A missão

...Daniel...

Passar um dia na casa de campo do Aaron com os meus amigos foi super divertido. Adoro estar com eles, pois são as únicas pessoas com quem posso ser eu mesmo.

Fora da Willard eu sou o cara certinho, mas com eles posso ser só o Daniel.

Voltamos para a mansão Willard logo pela manhã.

Finalmente chegou o fim de semana, meu aniversário e da Dandara, 18 anos. Agora somos oficialmente funcionários do Grupo Willard, a Dandara como secretária da Madú no escritório de advocacia e eu como linha de frente.

Fizeram uma comemoração simples no café da manhã pra gente. Nossos pais vieram de Brésalen para a comemoração.

— Parabéns, finalmente chegou o grande dia! — Lavínia nos abraçou emocionada. — Arrasem demais nessa nova jornada.

— Isso aí e bem vindos ao time Willard. — Beto me deu um abraço e depois deu um beijo apaixonado na Dandara.

Nessa hora eu me lembrei da Sophie.

Namoramos a cerca de cinco meses, antes disso nós ficamos, sem compromisso, várias vezes por uns dois anos, eu não estava a fim de um relacionamento, mas ela me colocou contra a parede, e bom... Eu também achei que deveria namorar alguém mesmo, afinal constituir família é algo importante para a Willard, nossos filhos devem seguir os nossos passos e manter a nossa empresa viva.

Decidi namorar a Sophie, eu gosto dela, é uma garota legal, bonita pra caramba, e gosto de transar com ela, é sempre uma experiência nova. O problema é o temperamento dela.

Ela não gostou de eu ter vindo morar em Codrinal no último ano do colegial, e pra piorar ela queria vir passar o meu aniversário aqui comigo, mas eu vou sair em missão ainda hoje e ela não tem ideia do que fazemos aqui na Willard.

— Qual foi dessa cara amarrada no seu grande dia meu filho? — Me pai Lú se aproximou sorrindo.

— Tô aqui pensando na Sophie, ela me ligou hoje cedo para me dar os parabéns e me dizer uns desaforos. — Dei uma risada sem graça. — É chato ter que mentir.

— Eu sei meu amor. — Ele alisou meus cabelos. — Mas infelizmente você sabe que a discrição é importante para esse trabalho. Não pode sair falando do que faz para todas as suas namoradas. Se por acaso decidir se casar com Sophie, aí sim, deve contar a ela.

— Eu sei pai. — Falei sorrindo. — Só queria ter alguém que me entendesse e não ficasse me cobrando, brigando, no dia mais legal de todos.

— Bom, olhe ao redor, todos estão felizes e torcendo pelo seu sucesso hoje. — Ele me deu um abraço.

Nos divertimos na nossa pequena festa, e após almoçar me preparei para sair.

Entrei no meu quarto super feliz e ansioso, eu tinha analisado os dados do meu computador por uma semana. Era um maldito feminicida que a Madú não conseguiu condenar. Ele saiu ileso do julgamento, pagou o juiz e todo o júri. E agora a nossa justiça iria chegar para ele, pelas minhas mãos.

Eu já tinha planejado tudo, com muita cautela. Meu pai Didi vai me acompanhar, mas tudo que ele vai fazer é observar e me proteger caso dê merda.

Estava prestes a sair quando o Aaron entrou no meu quarto, acompanhado do Adam.

— Olha ele aí, nosso mais novo linha de frente. — Aaron sorria orgulhoso.

— Parabéns cara! — Adam falava sério, porém dava pra ver que ele parecia até satisfeito. — Para você, pra dar sorte. — Ele me entregou uma pequena caixa.

Abri e tinha um anel, nele estava a medalha de São Jorge. O Aaron carregava uma medalha como pulseira. Ele e a Madú usavam São Jorge como proteção, então ele passou a entregar algo do santo sempre que alguém saía na sua primeira missão.

— Obrigado! — Falei emocionado e coloquei o anel no dedo.

— Vai lá e arrasa. Você sempre foi muito focado e competente. Um dos nossos melhores treinandos. Agora é hora de mostrar o seu valor! — Aaron colocou as mãos nos meus ombros. — Não pense no computador, pense apenas no mal que ele causa estando quebrado. E livre-se dele.

Ele me deu um abraço e saiu. O Adam me olhou por alguns segundos.

— Vê se não se descuida! — Ele então se virou e saiu.

Saí com o meu pai. Eu estava tão ansioso, eu queria chegar logo lá e colocar o meu plano em prática.

— Quer repassar o plano? — Meu pai perguntou quando estávamos no carro.

— Não precisa, estou repassando ele na minha cabeça há vários dias. — Falei concentrado.

Chegamos na casa do computador. Era o início da tarde, o horário perfeito. Ele tinha muitos seguranças, porém essa era a hora em que eles trocavam de turno, eu tinha cerca de 1 minuto pra levar o maldito dali.

— Vamos lá filho! Hora de mostrar o seu valor. Mas saiba que eu tenho muito orgulho de você! — Meu pai me abraçou ainda dentro do carro.

Respirei fundo e então saímos.

Foi tudo muito rápido e perfeito.

Entramos na mansão, nos esgueirando e esquivando dos seguranças que nesse momento só se preocupavam em sair ou chegar e assumir o seu posto. E assim facilmente entramos no quarto do computador, ele estava deitado na cama mexendo no celular, entrei em absoluto silêncio e dei uma pancada na cabeça dele.

O computador era um magricela, baixinho, não foi difícil de carregar até o porta malas. Saímos de lá tranquilamente.

— Muito bom filho! Execução perfeita de um plano perfeito. — Meu pai sorria empolgado.

Esse era o estilo dele, um serviço rápido, limpo e não ser visto. Pelo meu pai eu deveria ter acabado com o computador ali mesmo no quarto, um tiro silencioso e fim. Mas eu gosto de uma bagunça. Então planejei algo mais divertido para a minha primeira missão. Fora que eu sabia que a Madú queria que esse computador sofresse tanto quanto as mulheres que ele matou.

— Valeu pai. Foi irado demais. Mas o melhor começa agora.

Levamos o Computador para uma casa vazia, no meio do nada. Preparei esse lugar com bastante cautela. Amarrei o computador pelas mãos e o icei ao teto. Então, esperei ele acordar, pacientemente.

Demorou alguns minutos e ele acordou, inicialmente tonto e tentando entender onde estava e segundos depois, desespero. O desespero que eu tanto queria somado a muitos pedidos de clemência e socorro.

— Quem são vocês, o que querem? — Ele falava desesperado. — Eu posso pagar, o quanto quiserem. Me tirem daqui!

Eu sorria, isso era mesmo muito divertido.

Me sentei em frente a ele e comecei a listar os nomes das mulheres que ele matou. Isso fazia com que o desespero dele só aumentasse. Depois eu me levantei, peguei uma faca e passei a cortá-lo em vários lugares diferentes enquanto ele gritava.

Fui mudando os objetos cortantes, e fazendo um belo estrago no corpo dele. Quando finalmente anoiteceu, decidi mata-lo de uma vez. Um último corte na garganta e ele sangrou até morrer.

Fui até os fundos da casa onde improvisei um banheiro e me lavei.

— Parabéns meu filho, agora você é de fato um linha de frente. — Meu pai falava orgulhoso.

Sim, era estranho um pai sentir orgulho do filho ter feito algo desse tipo. Mas a nossa família era assim, estranha, violenta, porém unida e de certa forma feliz.

Realizei a minha primeira missão, e foi perfeita, do jeitinho que eu planejei. Eu estava no céu.

Saímos de lá assim que a equipe de limpeza apareceu.

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