Ana
Enquanto eu, João e Amanda, estávamos na sala do professor, ele foi preparar um chocolate quente para nós. Estávamos cobertos por uma toalha para evitar molhar o sofá.
Amanda cochicha para nós:
— Gente do céu, que bizarro ele morar aqui no meio do mato, não acham estranho!?
João, ao ajustar seus óculos recém-tirados da mochila, franze a testa enquanto observa a sala e diz:
— É um pouco estranho, Amanda. Na verdade, ele pode até ser um serial killer; durante o dia, um professor e à noite, um implacável assassino. Mas também pode ser alguém reservado, que aprecia a tranquilidade deste lugar.
Enquanto isso, eu estava imersa em meus próprios pensamentos. Não consigo explicar por que sinto uma forte atração por ele, além do fato dele parecer ter um magnetismo natural.
Amanda cutuca minha costela e comenta:
— Você viu, Ana, como ele é um espetáculo sem camisa? Isso também pode ser perigoso, já que muitos psicopatas são extremamente bonitos e sedutores.
Sem paciência para as suposições dos meus amigos, respondo em um tom baixo e ríspido:
— Ah, por favor. Chega de suposições. Se ele for um assassino, provavelmente estaremos nos jornais amanhã, e nossa morte pode acontecer a qualquer momento, inclusive agora, enquanto ele prepara esse chocolate quente, ele também pode estar planejando como irá nos matar.
Nesse momento, o professor retorna com nossos chocolates, acompanhado por um trovão lá fora e um clarão que ilumina sua presença na sala.
Eu e meus amigos gritamos juntos:
— Ahhh!!!
O professor nos olha com o cenho franzido e coloca a bandeja na mesinha diante de nós, perguntando:
— Aqui está o chocolate. E por que gritaram?
Os olhares nervosos entre João, Amanda e eu se cruzam, até que finalmente encontro coragem para responder, meio sem jeito:
— Desculpe, professor, foi só um susto com o trovão lá fora. Estávamos distraídos...
Amanda rapidamente se ajusta e complementa:
— Sim, foi um susto repentino. Obrigada pelo chocolate, professor.
O professor pareceu desconfiado por um momento, mas logo seu rosto se iluminou com o que parecia ser um pequeno sorriso, enquanto disse:
— Compreensível, tempestades podem ser assustadoras. Espero que aproveitem o chocolate. Ah, depois que tomarem o chocolate e a chuva se acalmar, posso levá-los até suas casas.
Após ele dizer isso, pegamos as xícaras de porcelana com o chocolate quente e, ao levarmos à boca, nos deleitamos por um momento com o sabor característico do mesmo.
João, entre um gole e outro de chocolate, disse ao professor, enquanto este se retirava da sala:
— Desculpe, professor, mas acho que iremos recusar sua carona. Assim que a chuva passar, retornaremos à trilha para pegar nossas bicicletas que ficaram lá.
O professor demonstrou leve surpresa com a recusa de João, mas concordou com um aceno compreensivo.
— Claro, compreendo. Então, mantenham-se seguros na trilha de volta. Se precisarem de algo mais, estarei por aqui — disse ele.
Com um gesto gentil, retirou-se da sala, deixando-nos com às xícaras de chocolate quente ainda fumegante e um clima um tanto peculiar entre nós.
Amanda quebrou o silêncio com um olhar curioso:
— Por que recusamos a carona? Agora teremos que voltar pela trilha na chuva.
João olhou para nós com expressão decidida:
— É melhor mantermos cautela com o professor Adrian. Ele parece ser alguém instável. Além disso, por mais que seja nosso professor, ainda assim é um estranho. Não sabemos nada sobre ele.
Assentimos em concordância e, entre goles do delicioso chocolate, planejamos rapidamente nosso retorno pela trilha até onde havíamos deixado as bicicletas, esperando que a chuva desse uma trégua pelo caminho.
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Atualizado até capítulo 104
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Comments
teti andrade
eles não querem a carona de Adrian mas estão na casa dele que seria um prato cheio se ele fosse um assassino vai entender kkkkk, que bom que ele é um lobo misterioso kkkkkk🐺
2025-03-01
0
elenice ferreira
gostando!
2024-04-28
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Maria Medeiros
parabéns autora pela história linda que você escreve 🌼🌺💮🌸🌼🌺💮🌸🌼🌺💮🌸🌼🌺💮🌸🌼🌺
2024-04-25
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