"Conexão na Floresta"

Ana

Assim que cheguei da escola, logo me encaminhei para a floresta para fotografar. Como minha mãe sempre busca o Pedrinho na escola ao voltar do trabalho, não me preocupo em voltar para casa tão cedo. Hoje estou indo completamente sozinha, já que João está ajudando a Amanda com a lição de matemática, então eles não vieram.

Falando em João, quando ele mencionou a lenda de SombraVale mais cedo na aula especial que o Professor Adrian nos deu, percebi que o professor demonstrou certo interesse pela lenda. Na verdade, agora até eu mesma estou mais curiosa, considerando que descobri que o professor é um lobisomem. Isso sugere que a lenda pode ser verdadeira.

Enquanto entro na floresta, me questiono se talvez o professor faça parte da linhagem do lobo mencionado na lenda, é uma possibilidade, já que ele afirma não saber muita coisa. Deixando esses pensamentos de lado, ao encostar minha bicicleta em uma árvore, pego minha câmera e me preparo para capturar as belezas naturais deste lugar.

Enquanto caminho pela floresta, cada clique da minha câmera registra a atmosfera mágica deste lugar. A luz filtrada pelas folhas, os pássaros cantando melodias desconhecidas e os aromas frescos da natureza enchem meus sentidos. Cada imagem capturada parece congelar um momento único e especial.

À medida que me aprofundo na floresta, meus pensamentos continuam voltados para o Professor Adrian. A maneira como ele se envolveu na história da lenda de SombraVale e a conexão que parece existir entre nós dois. Sua expressão ao falar sobre o tema, seus olhares enigmáticos... tudo isso desperta um sentimento especial em mim.

Enquanto eu ponderava sobre a possível ligação de Adrian com a lenda de SombraVale, um ruído estranho rompeu meus pensamentos. Curiosa, segui na direção do som, deixando para trás minhas especulações sobre ele. Ao chegar à uma clareira, deparei-me com Adrian, imerso na beleza da floresta, seu olhar fixo em uma antiga árvore.

Nossos olhares se encontram e, por um momento, há um silêncio carregado de significados não ditos. Parece que compartilhamos um entendimento mútuo, como se houvesse algo mais entre nós além do que as palavras poderiam expressar.

Enquanto me aproximo lentamente, sinto uma sensação de calma ao lado dele, como se estivéssemos conectados por algo além do que compreendíamos. Junto-me a ele diante da majestosa árvore e comento:

— Ela parece realmente antiga e bela, não é, professor?

Ele então deixa escapar um pequeno sorriso, seus olhos brilhando enquanto responde:

— Com certeza! Mas me chame apenas de Adrian, não estamos na escola, Ana, não precisamos de formalidades.

Um calor suave toma conta do meu rosto e, um pouco tímida, coloco meu cabelo atrás da orelha, respondendo:

— Claro, desculpe, é apenas um costume.

O silêncio entre nós é confortável, e por um momento, parece que o tempo diminui sua velocidade, como se o mundo ao nosso redor estivesse em pausa, permitindo que apenas nós dois compartilhássemos esse instante especial.

Uma brisa suave dança entre as folhas da árvore e faz com que toda a vegetação ao redor balance em um movimento tranquilo e hipnotizante. O Professor Adrian vira levemente o pescoço em minha direção, seu olhar se fixando na minha câmera, e ele comenta:

— Percebi que você adora fotografar, mas seja mais cautelosa, Ana. Por mais pacato que esse lugar pareça, pode oferecer perigos reais.

Um sorriso divertido e descontraído se forma em meus lábios enquanto nossos olhares se encontram. Brincando, respondo:

— Não se preocupe, agora tenho um lobo para me proteger.

Após minhas palavras, dou uma piscadinha para ele, um sorriso brincalhão estampado em meu rosto. A troca de olhares entre nós é repleta de cumplicidade, como se um entendesse o outro em um nível mais profundo do que meras palavras jamais podem expressar.

Enquanto eu ainda o encaro, retiro a câmera do meu pescoço e a coloco gentilmente sobre a grama, coberta por pequenas flores. Decidida, caminho em direção a ele, seu tamanho me faz parecer ainda mais pequena. Com gentileza, levo minhas mãos de encontro ao seu peito.

Sua respiração se torna irregular, sinto as batidas frenéticas do seu coração. Ainda nos olhando fixamente, pego gentilmente a mão dele e a levo em direção ao meu coração.

Num sussurro, digo a ele:

— Sentiu isso, Adrian? Ele fica assim toda vez que te vejo.

Ofegante, ele sussurra de volta:

— Você não imagina o quanto estou me segurando agora.

E então, ainda em sussurro, digo:

— Não precisa mais se segurar.

Sem hesitar, ele me ergue e rapidamente envolvo minhas pernas em torno de sua cintura enquanto nos beijamos fervorosamente. Era como uma sede um do outro, buscamos desesperadamente nos saciar.

Suas mãos percorrem minhas costas enquanto as minhas se infiltram em seu cabelo macio e sedoso. Sua língua habilidosa explora minha boca avidamente, e eu o acompanho, entrelaçando minha língua na dele.

Enquanto um de seus braços envolve minha cintura, o outro discretamente desliza por baixo da minha fina camiseta, suas mãos enormes gentilmente apertam meus seios.

Sinto-me como se estivesse em chamas, completamente excitada, mas de repente ele me coloca novamente no chão. Minhas pernas estão um pouco bambas, então respiro fundo para firmá-las no chão, enquanto ele passa a mão no cabelo, quase num gesto desesperado.

Com a respiração ofegante, ele me olha e diz:

— Isso não está certo, você é minha aluna, Ana, e além do mais, é muito jovem.

Franzindo a testa, o encaro e respondo, incrédula:

— Sério mesmo? Você mesmo disse que não estamos na escola. E, além disso, não me trate como se eu fosse uma criança. Acha que não consigo decidir o que quero? Você é um lobo, e mesmo assim, eu quis isso. Quero ficar com você. Acha mesmo que essas meras formalidades farão diferença comparadas a isso!?

Vejo enquanto ele engole em seco, como se ponderasse minhas palavras. Ele suspira profundamente e me diz:

— Volte para casa, Ana. Logo irá escurecer.

Após dizer isso, ele se transforma bem diante de mim. Devo confessar que a surpresa e o choque se fizeram presentes, mas não fiquei com medo dessa vez. Seus olhos de lobo me avaliaram profundamente antes de ele correr velozmente para dentro da floresta.

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