Adrian
Enquanto desfruto da tranquilidade deste sábado, distante das exigências da semana escolar, reflito sobre o desafiante papel de ser professor de adolescentes. Após um banho revigorante, opto por vestir algo confortável: uma calça de moletom, permanecendo sem camisa para aproveitar o ar fresco que entra enquanto saboreio uma refeição simples.
Sendo um lobisomem, tenho preferência por alimentos mais carnívoros, embora não seja realmente necessário caçar nos dias de hoje. De vez em quando, faço isso apenas por hábito.
De maneira inesperada, pensamentos sobre Ana surgem em minha mente. Há algo nela que me atrai de uma forma única. Além disso, parece que ela exerce grande influência sobre meus feromônios; minha parte lupina anseia loucamente por tê-la.
Logo após a refeição, dirijo-me à varanda e me sento em um estofado com um livro nas mãos. Meus pensamentos vagueiam, mas a lembrança dela não me abandona, seu aroma sutil e sedutor se entrelaça com este dia.
A cada página virada, lembranças do nosso encontro casual e dos olhares furtivos inundam minha mente. Ana possui uma presença magnética, despertando desejos indomáveis em mim.
De repente, o tempo fecha abruptamente, uma grande ventania assola a floresta ao redor de casa, indicando a possibilidade de um temporal iminente. No instante em que fecho o livro, uma gota grossa cai sobre sua capa. Levanto-me rapidamente e me encaminho apressadamente para dentro da casa.
No momento em que fecho a porta atrás de mim, um trovão estrondoso ecoa, seguido por grossas pancadas de chuva. No entanto, vozes gritando e batendo na minha porta me deixam um tanto inerte.
Isso é estranho. Nunca recebo visitas, especialmente porque os poucos amigos que fiz ao longo do tempo já se foram, já que, como lobisomem, vivo por muito mais tempo que os humanos. Por isso, decidi não fazer novos amigos ou me envolver com ninguém.
As batidas persistentes e as vozes finalmente silenciam meus pensamentos, e reconheço as vozes: são de Ana e seus amigos. Mas por que diabos eles estão aqui durante essa tempestade? Oh céus, eles estão fugindo da tempestade. Eu me apresso em direção à porta e a abro rapidamente.
Os três estão completamente encharcados. Ao me verem, arregalam os olhos e exclamam em uníssono:
— Professor!?
Olhando para eles, solto um suspiro profundo e, revirando um pouco os olhos, digo:
— Parece que sou eu mesmo. Vão ficar aí parados ou vão entrar?
Eles trocam olhares breves, surpresos com minha presença e talvez um pouco desconcertados com a situação inesperada. Ana dá um passo à frente, esfregando os braços para se aquecer um pouco, e responde com um sorriso nervoso:
— Desculpe por isso, professor. A tempestade nos pegou de surpresa enquanto estávamos na trilha. Decidimos continuar pelo caminho para encontrar um abrigo e, de repente, nos deparamos com esta casa. E aqui estamos nós.
Observando-os, percebo a ansiedade em seus rostos, reflexo da tempestade lá fora. Suspiro e acrescento:
— Fiquem à vontade. Vou buscar algumas toalhas para vocês.
Eles concordam e, enquanto saio para pegar as toalhas, noto-os observando a casa, claramente curiosos. Um arrepio estranho percorre minha espinha ao pensar na ironia da situação. Ana acidentalmente acabou encontrando minha casa - ou melhor, o covil do lobo, literalmente.
Ao voltar com as toalhas, eles agradecem. Ana, tentando aliviar a atmosfera tensa, comenta:
— Que coincidência, não é mesmo? Nunca imaginaríamos que o senhor morasse aqui. Deve ser um ótimo lugar para ter paz e tranquilidade.
Ela tenta manter um tom descontraído, mas consigo sentir a tensão no ar. Ofereço um aceno discreto de concordância, tentando disfarçar minha própria inquietação. Este encontro acidental estava indo além do inesperado.
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Atualizado até capítulo 104
Comments
Suelana Azevedo
estou gostando muito da história
2024-03-10
15
teti andrade
esse encontro não é acidental, é o destino aproximado Adrian e Ana ❤️
2025-03-01
0
Elenita Ferreira
Gostando do enredo da história!!!
2024-08-26
1