Adrian
Enquanto dirigia para a escola, um sorriso genuíno surgiu em meu rosto ao lembrar da conversa de ontem com Ana. Ter o apoio dela significa muito para mim. Sei o quanto foi difícil para ela compreender esse meu lado sobrenatural, já que nem eu mesmo me conheço completamente.
Isso me fez refletir. Talvez seja hora de buscar respostas, desvendar as camadas ocultas sobre minha verdadeira identidade. Afinal, as possibilidades são infinitas.
Ao chegar na escola, fui direto para a sala dos professores, pronto para preparar o material de mais uma aula. Terminado tudo, encaminhei-me para a sala de aula. No corredor, uma professora acelerou os passos para alcançar-me, sorrindo, disse:
— Sua aula é no terceiro A, certo? Ouvi dizer que são complicados.
Olhei brevemente para ela, notando ser uma professora jovem, cabelos amarrados num rabo de cavalo, trajes clássicos de uma professora de inglês.
Olhei para o relógio enquanto respondia:
— Sinceramente, não posso reclamar. São adolescentes, estão cheios de energia, mas consigo trabalhar harmoniosamente com eles.
Ela sorriu alto, chamando a atenção dos alunos, incluindo Ana e seus amigos próximos à porta da sala. Nossos olhares se encontraram brevemente, reconhecendo o que compartilhamos.
A professora, cujo nome eu não sabia, riu e disse:
— Ah, pode admitir, é difícil lidar com adolescentes.
Parando quase perto da porta, em tom mais baixo, respondi:
— Concordo. Todos sabemos, não é? No entanto, escolhemos ensinar. Talvez devêssemos parar de reclamar, afinal, foi nossa escolha lecionar. Com licença, tenho uma aula para ministrar.
Sem demora, entrei na sala, seguido por Ana e seus amigos. A professora parecia perplexa enquanto seguia seu caminho pelo corredor. Talvez tenha sido um pouco rude, mas não estava disposto a conversar, pelo menos não com ela.
Sentei-me à minha mesa enquanto os alunos tiravam seus materiais das mochilas, percebi certo desânimo neles. Decidi então mudar um pouco o ritmo da aula. Levantei-me e, apoiado na mesa, chamei a atenção deles:
— Pensei em fazer algo diferente hoje. O que acham?
Surpresos, eles trocaram olhares. Enquanto isso, Ana e seus amigos expressaram pura surpresa. Um aluno perguntou:
— Como seria essa aula diferente, professor?
Sorrindo levemente, respondi:
— Afastem as carteiras e sentem-se no chão, formando uma roda. Vamos conversar, ou melhor, contar histórias.
Todos mostraram curiosidade, ansiosos pela novidade. A sala logo se transformou, as carteiras foram afastadas e os alunos ocuparam o espaço no chão. Enquanto se acomodavam, houve um pequeno tumulto na busca por lugares, e sem planejar, eu e Ana acabamos sentando juntos, lado a lado. Trocamos um breve olhar.
Estar tão próximo dela me deixou um pouco desconcertado no início, pois seu doce aroma suavemente, irradiou ao meu redor. Assim que todos se acomodaram, falei:
— Se quiserem, cada um pode contar sua história ou uma história que conheçam.
O amigo de Ana, João, ajustando os óculos, propôs:
— Se todos concordarem, posso contar a lenda que circula em SombraVale, professor. Até uma estátua na praça foi erguida para homenageá-la.
Todos os alunos exclamaram em uníssono:
— Ah, João, de novo não!
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Atualizado até capítulo 104
Comments
Claudia Santos
estou em dúvidas,ele solitário,eles vivem em bando,tem a alcatéia, sempre em um território tem o alfa que comanda,ele não é um renegado, e como não conheceu outros da tua raça?
2024-12-13
0
teti andrade
história de Adrian vai ser contada por João de novo, mas agora próprio lobo está presente kkkkkk
2025-03-01
0
Maria Izabel
espero que João conte a história da estátua do lobo 🐺 assim pode ser um começo para Adrian investigar sua história
2024-07-19
2