E agora?

...Daniel...

Desci para tomar café determinado para ver o Adam, eu ia tentar falar com ele e tirar a limpo aquela história de querer me beijar.

— Bom dia, família! — Falei ansioso. — Cadê o Adam?

— Bom dia, querido. — Madú me cumprimentou. — O Adam não se sente bem, pedi para a Laura levar o café dele na cama. Ele não deve ir à escola hoje a tarde. Se continuar assim amanhã vou levá-lo ao médico.

— Eu disse pra ele se cuidar, não pode ficar doente agora. — Aaron reclamou. — Ele deveria ter vindo para casa ontem, e não ter ido para a festa. Nem vi que hora vocês voltaram. Beberam muito?

— Não, quase não bebemos e voltamos todos juntos. — Menti. — O Adam reclamou de mal-estar e viemos para casa.

Após o café eu decidi ir até o quarto do Adam. Bati na porta, mas ele não atendeu, achei melhor não insistir, afinal ele deveria estar dormindo.

Fui para a escola, mas não consegui me concentrar, eu ficava pensando no Adam e naquela maldita tentativa de beijo que ele fez. E eu não conseguia pensar em outra coisa. Tenho que tirar essa história a limpo ou vou acabar enlouquecendo.

Quando a aula acabou corri para casa, o Adam havia prometido que iríamos começar o trabalho de dupla hoje, então eu ia aproveitar para tirar isso a limpo. Mas assim que cheguei, havia uma surpresa para mim.

— Oi, meu amor! — Sophie pulou no meu pescoço assim que entrei em casa. Merda!

— Sophie, o que faz aqui?

— Vim te ver, não tenho aula amanhã, então vim passar o fim de semana com você, pode me aproveitar, pois vou embora no domingo de manhã. — Ela falou sorridente.

Eu queria falar com o Adam, mas talvez fosse melhor assim. A Sophie ia me ajudar a tirar o Adam da cabeça. E essa minha obsessão pelo que aconteceu pode ser só falta de sexo.

— Vem, vamos para o meu quarto.

Subi empolgado com a Sophie, isso tudo era só saudade mesmo, eu só precisava passar uma noite com ela e tudo se resolveria.

Estar com a Sophie era sempre uma experiência nova, e eu sempre me divertia muito, mas hoje foi difícil, minha mente ficava se desviando, me peguei até pensando no Adam, enquanto transava com ela. Que merda tá acontecendo comigo?

Na manhã seguinte, estávamos todos à mesa do café.

— Sophie, como vai? Não te vimos ontem! — Madú deu um abraço nela.

— Obrigada por me receber, Madú. Como vai Adam?

— Bem! — Ele se limitou a responder, mal olhando para ela.

— Tá melhor? — Perguntei.

— Tô sim. — Ele falou se levantando. — Vamos fazer o trabalho hoje?

— Ahh não! — Sophie respondeu antes de mim. — Eu vou embora no domingo, aí vocês fazem o seu trabalho.

— Que seja! — Ele saiu andando.

Passamos manhã e tarde na escola, o Adam teve treino até tarde e novamente passei a noite com Sophie.

No sábado fomos curtir a praia de Codrinal, o dia foi divertido, Laví e Cássio nos acompanharam. Rimos e brincamos na praia, foi legal. Mas a minha cabeça continuava pensando no Adam. Eu não via a hora da Sophie ir embora para poder conversar com ele.

A noite estava novamente com a Sophie no quarto, mas eu definitivamente não estava no clima. Eu não conseguia me concentrar nela, por mais bonita e sensual que ela fosse, minha mente estava em outro lugar.

— Não gostou de eu ter vindo? — Ela me olhou confusa.

— Claro que eu gostei. Eu só estou cansado, é muita coisa e tem a Willard e a faculdade. — Tentei me desculpar.

— Ok, vamos dormir.

Na manhã de domingo fui levar a Sophie até o aeroporto. Voltei o mais rápido que pude, já era hora do almoço.

— Adam! — Chamei a atenção dele. — Quer iniciar o trabalho depois do almoço?

