...NOVA YORK...
Após subir de elevador, chegamos a uma recepção. Havia uma mulher muito bem arrumada sentada atrás de uma mesa. Ela me olhou de cima a baixo antes de cumprimentar o chefe dela.
— Bom dia, senhor. — Disse ela, educadamente.
O homem apenas lançou um olhar rápido para a secretária, sem responder ao cumprimento. Observei a cena e tive que me controlar para não demonstrar o quanto aquilo parecia desconfortável.
— Não permita que ninguém entre sem a minha autorização. E não me ligue por absolutamente nada, estarei ocupado. — Ele disse com firmeza, caminhando em direção ao corredor. Segui atrás dele sem dizer nada.
Assim que entramos na sala, ele apontou para uma cadeira, indicando que eu me sentasse. Em seguida, acomodou-se na poltrona atrás de sua mesa. Observei o ambiente por alguns segundos; o escritório era impecável, mas frio e impessoal, sem nenhuma vida. Ele chamou minha atenção com um leve movimento de mãos.
— Vou ser direto, não tenho tempo para enrolações. — Disse ele, afrouxando a gravata. — Se aceitar minha proposta, pagarei todos os gastos necessários para tratar da doença de sua mãe.
Aquela declaração direta me deixou momentaneamente sem palavras, algo raro de acontecer. Antes que eu pudesse perguntar como ele sabia disso, ele continuou:
— Para evitar questionamentos desnecessários, já adianto que mandei investigar sua vida desde o dia em que a vi pela primeira vez.
Fiquei incrédula. Isso parecia cena de um filme maluco.
— O que estou propondo é um contrato de casamento. Caso aceite, será minha esposa por um ano, e, ao fim desse período, estará livre.
Quase me engasguei com minha própria saliva.
— O quê? — Minha voz saiu seca, como se o cérebro estivesse processando lentamente as palavras. — O senhor só pode estar brincando... ou louco.
Ele manteve a expressão serena.
— Estou muito lúcido. Vou explicar como isso funcionará. — Falou com calma, ignorando minha surpresa. — Não será necessário nenhum tipo de envolvimento íntimo. Não haverá relacionamento físico entre nós. Sua única função será agir como uma esposa amável em público. Em privado, não teremos qualquer contato além do necessário.
Tentei acompanhar cada palavra, mas a proposta parecia cada vez mais absurda. Ele prosseguiu:
— Não me importo se desejar se relacionar com outras pessoas, contanto que seja algo discreto. Preciso que minha imagem pública seja preservada, pois sou um dos homens mais conhecidos do país.
Respirei fundo e mantive a calma, mas minha mente estava um caos.
— Senhor, sinceramente, não sei nem por onde começar. Mas, por enquanto, a minha resposta é não. Eu não conheço o senhor, e isso é... estranho. — Respondi, tentando manter um tom firme.
Ele suspirou profundamente.
— Entendo sua relutância. Darei três dias para que pense. Caso aceite, ligue para o número no cartão. — Disse, entregando-me um cartão com seu nome e número de telefone. — Meu advogado cuidará de tudo, mas ninguém pode saber que se trata de um contrato. Devem acreditar que nos casamos por amor.
Guardei o cartão no bolso sem dizer nada.
— Vou considerar, mas minha resposta dificilmente mudará. — Levantei-me e o encarei brevemente antes de me dirigir à porta. Ele não tentou me convencer mais. Apenas assentiu em silêncio.
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Saída do prédio
Passei pelos seguranças e pela secretária. Ela lançou um olhar de desprezo na minha direção, mas ignorei. Sempre acreditei que a melhor resposta para esse tipo de atitude é o silêncio.
No estacionamento, encontrei o motorista, que já me aguardava. Enquanto ele me levava para casa, conversamos um pouco sobre o chefe dele. Percebi que Patrick, o motorista, não parecia muito impressionado com o patrão. Isso me fez rir um pouco, e ele olhou pelo retrovisor, confuso.
— Desculpe, é que achei curioso. — Expliquei com um sorriso leve, tentando não parecer grosseira.
Após alguns minutos, chegamos à minha casa. Minha mãe estava na porta, visivelmente aliviada.
— Cheguei! — Disse, enquanto meu cachorro Spike corria até mim.
Ela me abraçou forte.
— Fiquei preocupada. Que bom que está bem, minha filha. — Respondeu, afastando-se um pouco e tossindo discretamente. Quando percebi manchas de sangue no lenço que usava, meu coração apertou.
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No mercado
Depois de tomar um banho e trocar de roupa, fui ao mercado com minha mãe. Enquanto caminhávamos pelos corredores, contei a ela tudo o que havia acontecido naquela manhã.
Ela parou por um instante, claramente tentando processar as informações.
— Não sei o que pensar sobre isso, Esmeralda. É uma oportunidade incrível, mas também muito arriscada. — Disse, enquanto analisava uma prateleira.
— Eu sei, mãe. O que ele propôs é estranho, mas, ao mesmo tempo, tentador. Ele deixou claro que não haverá envolvimento físico ou obrigações além de parecer uma boa esposa em público. Isso poderia ajudar com seus tratamentos... mas ainda estou pensando.
Ela suspirou, preocupada.
— Não quero que você faça algo que vá contra seus princípios, mesmo que seja por minha causa. Pense com calma. Apenas tenha certeza de que estará segura, seja qual for sua escolha.
Assenti, refletindo sobre suas palavras. Durante os próximos três dias, eu teria muito em que pensar.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Euridice Neta
Ela tem que contar pra mãe afinal.isso a envolve diretamente...
2025-03-23
2
Cleidilene Silva
coitada vai ficar entre e Cruz e a espada.
2025-03-22
0
Adna Almeida
E isso é porque não podia contar a ninguém sobre o contrato. 🙄
2025-03-21
3