CAPÍTULO 12

ESMERALDA SALLES.

Estamos no avião a caminho do Havaí. A ansiedade me domina; mal posso esperar para ver o mar e aproveitar o lugar. Olho para frente e vejo Jhon com os olhos fechados. Sem perceber, fico o observando, talvez tentando decifrá-lo. Quando ele abre os olhos, desvio rapidamente o olhar, mas é tarde demais.

— Aconteceu algo? — Pergunta ele, com o semblante sério e distante, como sempre.

— Nada... Só estava pensando. Posso fazer uma pergunta? — Digo, tentando manter um tom leve. Ele faz um leve aceno, desviando o olhar para a janela. Há algo em sua postura que me deixa intrigada, uma sensação difícil de explicar.

— Por que você é tão distante? Por que não sorri mais vezes? — Pergunto, deixando escapar algo que estava preso em mim há algum tempo. Ele fica em silêncio por alguns segundos antes de responder.

— Talvez porque eu não queira. Ou porque nada me interessa o suficiente para que eu fique rindo à toa. — Sua resposta é direta e, como sempre, sem emoção. Ele fecha os olhos novamente. — Você devia descansar. A viagem será longa.

Me aconchego no assento, mas o sono não é meu melhor amigo hoje. Fecho os olhos, e a tranquilidade logo dá lugar a um pesadelo terrível. Vejo minha mãe morta. Tentei gritar por ajuda, mas ninguém estendeu a mão. Meu corpo tremia, e lágrimas desciam pelo meu rosto. Foi a primeira vez, em anos, que senti um medo tão avassalador.

No pesadelo, olho para o lado e vejo minha mãe desaparecendo. Tento chamá-la, mas ela não me ouve. No meio da dor e do desespero, sinto uma mão segurando a minha. Por um momento, a sensação de calma e segurança volta, e o sonho se torna mais suave, até eu acordar.

Chegada ao Havaí

— Esmeralda? — Sinto um toque leve me despertando. É Jhon, que me balança suavemente. — Chegamos.

Abro os olhos lentamente, ainda sonolenta. Olho ao redor e vejo os seguranças saindo do avião. Ele estende a mão para me ajudar a levantar.

— Vamos. — Diz ele, guiando-me para fora.

Saindo do avião, o mar ao longe captura minha atenção. Respiro fundo, sentindo a brisa fresca no rosto.

— Uau... — Digo, admirada.

— Entre no carro. — Ele solta minha mão e abre a porta da limousine que nos espera. Entro, ainda encantada com a vista.

O caminho até o resort é silencioso. Não me incomodo; estou focada em apreciar a beleza do lugar. Quando chegamos, vejo uma piscina enorme cercada por um jardim florido.

Jhon vai direto falar com o gerente da pousada, enquanto observo os detalhes ao meu redor. Ele volta com a chave do quarto e me surpreende:

— Dividiremos o quarto. É mais conveniente assim. Não se preocupe, não vou tocar em você. — Sua voz é firme, mas me sinto levemente desconfortável.

Seguimos até o quarto, que fica na área VIP do resort. Assim que entramos, jogo-me na cama, exausta. Jhon me observa por alguns segundos antes de tirar a gravata e entrar no banheiro.

Depois de alguns minutos, ele sai, vestindo apenas uma toalha na cintura. Não posso evitar notar seu físico impecável. Desvio o olhar rapidamente quando nossos olhos se encontram.

— Acho que vou até a praia. Posso? — Pergunto, tentando manter a compostura.

— Leve um segurança ou dois com você. — Ele responde, já indo para o closet.

Na praia

Visto meu biquíni, coloco uma saída de praia e chamo Patrick para me acompanhar. Atravessamos a rua até a praia, e não consigo esconder minha alegria. Pulo de felicidade, arrancando sorrisos discretos de Patrick e olhares curiosos dos outros ao redor.

Assim que meus pés tocam a água, sinto uma paz indescritível. Gostaria que minha mãe estivesse aqui comigo para compartilhar esse momento.

Tiro a saída de praia e mergulho. A água refrescante parece lavar todos os meus problemas. Molho os cabelos e fecho os olhos, aproveitando a sensação de liberdade.

— Mais que gata! — Uma voz masculina me interrompe. Abro os olhos e vejo um homem desconhecido se aproximando, claramente inconveniente.

Patrick se mantém em alerta, mas faço um sinal para ele não interferir.

— Obrigada pelo elogio, mas não sou para o seu bico. — Respondo com um sorriso sarcástico, tentando encerrar a interação.

O homem não gosta da resposta e agarra meu braço. Antes que Patrick possa agir, reajo instintivamente: seguro a mão dele e torço seu braço para trás, imobilizando-o.

— Babaca! Isso é para você aprender a respeitar quem está quieto. — Digo, soltando-o em seguida.

As pessoas ao redor começam a aplaudir, enquanto o homem me olha com ódio. Patrick se aproxima, surpreso.

— Vamos embora. Estragaram o meu dia. — Digo, pegando minha saída de praia e me afastando da cena.

Enquanto saio, olho para trás e vejo o homem ainda me encarando, mas não me importo. Pessoas como ele não merecem minha atenção.

Mais populares

Comments

gata

gata

Não tinha um nome mas bonito pra colocar na protagonista? Esmeralda kkkkk

2025-03-30

0

Maria

Maria

muito mulher determinada e que saber se defender muito bem 👏👏👏

2025-04-02

0

Euridice Neta

Euridice Neta

Ainda bem que ela sabe se defender né

2025-03-23

0

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!