— Pode ser. — Ele respondeu sem olhar para mim.

Almoçamos e ele subiu para o quarto. Respirei fundo, aguardei cerca de um minuto e subi.

Bati na porta e ele abriu. Nos sentamos na mesa de estudos dele.

— Enquanto você brincava de casinha com a Sophie eu fui adiantando o trabalho. Separei alguns tópicos e fiz pesquisas, também separei esse material que você deixou aqui. — Ele foi me mostrando tudo e fiquei impressionado.

— Nossa, você já adiantou bastante coisa e está muito bem organizado. — Falei sorrindo.

— Tá, agora vamos começar a escrever e pensar como vamos realizar essa apresentação. — Ele falava sempre sem olhar para mim.

Começamos a escrever, mas eu não estava concentrado, eu precisava achar uma forma de abordar ele, mas não sabia como. E o pior era que ele agia como se nada tivesse acontecido, será que ele tava tão bêbado que esqueceu?

Já estava chegando no final da tarde, quando ele se espreguiçou e levantou.

— Não aguento mais ler nada. Vamos fazer uma pausa. — Ele andou até a varanda.

— Tá com fome? Vou lá embaixo pegar um lanche! — Falei andando até a porta.

— Beleza.

Fiz alguns sanduíches, peguei uma jarra de suco e voltei. Comemos em silêncio sentados na varanda. Até que ele se levantou.

— Beleza, vamos terminar essa escrita e na quinta voltamos a ver essa apresentação, já que tenho treino segunda, terça e jogo na quarta. — Ele ia voltar para dentro do quarto, quando decidi abordar ele de uma vez.

— Adam, espera. — Falei e ele parou, porém se manteve de costas para mim. — No dia do jogo, você lembra o que aconteceu no caminho para casa? — Ele respirou fundo e entrou no quarto. Fui atrás dele. — Lembra ou não?

— Eu não sei do que você tá falando. — Ele me olhou e parecia nervoso. Ele lembrava sim.

— Você me beijou! — Falei e ele agora me olhava assustado. — Disse que queria fazer isso a muito tempo. Porque fez isso?

— Você tá maluco? Não fiz nada disso! — Ele me olhava com raiva.

— Então vai mesmo fingir que esqueceu? — Me aproximei dele.

— Sai daqui! — Ele exigiu. Mas cheguei ainda mais perto dele.

— Porque fez aquilo? — Olhei nos olhos dele, e me aproximei mais. Sentir ele assim tão perto me lembrou daquela noite e da minha dúvida sobre o que aconteceria se eu tivesse deixado. Então sem pensar demais o segurei pelo pescoço e o beijei.

Ele me empurrou bem rápido, mal consegui encostar meus lábios nos dele.

— Que merda você tá fazendo? — Ele me olhou assustado e me arrependi na mesma hora.

— Foi mal, eu não pensei! — Falei envergonhado.

Adam ficou parado me olhando por um tempo, então andou até perto de mim, me olhou nos olhos e então me beijou.

Foi lento e calmo, um selinho demorado, e me senti estranho, fiquei parado enquanto ele grudava os lábios nos meus, até que senti a língua dele pedindo passagem e dessa vez eu resolvi ceder, abri a boca e deixei ele entrar, ele se animou e colocou as mãos na minha cintura e apertou. Nesse momento um maldito gemido escapou de mim.

Ele me empurrou contra a parede sem parar de me beijar, aquilo era estranho e bom, bom demais, então comecei a corresponder, aos poucos o beijo se intensificou, ele levou as mãos para dentro da minha camisa e acariciava meu abdômen, meu peito, caramba aquilo era bom demais, eu fiquei excitado na hora.

Então nos soltamos sem ar, e nos beijamos novamente, não sei dizer quanto tempo aquilo durou, mas quando nos soltamos de vez, já havia anoitecido.

Ele se afastou de mim e voltou para a varanda. Eu fiquei lá, parado, sem saber o que fazer. Mas, por mais estranho que fosse, eu queria continuar. Então fui até ele.

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