CAPÍTULO 5

ESMERALDA SALLES

Assim que terminamos de fazer as compras, voltamos para casa. Manu me convidou para ir ao apartamento dela, mas ainda preciso pegar algumas flores para entregar.

O dia foi cansativo, e amanhã tenho que ajudar a Sra. Talia a cuidar das crianças. Ela vai me pagar assim que voltar do trabalho. Apesar de as crianças serem bastante agitadas, vou fazer esse esforço para ganhar um dinheiro extra. Minha mãe está cada vez mais fraca e, para piorar, os remédios não estão surtindo efeito. Preciso encontrar uma solução, mas só consigo pensar em uma: o contrato.

— Filha, a Talia ligou e pediu para você ir amanhã às oito, pois é o horário em que ela sai. — Minha mãe avisa da cozinha, enquanto lava a louça.

— Tudo bem, mãe. Sem problemas. — Respondo, distraída, enquanto navego no Instagram, deitada no sofá. Mais tarde, pretendo limpar a casa ao som de música, como sempre.

De repente, noto que minha mãe está se apoiando na pia e largo o celular.

— Mãe, está tudo bem? — Pergunto, preocupada. Ela se vira e me dá um sorriso gentil.

— Foi apenas um mal-estar. Não precisa se preocupar. — Diz, sentando-se em um banco da cozinha. Levanto-me e pego um copo de água para ela.

— Mãe... — Começo, hesitante, enquanto entrego a água. — Eu vou aceitar a proposta daquele homem.

Ela me encara, surpresa, enquanto dou sequência ao meu pensamento.

— Não posso deixá-la nessa situação, sabendo que há uma chance de tratamento e cura para a senhora. — Digo, séria.

Minha mãe começa a chorar, e isso me deixa confusa. Por um instante, me pergunto se falei algo errado, mas mantenho minha decisão.

— Filha, não faça isso. Não sacrifique sua liberdade por dinheiro. Eu prefiro morrer a vê-la infeliz. — Ela toma um gole de água e soluça, visivelmente abalada.

— Mãe... — Respiro fundo, tentando manter a calma. — Minha liberdade não significa nada se eu não tiver a senhora ao meu lado. Não vou deixá-la sofrer mais. É só por um ano. — Forço um sorriso, tentando tranquilizá-la. — Eu amo você. — Digo, enquanto beijo sua testa.

Depois que ela se acalma, limpo a casa e vou para o quarto tomar banho e preparar as flores que preciso entregar ao Sr. Alexandro. Ele é dono de uma floricultura e sempre compra flores que cultivamos em casa. Esse trabalho sempre foi uma boa fonte de renda para nós. Amanhã, falarei com John para oficializar o contrato.

---

Dia seguinte

Acordo cedo, cheia de energia. Fiz tudo o que precisava em casa e dei um beijo na minha mãe antes de sair. Hoje será um dia longo, mas necessário. Apesar de tudo, sou grata pelas pequenas coisas que tenho, mesmo quando a vida parece difícil.

— Dona Talia! — Chamo da porta, mas não ouço resposta. Logo, um dos filhos dela aparece. — Olá! Sua mãe está por aí? — Pergunto com um sorriso amigável.

O garoto me olha de cima a baixo, com um ar de desdém que me deixa irritada, mas mantenho a compostura.

Entro na casa e vejo a Sra. Talia terminando de se arrumar, com a pequena Lilia ao seu lado.

— Olá, Esmeralda! Como está? — Cumprimenta-me, apressada. — Preciso sair agora, mas volto às oito da noite. Assim que chegar, faço o pagamento combinado, ok?

— Tudo certo, pode ir tranquila. — Respondo com serenidade.

— Esses são Gustavo e Lilia, como você já sabe. Eles não são fáceis, mas tenho certeza de que você vai dar conta. — Diz ela, com um sorriso antes de sair.

Assim que ela parte, fecho a porta e respiro fundo. Sento-me por um momento para organizar meus pensamentos.

— Crianças, hoje serei sua babá. Vamos nos comportar, certo? Se forem obedientes, levarei vocês ao parque. — Falo com calma.

Mal terminei de falar, e os dois já saíram correndo pela casa. Suspiro, percebendo que isso não seria tão fácil.

— Parece que vou ter que entrar no jogo deles. — Murmuro para mim mesma enquanto começo a procurar os pequenos.

Primeiro, subo as escadas. Entro no quarto da Sra. Talia, mas finjo que estou saindo para pegá-los desprevenidos. Vou até o armário e, ao abri-lo, encontro Lilia.

— Achou que ia me enganar? — Digo em tom divertido.

Ela se assusta e começa a chorar. Sinto um aperto no coração e a pego no colo, fazendo cafuné em seus cabelos loiros.

— Pronto, pronto. Se você for uma boa menina, prometo não dar mais sustos. Além disso, levarei você ao parque. — Digo, sorrindo.

Ela para de chorar e me olha com aqueles olhos brilhantes, mostrando a janelinha dos dentes.

— Que tal me ajudar a encontrar seu irmão? — Sugiro, colocando-a no chão.

Ela concorda e sai correndo para o outro quarto. Continuo procurando por Gustavo, que parece estar muito bem escondido. Depois de vasculhar vários cômodos, olho para cima do guarda-roupa e o encontro lá, dormindo.

— Ah, Gustavo... — Digo com um sorriso cansado.

Pego-o com cuidado e o levo para o quarto, colocando-o na cama.

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Depois do almoço

Preparei o almoço enquanto o bolo assava. Fiz um bolo de cenoura com cobertura de chocolate para os pequenos. Gustavo acordou e veio para a mesa com um sorriso maroto no rosto. Passei a mão pelos cabelos dele e brinquei:

— Você dá trabalho, hein, rapazinho?

Ele riu, e todos se sentaram para comer. Depois do almoço, levei-os ao parque, como prometido, e depois para tomar sorvete. Quando voltamos para casa, dei banho nos dois e coloquei um filme animado para assistirem enquanto faziam um lanche.

Eles dormiram no sofá, exaustos. Por um momento, fiquei observando os dois. Era engraçado ver como pareciam anjinhos depois de tanta correria. Sem perceber, acabei cochilando também.

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Comments

Cleidilene Silva

Cleidilene Silva

tomara que ela viva alguns anos ainda, pra valer apena o esmeralda vai presenciar na companhia do Jhon.

2025-03-22

2

Maria Silva

Maria Silva

ainda não entendi o porque do contrato e com ela

2025-03-23

0

Dulce Tavares

Dulce Tavares

amandooooooooooo a história

2025-04-01

0

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