Aniversário do Oto

...Daniel...

Saí angustiado do quarto do Adam. Caramba! Aquilo foi, incrível... Eu estava mega excitado, nem a Sophie havia despertado algo assim em mim, e eu queria tanto continuar, ir até o fim, ver que no que ia dar.

Porém o Adam me afastou outra vez, mas que droga. Eu ainda não sei que merda tá acontecendo entre a gente, mas a única certeza que eu tenho é que eu estou realmente gostando daquele idiota, e tudo que eu queria era que a gente entendesse o que tá rolando juntos, tipo que a gente se apoiasse, se descobrisse. Mas ele só me afasta.

Enfim, tomei um banho gelado, assim que entrei no quarto e fiquei trancado lá até o dia seguinte.

Me levantei cedo, afinal eu mal dormi pensando no que aconteceu no quarto do Adam, e fui pra casa do Benj.

— E aí parceiro! — Benj me recebeu alegre como sempre.

— E aí cara! Vamos lá finalizar essa estratégia!

Entramos no escritório e ficamos traçando nossos planos, até a hora do almoço. O Benj passou a semana vigiando os computadores lá em Brésalen. Ele descobriu que lá era onde malditos reabasteciam, dividiam a grana do sequestro e estocavam drogas. Então não haveriam possíveis vítimas no local. Sendo assim, vamos poder usar os explosivos que o Benj tanto queria. Isso realmente ia ser emocionante.

Deixamos tudo organizado para a nossa viagem amanhã. Almoçamos e voltei para a mansão no final da tarde.

Essa noite era a festa de aniversário do Oto, ele estava aposentado da Willard, mas sempre mantemos os laços, e comemorar a vida de um cara como o Oto, era uma honra pra todos nós.

Me arrumei bem social, já que o Oto organizou uma festa chic, e exigia traje esporte fino. Enfim, usei um terno cinza escuro, camisa preta de gola alta e um tênis preto, passei um gel e penteei o cabelo pra trás. Fiquei bonitão.

Desci e achei a Dandara e o Beto na sala, a Dandara usava um vestido longo azul e o Beto estava com o terno no mesmo tom de azul.

— Sério que vocês estão combinando a cor da roupa? — Falei sorrindo. — Desde quando se tornaram um casal tão brega?

— Vai a merda! — Danda me deu um soquinho. — Isso não é brega, é fofo.

— Ela me obrigou! — Beto sorriu e ganhou um soquinho da Dandara, eles formam um casal muito fofo mesmo. — E aí, vamos juntos?

Saímos os três no mesmo carro. Meus pais não conseguiram vir, o pai Didi estava em missão e não chegou a tempo, e o pai Lú não sai sozinho. Mas eu os veria em Brésalen antes de sair em missão.

A festa estava muito elegante, Oto e sua esposa nos receberam logo na entrada, ambos vestiam roupas preta e branca, as cores da decoração da festa.

— Viu que vestir cores em casal não é brega! — Dandara sussurrou.

— Mesmo sendo fofo, continua sendo brega. — Brinquei.

Após cumprimentar o aniversariante, fomos falar com demais membros da Willard e familiares do Oto.

— Heitor! — Abracei o filho do Oto, o Heitor era um dos melhores linhas de frente. — A festa está incrível.

— É, meu pai adora dar festas, ele e a mãe são muito bons em decoração e tudo mais. — Heitor falava tímido.

Era um cara bem tranquilo e reservado, que nem o pai. E isso refletia no trabalho dele, sempre limpo, organizado, rápido, seguro e eficiente. Eu admirava demais o Heitor. Ele tinha um filho de 4 anos e o garoto já dava sinais de que vai ser como o pai.

Estava assim batendo um papo com ele, quando vi o Adam chegar acompanhado da Madú e do Aaron. Ele estava lindo demais, usava um terno verde escuro, tênis e camiseta branca, com um colar prateado e o seu cabelo estilo arrumado/bagunçado de sempre. Não consegui evitar o sorriso enquanto olhava pra ele.

Fui até lá falar com eles, Madú e Aaron foram atenciosos como sempre e elogiaram o meu visual. Mas o Adam só me olhou rapidamente e saiu andando em direção onde estava a Laví e o Cássio. Como sempre, ele estava me evitando.

A festa estava bem animada, bebemos e dançamos bastante. Mas essa distância do Adam me incomoda demais. Em determinado momento da festa o vi entrar na casa do Oto e fui atrás dele.

— Tá fazendo o que aqui dentro? — Chamei a atenção dele.

A festa ocorria na área externa da casa do Oto, a casa estava praticamente fechada.

— Fiquei um pouco tonto e vim ficar num lugar mais tranquilo. — Ele falou se levantando do sofá. — Mas já estou voltando.

— Ei, espera, você acabou de entrar! Já se sente melhor? — Falei preocupado, o Adam se queixou de mal estar muitas vezes esses dias. Até achei que era uma desculpa para me evitar, mas parece ser real.

— É, eu tô legal, foi só uma tontura boba, a pressão deve ter subido ou descido, sei lá. Enfim, só vou parar de beber hoje. — Ele veio andando em direção a saída, mas ao passar por mim, segurei o braço dele. — O quê?

— Você tá muito bonito, muito mesmo! — Falei sorrindo, e ele me olhou sem graça.

Eu sentia falta dele, sentia necessidade de estar com ele, então antes que ele me afastasse novamente eu o beijei, ele tentou me empurrar, mas o segurei com força até que ele cedeu e passou a corresponder ao meu beijo.

Não foi um beijo urgente e desesperado como fizemos outras vezes, esse tinha mais carinho, e aproveitei para sentir isso, acariciei seu rosto, seus cabelos enquanto o beijava e senti ele fazendo o mesmo.

— Mas o que...? — Dandara gritou e nos afastamos imediatamente, maldição!

— Danda! — Falei assustado. — O que você faz aqui?

— O Aaron vai discursar e a Madú me mandou vir chamar o Adam. — Dandara nos olhava intrigada. — O que tá rolando entre vocês?

— Nós... É... — Eu não sabia o que responder.

— Olha só a merda que você provocou! — Adam me olhava furioso. — Resolve isso! — Ele saiu praticamente correndo da casa do Oto em direção ao salão de festa.

Dandara me olhava curiosa, ela cruzou os braços e ficou parada de frente para mim.

— Vocês dois, estão juntos? Isso é um namoro, pegação? Como isso aconteceu?

Respirei fundo e me sentei no sofá. Eu sabia que a Dandara não ia contar nada para ninguém, mas eu precisava garantir isso. E no fundo era bom ter alguém que soubesse do que estava acontecendo para poder desabafar.

Então respirei fundo e decidi contar tudo pra ela.

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