ESMERALDA SALLES.
Estamos no avião a caminho do Havaí. A ansiedade me domina; mal posso esperar para ver o mar e aproveitar o lugar. Olho para frente e vejo Jhon com os olhos fechados. Sem perceber, fico o observando, talvez tentando decifrá-lo. Quando ele abre os olhos, desvio rapidamente o olhar, mas é tarde demais.
— Aconteceu algo? — Pergunta ele, com o semblante sério e distante, como sempre.
— Nada... Só estava pensando. Posso fazer uma pergunta? — Digo, tentando manter um tom leve. Ele faz um leve aceno, desviando o olhar para a janela. Há algo em sua postura que me deixa intrigada, uma sensação difícil de explicar.
— Por que você é tão distante? Por que não sorri mais vezes? — Pergunto, deixando escapar algo que estava preso em mim há algum tempo. Ele fica em silêncio por alguns segundos antes de responder.
— Talvez porque eu não queira. Ou porque nada me interessa o suficiente para que eu fique rindo à toa. — Sua resposta é direta e, como sempre, sem emoção. Ele fecha os olhos novamente. — Você devia descansar. A viagem será longa.
Me aconchego no assento, mas o sono não é meu melhor amigo hoje. Fecho os olhos, e a tranquilidade logo dá lugar a um pesadelo terrível. Vejo minha mãe morta. Tentei gritar por ajuda, mas ninguém estendeu a mão. Meu corpo tremia, e lágrimas desciam pelo meu rosto. Foi a primeira vez, em anos, que senti um medo tão avassalador.
No pesadelo, olho para o lado e vejo minha mãe desaparecendo. Tento chamá-la, mas ela não me ouve. No meio da dor e do desespero, sinto uma mão segurando a minha. Por um momento, a sensação de calma e segurança volta, e o sonho se torna mais suave, até eu acordar.
Chegada ao Havaí
— Esmeralda? — Sinto um toque leve me despertando. É Jhon, que me balança suavemente. — Chegamos.
Abro os olhos lentamente, ainda sonolenta. Olho ao redor e vejo os seguranças saindo do avião. Ele estende a mão para me ajudar a levantar.
— Vamos. — Diz ele, guiando-me para fora.
Saindo do avião, o mar ao longe captura minha atenção. Respiro fundo, sentindo a brisa fresca no rosto.
— Uau... — Digo, admirada.
— Entre no carro. — Ele solta minha mão e abre a porta da limousine que nos espera. Entro, ainda encantada com a vista.
O caminho até o resort é silencioso. Não me incomodo; estou focada em apreciar a beleza do lugar. Quando chegamos, vejo uma piscina enorme cercada por um jardim florido.
Jhon vai direto falar com o gerente da pousada, enquanto observo os detalhes ao meu redor. Ele volta com a chave do quarto e me surpreende:
— Dividiremos o quarto. É mais conveniente assim. Não se preocupe, não vou tocar em você. — Sua voz é firme, mas me sinto levemente desconfortável.
Seguimos até o quarto, que fica na área VIP do resort. Assim que entramos, jogo-me na cama, exausta. Jhon me observa por alguns segundos antes de tirar a gravata e entrar no banheiro.
Depois de alguns minutos, ele sai, vestindo apenas uma toalha na cintura. Não posso evitar notar seu físico impecável. Desvio o olhar rapidamente quando nossos olhos se encontram.
— Acho que vou até a praia. Posso? — Pergunto, tentando manter a compostura.
— Leve um segurança ou dois com você. — Ele responde, já indo para o closet.
Na praia
Visto meu biquíni, coloco uma saída de praia e chamo Patrick para me acompanhar. Atravessamos a rua até a praia, e não consigo esconder minha alegria. Pulo de felicidade, arrancando sorrisos discretos de Patrick e olhares curiosos dos outros ao redor.
Assim que meus pés tocam a água, sinto uma paz indescritível. Gostaria que minha mãe estivesse aqui comigo para compartilhar esse momento.
Tiro a saída de praia e mergulho. A água refrescante parece lavar todos os meus problemas. Molho os cabelos e fecho os olhos, aproveitando a sensação de liberdade.
— Mais que gata! — Uma voz masculina me interrompe. Abro os olhos e vejo um homem desconhecido se aproximando, claramente inconveniente.
Patrick se mantém em alerta, mas faço um sinal para ele não interferir.
— Obrigada pelo elogio, mas não sou para o seu bico. — Respondo com um sorriso sarcástico, tentando encerrar a interação.
O homem não gosta da resposta e agarra meu braço. Antes que Patrick possa agir, reajo instintivamente: seguro a mão dele e torço seu braço para trás, imobilizando-o.
— Babaca! Isso é para você aprender a respeitar quem está quieto. — Digo, soltando-o em seguida.
As pessoas ao redor começam a aplaudir, enquanto o homem me olha com ódio. Patrick se aproxima, surpreso.
— Vamos embora. Estragaram o meu dia. — Digo, pegando minha saída de praia e me afastando da cena.
Enquanto saio, olho para trás e vejo o homem ainda me encarando, mas não me importo. Pessoas como ele não merecem minha atenção.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
gata
Não tinha um nome mas bonito pra colocar na protagonista? Esmeralda kkkkk
2025-03-30
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Maria
muito mulher determinada e que saber se defender muito bem 👏👏👏
2025-04-02
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Euridice Neta
Ainda bem que ela sabe se defender né
2025-03-23
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