Estou enlouquecendo

...Adam...

Fiquei trancado no quarto pelo resto do dia. Eu só posso estar enlouquecendo.

Que merda foi essa?

Eu realmente queria beijar o Daniel? O Daniel? Aquele merda?

E, se tinha uma coisa da qual eu tinha absoluta certeza, era o fato de ser totalmente hétero. Nunca me interessei por nenhum cara, nunca! Tipo eu não sou do tipo preconceituoso, acho que cada um deve levar a vida como se sente mais feliz.

Mas, eu sou um Willard, meus pais esperam que eu dê sequência a nossa família, eu preciso me casar e ter filhos e não posso fazer isso com um cara. Então gostar de garotas era minha garantia de que a família Willard iria prosperar e crescer.

E agora, do nada, eu quero beijar um cara. E porque o Daniel? Sempre achei ele um merdinha, idiota. Eu devo estar com muita coisa na cabeça, a pressão do vestibular, a iminência dos meus 18 anos e com ele a minha primeira tarefa como linha de frente, tudo isso somado a falta de sexo, é faz um tempo desde a última vez. É isso, eu preciso transar.

A Juliana, ela é afim de mim e tá doida por uma oportunidade, amanhã eu resolvo isso. Até lá vou manter certa distância daquele idiota.

Na manhã seguinte desci para tomar café da manhã, e lá estava ele, o idiota dos lábios mais lindos e... Que merda eu tô pensando? Inferno!

— E aí cara, tá melhor? — Ele me olhou com uma certa preocupação.

— Como assim melhor? O que houve? — Minha mãe me olhou também preocupada. Maravilha!

— Não foi nada mãe. Me senti mal ontem, durante os estudos. Deve ter sido o calor. — Falei me sentando. — Mas já estou ótimo.

— Sim, está muito quente em Codrinal. — Meu pai falou. — Lembre-se de se hidratar bastante. Tem o campeonato e o vestibular, ficar doente agora não vai ser bom.

— Pode deixar!

Cheguei cedo na escola, Leroy e Marlos estavam no lugar de sempre.

— E aí irmão! — Eles vieram correndo até mim. — Temos treino hoje e vamos jogar amanhã à noite.

— Tô sabendo. — Falei me sentando na grama.

— Vamos lá pra casa jogar depois do treino. — Leroy falou empolgado.

— Foi mal galera, mas hoje, se tudo der certo, vou me encontrar com uma garota. — Falei orgulhoso e assim que me calei, avistei a Juliana. Levantei e fui até ela. — E aí Ju.

Ela se virou e sorriu assim que me viu.

— Adam? Como vai?

— Muito bem. O que vai fazer hoje depois da aula? — Perguntei sorrindo.

— Hoje eu vou até a sua casa. — Ela sorriu ainda mais. — Vou fazer o trabalho com a Dandara.

— Legal! — Me aproximei dela. — Hoje a tarde eu tenho treino, então por que você não vai para o meu quarto e me espera lá, quando acabar o seu trabalho com a Dandara?

Ela ficou vermelha no mesmo instante.

— C-como? A Dandara vai achar estranho se eu simplesmente entrar no seu quarto.

— A porta está destrancada. É só você despistar a Dandara e entrar. A não ser que não queira. — Olhei sério para ela.

— Não, eu vou te esperar lá! — Ela respondeu animada.

— Estarei ansioso pelo nosso encontro. — Dei um selinho nela e saí andando para a minha aula, mas antes dei uma olhada para os meus amigos que sorriam pra mim, idiotas.

A aula passou rápido, e confesso que estava aprendendo mais, me concentrei e prestei bastante atenção. A aula de matemática foi a mais produtiva do dia. Já que aprendi bastante estudando com o Daniel.

Fui para casa depois do treino, estava ansioso para ver a Juliana e tirar o meu atraso.

Assim que entrei em casa o Daniel veio atrás de mim.

— Que bom que chegou. Vamos iniciar o trabalho em dupla? — Ele me recebeu sorrindo. Mas que mania chata de ficar sorrindo o tempo todo.

— Hoje não posso! — Falei ríspido.

— E, porque não?

— Por que não! Vamos começar depois de amanhã, sem falta. Tem a minha palavra, agora me deixa em paz! — Saí andando.

Quando entrei no quarto a Juliana estava lá, toda sorridente.

— Esperou por muito tempo? — Falei fechando a porta.

— Na verdade, não. — Ela parecia nervosa.

Me aproximei dela e a beijei, um beijo lento inicialmente e depois mais intenso, ela foi correspondendo. A guiei até a minha cama e fui retirando as roupas dela devagar, ela fez o mesmo comigo. Eu havia tomado banho depois do treino então estava pronto pra esse momento.

Beijei todo o corpo dela. A Juliana é mesmo muito bonita, bunda grande, seios fartos, e tinha certa experiência. Transamos três vezes, e foi muito bom.

— Eu queria muito fazer isso com você! — Ela falava sorridente.

— Eu também, sempre te achei muito gostosa.

— Vamos fazer isso mais vezes? — Ela me olhou com expectativa.

— Pode ser. Só não tô procurando namoro por enquanto. — Resolvi ser sincero, antes que ela criasse expectativa demais. — Estou focado no campeonato e no vestibular. E as minhas notas estão péssimas.

— Tudo bem, eu também não estou a fim de nada sério. — Ela mentiu, tava na cara, mas era melhor assim.

Saímos escondidos de casa e a levei até o seu carro.

No dia seguinte eu estava me sentindo bem melhor, tirei o meu atraso, e com isso não iria mais ficar pensando besteira, em relação ao idiota do Daniel.

Depois da aula era a hora do campeonato. Estava no vestiário com os colegas de time.

— E aí irmão! Como foi com a gostosa da Juliana? — Leroy e Marlos vieram me abordar.

— Foi perfeito! — Me gabei.

— Caramba, você sempre consegue as melhores garotas.

— Atenção! — O treinador nos chamou e formamos o círculo de sempre. Me coloquei no centro e cantamos o nosso grito de guerra.

O Jogo foi intenso, mas conseguimos vencer, mais dois jogos e estaremos na final.

Vencer esses jogos era importante, eu poderia conseguir uma bolsa de estudos e a oportunidade de jogar no time de Camp State, não que eu precisasse de bolsa, já que meus pais são ricos, mas era uma garantia de entrar na Universidade caso o vestibular desse errado. Ser um atleta tinha suas vantagens.

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