e disse:
— Está bem, mas lembre-se, você ainda tem que levar seu irmão para a creche. Não se atrase, estou quase saindo.
Assenti e segui minha rotina matinal, atormentada pelos pensamentos sobre minha descoberta. É chocante constatar que as histórias de lobisomens não eram apenas lendas, mas uma realidade disfarçada de ficção.
E o meu atraente professor é um desses lobisomens, emergindo diretamente das histórias. Certas revelações são como testes cardíacos. Após me arrumar às pressas, desci as escadas e encontrei Pedro, meu irmãozinho, já pronto para sair. Seus olhos brilhavam de animação, ansiosos para ir à creche.
— Bom dia, Ana! Vamos logo, não quero perder a hora. Vai ser divertido hoje! — exclamou Pedro, empolgado.
— Bom dia, Pedrinho. Já estou indo. Não se esqueça de pegar sua mochila, está bem? — respondi, tentando disfarçar minha indisposição.
Minha mãe, pronta para sair, estava na porta e perguntou:
— Você está se sentindo melhor, filha?
— Um pouco, mãe. Acho que só preciso descansar um pouco mais hoje — expliquei, tentando parecer convincente.
Ela acenou com a cabeça, claramente preocupada:
— Tudo bem. Vou indo. Por favor, não se atrase para levar o Pedro.
— Pode deixar, vou cuidar dele — assegurei, tentando transmitir confiança.
Assim que minha mãe saiu, ajudei Pedro a pegar sua mochila e saímos de casa. O caminho até a creche foi tranquilo. Pedro tagarelava animado sobre suas aventuras imaginárias, e eu tentava manter um sorriso no rosto para não preocupá-lo.
Chegando à creche, dei um beijo na testa de Pedro e o deixei na sala, garantindo que estivesse bem. Ele acenou animado, mergulhando rapidamente nas brincadeiras com os outros colegas.
Enquanto me afastava da creche, senti o peso das preocupações sobre o que havia descoberto. A rotina habitual parecia distante nesse momento. De volta para casa, tentei organizar meus pensamentos. A revelação sobre o professor Adrian ainda ecoava na minha mente, confundindo sentimentos de medo, fascínio e incerteza.
A manhã e o início da tarde passaram em um emaranhado de pensamentos. Tentei me distrair em casa com alguns livros, mas minha mente estava sempre voltada para a perturbadora descoberta sobre o professor Adrian.
Ao meio-dia, meu celular vibrou. Era uma mensagem de Amanda:
AMANDA: Ei, Ana! Por que você faltou hoje na escola? O Professor Adrian está bem estranho, sabia? Ele fica olhando para a sua carteira vazia o tempo todo. O João até comentou que o Professor perguntou por que você não apareceu hoje.
ANA: Oi, Amanda. Não estou me sentindo muito bem, então decidi ficar em casa. É estranho o Professor Adrian agir assim... Obrigada por me avisar.
AMANDA: Ah, entendi. Melhoras então! Sim, é bem estranho mesmo. Ele parece preocupado ou sei lá, não está normal.
ANA: É, realmente estranho. Mas obrigada por me contar, Amanda. Depois a gente conversa mais.
A conversa com Amanda deixou minha mente confusa. O comportamento estranho do Professor Adrian era apenas mais uma peça neste quebra-cabeça confuso. A sensação de ser observada ou de algo sinistro acontecendo me incomodava. O tempo arrastou-se até que, de repente, a campainha tocou.
Desliguei a TV e fui até a porta. Ao abri-la, meu coração deu um salto. Lá estavam Amanda e João, com o Professor Lobo, ou melhor, Adrian, logo atrás deles. Sem poder conter minha surpresa, com os olhos arregalados, eu disse, fitando-o:
— Mas que droga é essa!?
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Atualizado até capítulo 104
Comments
teti andrade
não acredito que Adrian foi na casa de Ana com os amigos dela kkkkkkk, ele marca território mesmo e também não tem paciência nenhuma pra esperar kkkk ela se costumar com descoberta kkkk😂😂
2025-03-01
0
Maria Izabel
Adrian e Ana precisam conversar sinceramente para esclarecer essas situação com eles e dizeres a verdade
2024-07-19
1
New Biana
hhh esse professor
2024-04-03
3