"Vínculos Frágeis, Proteção Necessária"

Adrian

Após a chuva dar uma trégua, os três se levantam do sofá onde estavam sentados e se aproximam de mim, em fila, para me entregar as toalhas. Eles parecem um pouco nervosos e indecisos, como se estivessem ponderando algo.

Logo, a menina e o garoto, que parece mais um nerd, agradecem-me e entregam a toalha. Nesse momento, meu olhar cruza com o dela. Ela, por sua vez, não parece tão nervosa quanto seus amigos, mas sim curiosa e intrigada, eu diria.

Ao receber a toalha dela, um leve roçar de nossas mãos desperta sensações surpreendentes, um arrepio sutil percorre minha pele e o aroma dela flutua ao meu redor. Essas sensações desencadeiam uma reação imediata, um calor desconcertante que se espalha rapidamente. Preocupado, desvio rapidamente o olhar, disfarçando meu desconforto ao puxar a toalha com um movimento ligeiro de sua mão.

Ana então me olha com o cenho franzido, e um tanto ríspida, diz:

— Obrigada! Tchau, professor.

Ela estava prestes a sair rapidamente, mas, num impulso repentino, segurei gentilmente seu pulso e falei num tom suave:

— Ana, espera.

Ela olhou para mim e depois para minha mão em seu pulso, visivelmente um pouco constrangido com essa minha atitude, soltei seu braço.

Então, ela me encarou firmemente e, suspirando, perguntou:

— O que foi, professor? João e Amanda estão me esperando.

Meu olhar vagou para os amigos dela, que aguardavam no gramado em frente à varanda. Voltei meu olhar para ela e disse:

— É... Tenham cuidado. A trilha provavelmente estará escorregadia.

Ao se virar e se afastar em direção aos amigos, ela respondeu:

— Claro, nós vamos ter cuidado.

Após a saída deles, soltei o ar com força, percebendo apenas agora que o estava segurando. Por que diabos essa garota mexe comigo desse jeito? Sempre que estou perto dela, é uma mistura de emoções e sensações.

Ana intensamente afeta meu lado mais primitivo, mas ao mesmo tempo, sinto um desejo quase inconsciente de protegê-la. Enquanto eu caminho em direção à máquina de lavar com as toalhas, um sentimento familiar de solidão começa a se infiltrar.

Ser parte dessa linhagem lupina sempre pareceu um fardo, envolvendo-me em um manto de solidão. A dor que senti quando os poucos amigos que tive partiram foi esmagadora.

É desafiador ver todos envelhecerem enquanto eu permaneço praticamente o mesmo, como se os anos não tivessem passado. Para alguns que descobriram minha verdadeira identidade, foi surpreendente e surreal.

Porém, para outros, nunca revelei minha verdadeira identidade, mantendo distância e tendo que mudar constantemente, alterando os dados de nascimento nos meus documentos.

Enquanto ajustava a velocidade da máquina de lavar, perdido em pensamentos, ouvi gritos vindos do lado de fora.

— Professor Adrian! Por favor, nos ajude!

Confuso, saí apressadamente e encontrei, aquela... como era mesmo o nome dela? Ah, sim, Amanda. Ela parecia apavorada e muito agitada.

Preocupado, perguntei:

— O que aconteceu, garota? O que houve!?

Ela gesticulando, diz:

— João. Uma árvore caiu na trilha. Estávamos pulando a árvore quando ele torceu o tornozelo. Não sabemos se quebrou, mas ele não consegue andar.

Rapidamente, fechei a porta atrás de mim e disse:

— Vamos lá!

Partimos juntos para ajudar seu amigo. Internamente, confesso que ao vê-la tão desesperada, senti temor por Ana. No entanto, esses adolescentes são imprevisíveis e teimosos. Ofereci uma carona, mas o garoto recusou. Mas devo admitir que ele foi astuto.

Chegando rapidamente, vi Ana amparando o amigo, que estava sentado apoiado em uma árvore.

Então, falei:

— Agora parece que não terão como recusar minha carona.

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Comments

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teti andrade

Ele segurou o pulso de Ana só pra tocar nela de alguma forma kkkkk, agora eles vão aceitar a carona depois de um desastre kkk, esperando ser surpreendida nesse carro

2025-03-01

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