Todos nos olham e cochicham, enquanto seus olhares vão de nós para outro canto, como se estivessem disfarçados. Mas é óbvio que somos o assunto entre eles.
Meus amigos se aproximam, e um deles ergue a taça, fazendo um brinde.
— Lucas Belmont, finalmente casado com uma super mulher. Nunca lhe faltará nada; terá sempre o dobro. — Suas palavras têm um duplo sentido, e eu percebi isso. Olho para ela e vejo que ela nem ligou para o que ele disse ou não entendeu.
— Sim, Lucas saiu-se melhor do que todos, casou-se com uma e levou dez. — As piadas continuam, mas percebo que ela não está entendendo. Será que é tão ingênua ao ponto de não entender do que eles estão falando?
— Ivy, pode ficar à vontade. Se tiver algo a dizer, fique à vontade.
— Não, estou bem. — Ela não é como as mulheres da minha família. Se fosse a Luna ou mesmo a Duda, elas já teriam cortado a língua deles. E se fosse minha tia Ana, haveria uma grande confusão.
Eles continuam rindo e fazendo comentários de duplo sentido, como que nunca faltará carne em minha casa. Isso deveria de alguma forma incomodá-la, mas parece que não. Minha mãe não chama, e vamos até ela.
— Ivy, é um prazer conhecer você. Quero que se sinta muito bem-vinda à nossa família.
— Muito obrigada, senhora Belmont. Farei o possível para que vocês não tenham queixas de mim.
Minha mãe a abraça, e minha mãe parece pequena perto dela. Não é piada, é a pura verdade. Como ela chegou a essa situação? Olho ao redor e vejo o irmão dela sorrindo de lado.
Ele já sabia de tudo, sabia que se eu a visse antes do casamento, eu desistiria. Por isso essa ameaça boba no contrato. Deixo as duas conversando e me aproximo dele.
— Foi por isso que não me deixou vê-la antes, não é? Isso foi jogar sujo, você me trapaceou.
— Não foi trapaça nenhuma. Eu disse que tinha uma irmã, e é o que ela é. Seria trapaça se eu a apresentasse um gay, o que não é o caso. — Ele vira seu copo de bebida e sorri. — E lembre-se de que assinou um contrato, não pode voltar atrás, ou sua cabeça será empalada e colocada como enfeite na minha estante de livros.
Idiota. Que vontade de arrancar o pescoço dele, e fazer tudo que ele disse, pelo menos espantaria os mosquitos de casa.
Minha mãe me chama, e eu me aproximo delas.
— Lucas, está na hora da dança dos noivos, pega sua esposa, e vai para a pista de danças. — Bufo com essa ideia de querer que eu dance, ainda mais com ela.
Eu pego em sua mão, e a levo para a pista de dança, cercado por luzes suaves e uma decoração elegante. Com meu traje deslumbrante de noivo, segurei com uma mão a mão dela, e a outra foi na sua cintura. As gracinhas dos meus amigos, começaram a ecoar, me deixando mais nervoso ainda.
A música começa, e eu tento levar ela com os passos, mas logo percebi que algo estava errado. Meus pés pareciam ter uma mente própria, tropeçando nos passos mais simples. Quase pisei no vestido dela, que estava tentando acompanhar, mas também estava nervosa. Nossos pés se emaranharam, e nos desequilibramos mais de uma vez.
Enquanto tentava manter um sorriso no rosto, nossa dança se transformou em uma série de tropeços e deslizes desajeitados. Os convidados assistiam com risos, e alguns não conseguiam segurar a gargalhada. A música continuava tocando, e nós continuávamos tentando, mesmo que a dança de valsa estivesse se desintegrando diante de todos.
Finalmente, com um último tropeção, eu segurei ela para evitar uma queda completa. Mas foi um caos, pois os meus braços não tiveram forças o suficiente, e acabou que ela caiu, e eu caí em cima dela, mas com o meu braço por baixo.
Senti uma dor no mesmo instante, e quando ela se levantou, com muita luta, vi que tinha torcido meu pulso. Minha mãe correu para me trazer gelo, e eu fico de cara feia, pois os meus amigos começaram a dar risadas mais altas.
Humilhação, era tudo que estava acontecendo no dia do meu casamento, e tudo isso por culpa dela. A pessoa come mais do que pode, e se acha a rainha com tanta gordura no corpo.
A raiva fervia dentro de mim, uma tempestade de emoções que ameaçava me consumir por completo. Eu me levantei abruptamente, sentindo-me como se estivesse prestes a explodir. Meu olhar, pesado com ressentimento, se encontrou com o de Ivy, e era difícil conter toda a minha frustração.
Com a ajuda de minha mãe e meu pai, consegui ficar de pé, mas a raiva ainda pulsava em minhas veias. Cada passo era pesado e carregado de tensão. Ivy estava ali, tão próxima, com um olhar de preocupação.
Finalmente, eles me conduziram até uma cadeira, e me vi sentado ali, ainda com os olhos fixos em Ivy. Minha mãe se afastou de mim para verificar como ela estava, deixando-me sozinho com minha raiva.
Enfim, vejo ela se aproximando, e se sentando do meu lado. Sua bunda enorme, quase ocupa dois acentos.
— Me perdoa Lucas, eu não queria te machucar, mas você pisou na barra do meu vestido, eu me desequilibrei, me perdoa vai, não fica com raiva de mim.
— Tá bom! Você deve está com fome não é? — ela balança a cabeça concordando. — então vai comer, pois já iremos para a sede da máfia daqui a pouco.
— Não podemos ir antes de cortar o bolo, ele tem uma cara de delicioso.
— coma tudo que aguentar, agora vai, antes que acabe.
— Não podemos ir antes de cortar o bolo, ele tem uma cara deliciosa. — ela comentou com um sorriso, olhando para a sobremesa incrível que estava na mesa, e lambendo os lábios.
— Então, vai comer! Coma tudo o que aguentar.
Como uma criança, ela sai quase correndo, e pega os potinhos em cima da mesa, só bolos de degustação, e traz para perto de mim.
Ela não tem maldade nenhuma, da para ver a sua inocência estampa, mas preferia outro tipo de mulher, e não ela. Será difícil aguentar isso, todos os dias.
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Atualizado até capítulo 88
Comments
Joelma Portela
🤬🤬🤬🤬🤬🤬🤬Lucas ,exija respeito para a sua esposa, nao pode deixar ninguém humilhada desse jeito.
ja basta a que vem da tua parte
2025-02-24
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Aline Moura
Eu até tô achando um pouco engraçado, por ser o ponto de vista dele, mas o dela deve ser doloroso 😢
2025-03-25
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Natally Vitória
quando q vai aparecer ela? tô ansiosa para vê -la
2025-01-13
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