capítulo 14

Retornei ao salão e deparei-me com ela engajada em uma conversa com um homem no balcão. Aproximei-me discretamente, para escutar o teor de seu diálogo.

— Está comprometida, minha dama? — Perguntou o cara, e eu me esforço mais para ouvir sua resposta.

— Acredito que esse seja um assunto pessoal, digno de ser respeitado. Se sua intenção é conquistar minha atenção... — ela fez uma pausa e, ao virar a cabeça, percebeu minha presença. — Você está no caminho correto, não tenho compromisso com ninguém, me fale mais sobre você.

Uma conversa monótona se desenrolava e, após alguns minutos, o cavalheiro se retirou educadamente, mencionando uma breve ida ao lavabo. Decidi então avançar até a dama em questão e convidei-a para dançar. Ela gentilmente estendeu sua mão, aceitando o convite.

Com elegância, guiei-a até o centro do salão, envolvendo minha mão na sua cintura, e assim começamos a dança. Os passos fluíam suavemente, criando uma conexão única entre nós, enquanto a música enchia o ar com sua melodia encantadora. Sob os candelabros cintilantes, nossos movimentos se entrelaçavam, como se dançássemos no ritmo de nossos corações apaixonados, criando um momento mágico que jamais eu esqueceria.

— Ava, sua beleza é notável. Qual é o segredo para manter tal encanto? O vestido caiu perfeitamente em você.

— Peço desculpas, mas esse tipo de flerte, Sr. Belmont, já está um tanto ultrapassado. E o preto é bom para esconder alguma i perfeição do meu corpo. Costumo muito usar.— Suas palavras cortantes vieram como um balde de água gelado.

— Não aprecia os elogios senhorita?

— Certamente, aprecio, mas vindo de homens que estejam alinhados com meu gosto pessoal. Infelizmente, não é o seu caso, Sr. Belmont. Não encontro em você nada que me atraia.

Interrompi a dança por um momento, tentando compreender qual seria o tipo de homem que a cativaria. Nunca havia enfrentado tamanha rejeição em relação à minha aparência.

— Não fique ofendido. A sinceridade, desde o início, é fundamental em qualquer relação, seja de um casal ou de uma amizade.

— E qual é o seu estilo ideal de homem? Por que não te agrado?

— Sou atraída por homens robustos, com músculos bem definidos, aqueles que me levantariam sem hesitação, sem demonstrar esforço. Seus braços, Sr. Belmont, parecem muito frágeis para me pegar no colo.

Olhei para meus próprios braços, confuso com a sua avaliação. Ela devia estar brincando comigo. Decidi, então, puxar seu corpo com firmeza, aproximando-a do meu, e ela soltou uma risada.

— E disso que estou falando, Sr. Belmont, não parece possuir a firmeza que procuro. Lamento. Meu acompanhante retornou para o bar e está me chamando. Com licença.

Ela se afastou, deixando-me sozinho na pista, enquanto retornava ao bar para retomar a conversa com o outro homem. Olhei para ele, notando seu corpo atlético. No entanto, eu não era magro demais, por que ela havia feito esse comentário?

Com uma sensação de desconforto, retornei à minha mesa, aborrecido como nunca antes. Duda se aproximou e sussurrou em meu ouvido.

— O doce estava estragado? — Olhei para ela, sem entender a insinuação, e perguntei o que ela queria dizer com isso. — Nada, apenas observei que você saiu daqui feliz e agora está irritado. Pensei que fosse por causa do doce.

— Duda, sei que não somos próximos e que costuma ser franca. Sou muito magro? — Ela começou a rir incontrolavelmente, o que só aumentou minha frustração. — Esqueça, você não precisa ser sincera.

Para minha surpresa, ela compartilhou minha pergunta com todos na mesa, e todos riram. Levantei-me irritado.

E sai com raiva, voltando para o bar. Olhando para ela, que agora dançava com o cara, passando as mãos nos braços dele. Passo os olhos em seu corpo, o vestido preto caiu perfeitamente em seu corpo, parece que foi feito sob medida para ela.

Biancchi se aproximou de mim, solicitando uma dose de uísque, e, enquanto bebia, manteve o copo seus lábios e começou a falar.

— Um dos homens que é mataram os meus pais está aqui, mas não podemos agir agora, essa droga de evento não pode fazer nada.

— Vamos mantê-lo sob a nossa visão. Onde ele se encontra?

— Está conversando com Ava. — Olhei para Biancchi, intrigado pelo fato de ele permitir que sua prima, conversasse com um dos homens responsável pela morte dos seus pais. Ele balançou a cabeça e explicou que fazia parte do plano, para mantê-lo por perto. — Planeja usar sua prima como isca até quando?

— Está preocupado com ela, é isso? Minha preocupação se volta para minha irmã, Ava sabe se defender, Ivy não. — Voltei a observá-la, e ela está sorrindo constantemente para o homem.

Enfim o evento acaba, Ava sai acompanhado do homem, e seguimos eles. Na recepção, pegamos as nossas armas, e saímos todos do salão.

Assim que pisamos na rua, ele a solta, e a empurra para perto de nós, saca a sua arma, e fala.

— Vocês estão de pilantragem, eu sei quem são vocês, só não te conhecia moça, mas faz parte dessa família. Você Nicolas, tem 24 horas para trazer a Ivy até a mim, ou o meu chefe irá colocar uma bomba na sede da máfia portuguesa.

Ele lançou um olhar a Ava, que olha para trás sem entender o rumo dessa história. Acho que o seu querido primo não contou para ela sobre o passado deles.

— Porque você está atrás da Ivy?

— Ava, esquece isso. — Biancchi interrompe o assunto, trazendo para o rosto dela, uma curiosidade muito grande.

— Seu primo sabe muito bem, Ivy é com....

— Cala a boca imbecil. — Ele sorrir, e vai andando de costas, para entrar em seu veículo.

Mas antes que o faça, Ava o empurra com o pé, impedindo a sua entrada, eu e o Biancchi, viramos com tudo e tiramos as armas mais caras que estavam atrás de novo, e quando está tudo sobre controle, olho para frente, e vejo ela com a arma apontada para ele, e ele com a mão erguida em rendição.

Essa sim é uma mafiosa de classe, com essa sim eu me casaria sem nenhum problema. Só tem um porém, como vou fazer para entrar no seu padrão?

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