O celular dela só chama, mas só encontra a caixa postal. Faço duas tentativas a mais, mas nada, ela não quer falar comigo. Decido desistir, não vou insistir em algo que ela claramente não deseja. Levanto-me e vou ao meu quarto, tomo um banho e me entrego ao sono.
Finalmente, o grande dia do baile chegou. Sinto uma emoção avassaladora, quase como se estivesse à beira da depressão. Vários mafiosos reunidos no mesmo local, onde é proibido até mesmo portar armas para resolver diferenças.
As regras são claras: inimigos só podem ser enfrentados fora do salão. Nossas armas ficam na portaria, até objetos pontiagudos são vetados.
Sou o primeiro dos Belmont a chegar, dirijo-me diretamente ao bar e encosto-me ali. Gradualmente, as pessoas começam a chegar, especialmente aqueles que anseiam pela queda da minha máfia.
Viro meu copo e lanço um sorriso de lado para cada um deles. Sou o tipo de homem que não aceita desaforos, mesmo que brinque de vez em quando. Se precisar, não hesitarei em agir.
Finalmente, Luna e Nick chegam. Eles me veem no canto, mas fazem de conta que não me notam. Bufo, isso é tão tolo, sou irmão dela, mas ela dá mais atenção a Ivy, que já se foi, do que a mim. Logo após, meus pais chegam acompanhados de Duda e Liam. Meu pai se separa da minha mãe e se aproxima de mim.
— Vamos para a mesa, já temos um lugar reservado.
— Todos parecem bravos comigo. Acho que é melhor eu me isolar, assim, não incomodarei ninguém.
Meu pai faz um som com a língua e me puxa pelo braço, conduzindo-me até a mesa. O descontentamento com minha presença é claramente visível.
— Escutem, vão ter que me suportar de qualquer maneira. Sou filho de vocês, irmão de vocês dois e também cunhado de vocês. — Aponto para cada um, já cansado da situação.
— Não parece que é da família. Cadê sua esposa, Lucas? E onde estão seus amigos que tanto falaram sobre ela?
Bufando, percebo que, mesmo tentando explicar, eles sempre estão ao lado dela, mesmo sendo eu da família deles.
Não estou nem aí, como já mencionei, todos terão que me suportar. Com um gesto casual, puxo uma cadeira e me sento, desafiador. Meu pai se junta a mim, exigindo que todos parem com esse espetáculo.
Ele enfatiza que a família deve permanecer unida, especialmente neste lugar repleto de todos os tipos de mafiosos. O silêncio pesado paira sobre o salão, enquanto olhares nervosos se cruzam e murmúrios de concordância sussurram pelos cantos. É um momento tenso, onde os destinos e lealdades estão em jogo.
A tia Ana chegou acompanhada do tio Miguel, seguidos pelo Nicolas e sua distinta acompanhante. Meus olhos, por um momento, vagaram graciosamente por sua presença, que despertou a minha atenção. Eles cumprimentaram todas as pessoas que encontraram em seu caminho, até alcançar a mesa reservada para eles.

O leiloeiro subiu ao púlpito, atraindo todos os olhares para si. À medida que os objetos eram apresentados, os lances brotavam como ondas de entusiasmo, e eu me preparava para participar também.
O leiloeiro mantinha o compasso, alternando entre a cadência ágil dos lances e as pausas dramáticas que nos mantinham todos em suspense.
Assim, nesse palco de emoções e intrigas, o leilão estava apenas começando, prometendo surpresas e reviravoltas antes que o martelo finalmente caísse, determinando o novo proprietário daquelas preciosidades.
Com firmeza, ergui minha placa de licitação de número 17 e fiz meu primeiro lance, quando um raro quadro foi anunciado, com um preço inicial de um milhão de dólares. A cada aumento nos lances, minha emoção crescia, quase como se estivessem disparando flechas contra mim.
