CAPÍTULO 13

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^^^ESMERALDA SALLES^^^

Entro no quarto com uma preguiça enorme. Jhon já está deitado na cama, dormindo profundamente. Tiro minha canga e o biquíni, deixando meu corpo e a tatuagem à mostra. Não me importo, estou exausta. Entro no banheiro para tomar um banho quente.

Após vestir uma roupa confortável, jogo-me na cama, e meu corpo parece agradecer. Uma risada boba escapa dos meus lábios, mas logo o sono me domina completamente.

— Esmeralda? — Sinto alguém me balançar levemente. Abro os olhos e vejo Jhon ao meu lado.

— Você vem comer? — Pergunta ele, com sua voz calma e distante.

— Que horas são? — Bocejo, sentindo o corpo ainda pesado.

— Dez horas.

— Não, vou dormir mais um pouco. — Respondo, já fechando os olhos novamente. Ouço o som dele me cobrindo com o cobertor e, em seguida, a porta sendo fechada.

Invasão no quarto

Acordo com um susto ao ouvir o estrondo da porta sendo arrombada. Meu coração dispara. Vejo dois seguranças no chão e, na minha frente, dois homens que não reconheço de imediato.

— Mas que diabos?! — Minha mente tenta processar o que está acontecendo, mas não há tempo.

Um deles avança e segura meus braços enquanto o outro ri alto. O quarto está escuro, e não consigo identificar os rostos. O homem que me segura rasga minha blusa, expondo meu sutiã. Quando ele tenta puxar a parte de baixo, reúno todas as forças e dou um chute nele, jogando-o para fora da cama.

— Sua desgraçada! — Ele grita, enquanto o outro, ainda rindo, segura meus braços e tenta me beijar à força.

Não sou do tipo que se rende. Mordo sua orelha com toda a força e arranco um pedaço. Ele grita de dor, e aproveito o momento para me soltar, mas o outro já está de pé. Ele me puxa pelos cabelos, mas sou mais rápida. Dou-lhe um soco direto, fazendo-o cair no chão, desmaiado.

O outro, ainda segurando a orelha sangrando, avança novamente. Seguro sua mão e o imobilizo, torcendo o braço para trás. Ele grita, mas não consegue escapar.

Nesse momento, a luz do quarto se acende, e vejo Jhon parado na porta, furioso.

— O que está acontecendo aqui?! — Grita ele, enquanto avalia a cena. Seus olhos vão para mim, minha roupa rasgada e meu estado visivelmente abalado. Ele chama os seguranças, que entram rapidamente e dominam os dois homens.

— Perdão, Esmeralda. — Diz Jhon, com a voz séria, mas visivelmente preocupado. Ele me cobre com seu terno e acaricia meus cabelos. Encosto minha cabeça em seu ombro, tentando acalmar meu coração acelerado.

Os seguranças levam os agressores para fora, mas antes disso, reconheço um deles. É o homem da praia, o mesmo que me assediou.

— Quero mais homens na porta do quarto. Vocês lidem com esses desgraçados. — Ordena Jhon, com um tom mortal. Ele então se vira para mim. — Vamos, Esmeralda. Tome um banho.

Ele me pega pela mão e me ajuda a levantar. Meus joelhos ainda estão fracos, mas sigo até o banheiro.

O cuidado inesperado

Jhon me acompanha até o banheiro. Suas ações são surpreendentemente delicadas. Ele tira minha roupa rasgada com cuidado, deixando-me apenas com as peças íntimas. Sinto-me vulnerável, mas não envergonhada. Respiro fundo, tentando me recompor.

Ele enrola as mangas da camisa social, abre a torneira da banheira e deixa a água morna preenchê-la.

— Entre. Isso vai ajudar a relaxar. — Diz ele, mantendo a voz controlada.

Entro na banheira, sentindo a água quente aliviar a tensão no meu corpo. Ele se afasta, me dando espaço, e quando saio da água, já está esperando com um roupão. Envolve-me com o tecido macio e me ajuda a ir até a cama.

— Vou pedir algo para você comer. — Diz ele, pegando o telefone para ligar ao serviço de quarto.

A comida chega rapidamente, mas o apetite me abandona. Fico sentada na cama, processando o que acabou de acontecer. Minha mente volta ao passado, a um evento semelhante que vivi antes. Tento afastar os pensamentos.

— Não precisa se preocupar. Estou bem. Isso já me aconteceu antes. — Digo, olhando para Jhon, que me observa em silêncio, com o semblante sério.

Ele se aproxima e senta-se ao meu lado, acariciando meus cabelos.

— Isso nunca mais vai acontecer. Não enquanto estiver casada comigo. — Sua voz é firme, carregada de uma determinação que nunca vi antes.

Ele continua ao meu lado até eu cair no sono. Mesmo em meio ao caos do que aconteceu, sinto-me segura nos braços dele. Antes de sair, ele beija minha testa e sussurra algo que não consigo entender.

Reflexões

Já passei por algo assim antes, mas nunca com dois agressores. Hoje foi um gatilho para memórias que preferia esquecer. Contudo, não me sinto fraca ou derrotada. O treinamento de taekwondo que fiz durante anos foi a minha salvação, e saber que pude me defender sozinha me dá forças para seguir em frente.

Ainda assim, algo mudou. Pela primeira vez, vi uma expressão de preocupação genuína no rosto de Jhon. Talvez ele não seja tão frio quanto parece.

Mas isso, só o tempo dirá

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