Elevei a oferta para dois milhões, e um silêncio pairou sobre nós. Entretanto, a mulher que acompanhava o Biancchi ergueu sua placa e fez um lance.
— Três milhões de dólares! — Voltei-me em sua direção e pude observar seu nariz levemente erguido, como se me desafiasse.
— Quatro milhões! — Dei outro lance, e a cada vez, ela superava com seu próprio aumento, deixando o leiloeiro em dúvida entre nós dois. — Vinte milhões de dólares!!! — Exclamei com determinação, lançando-lhe um olhar desafiador, convencido de que ela não superaria. No entanto, minha confiança logo se desvaneceu quando ela aumentou para cinquenta milhões. — Cem milhões de dólares.
O silêncio entre os mafiosos era tangível, e parecia que apenas ela e eu existíamos naquele salão.
— Dole um, dole duas...
— Cento e cinquenta milhões de dólares!!! — Ela se levantou e proclamou, e eu bati na mesa com a mão fechada. Minha família inteira voltou seus olhares para mim, e a tia Ana não escondeu um sorriso travesso.
Entretanto, decidi não aumentar mais a oferta, ciente de que ela continuaria a superá-la. O objeto acabou sendo arrematado por ela, e ela se sentou, mantendo seu olhar fixo em mim, como se quisesse provar sua superioridade. Mas a noite estava apenas começando, e eu estava ansioso para descobrir até onde iria sua riqueza.
O leilão prosseguiu, e ela parecia provocadora, fazendo lances apenas quando eu o fazia cobrindo sempre os meus lances.
Finalmente, o leilão chegou ao fim, e acredito que tenha sido o mais lucrativo que já testemunhei. Levantei-me da mesa, repleto de frustração, pois aquela mulher havia aparecido para perturbar minha tranquilidade.
Dirigi-me à área externa do salão, encostando-me no parapeito, enquanto observava as luzes do jardim. Minha contemplação foi interrompida pelo senhor Nicolas e sua acompanhante de luxo.
— Olá, Lucas. Permita-me apresentar-lhe minha prima, Ava.
Olhei para ela, notando um sorriso intrigante em seu rosto, um sorriso inclinado que suscitava vingança.
— É um prazer conhecê-la! — Respondi, virando-me de costas para eles.
— Ficou aborrecido por não ter conseguido o que desejava? Lamento, sou bastante competitiva, e quando almejo algo, faço de tudo para obtê-lo.
Essa voz... lembrando-me bem, é a mesma voz da Ivy, como se fosse ela atrás de mim. No entanto, ao me virar, encontrei outra mulher. Olhei atentamente para ela, seu sorriso sutil permanecendo em seus lábios.
— Parece que compartilhamos os mesmos gostos, já que só deu lances nos objetos que eu também desejava.
— São os melhores, por isso os quis. Mas não se preocupe, eu vendo todos eles para você por quinhentos milhões, se ainda tiver interesse.
Olhei para o Biancchi, que segurava o riso. Por que todos estavam se divertindo com isso? Decidi recusar a oferta dela,
— Sinto muito, mas nem sempre temos o que queremos na proporção exata, vou entrar, o ar aqui está... bom, te vejo lá dentro Nicolas. — Ela fala entrando no salão.
— Essa mulher é perversa, não é?
— Você não faz ideia, mas não se preocupe, ela é boa companhia... para quem ela gosta, é claro. — Ele disse, dando-me um tapinha amigável nas costas, antes de entrar. Eu preciso investigar essa mulher, algo nela não parece certo.
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Atualizado até capítulo 88
Comments
Rosangela Barbosa de Araújo Sirva
eu acho q ela ñ deveria ter ido por esse lado ñ. era pra ter conseguido tudo ele sabendo que era a ivy mesmo, so q sendo despresado ignorado rejeitado por ela.
2025-02-03
0
ana
👏👏👏👏👏
2024-12-16
0
Maria Aparecida Alvino
Ivy vc foi maravilhosa
2024-11-25
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