CAPÍTULO 10

...JHON COLLINS...

Hoje seria o dia em que meu pai finalmente passaria a empresa para minhas mãos. No entanto, ele cismou que só faria isso se eu me casasse primeiro. No início, relutei. Casar não estava nos meus planos, muito menos tão cedo.

Quando a notícia se espalhou, muitas mulheres começaram a aparecer, interessadas. Todas com o mesmo objetivo: se casar com um homem rico. Para afastá-las, disse que já estava noivo. Claro que era mentira, mas o suficiente para criar uma barreira. O sorriso no rosto do meu pai ao ouvir isso quase me fez rir. Ele não acreditou completamente, mas preferiu não questionar.

— Ok, pai. Daqui a alguns dias, apresentarei minha noiva. — Disse, mantendo a fachada.

Ele apenas sorriu, satisfeito. Às vezes, penso que ele tem um parafuso a menos, mas deixei isso de lado. Minha mãe, por outro lado, ficou radiante. Disse que sempre quis netos e que já estava na hora. Meu irmão mais novo já tem um filho, mas, para ela, isso nunca é suficiente.

— Estarei aguardando ansiosamente. — Respondeu meu pai, levantando-se da poltrona do escritório antes de sair.

Após essa breve conversa, decidi visitar a empresa de um amigo para desabafar. Ele, como sempre, riu da minha situação.

— E você realmente achou que seria tão fácil? Seu pai só passaria a empresa para você sem exigir nada? — Disse ele, quase engasgando de tanto rir.

— Haha, muito engraçado. — Retruquei com sarcasmo, mas ele continuou rindo.

Após alguns minutos de conversa, olhei para o relógio e percebi que já estava na hora de ir. Despedi-me dele e saí.

Encontro inesperado

No elevador da empresa, uma garota se esbarrou em mim. Não foi nada grave, mas meu segurança, como sempre exagerado, começou a repreendê-la. Antes que eu pudesse intervir, a garota deu um chute nele e saiu andando, sem ao menos olhar para trás.

Algo nela chamou minha atenção. Pedi que parasse e perguntei seu nome. Ela me respondeu “Teresa”, mas não acreditei. Apesar disso, deixei-a ir sem insistir.

De volta ao carro, instruí um dos meus seguranças de confiança a investigar tudo sobre ela: onde morava, com quem vivia, sua idade, sua rotina. Pode soar obsessivo, mas algo naquela garota era diferente. Ela parecia não se importar com quem eu era ou o poder que eu tinha, e isso me intrigou.

De volta para casa

Cheguei em casa um pouco cansado, mas nada fora do normal. Minha mãe me recebeu com um abraço caloroso, como sempre.

— Filho, chegou cedo hoje. — Disse ela, afastando-se para me observar melhor.

— Hum. — Respondi apenas com um som de concordância. Nunca fui de falar muito, apenas o necessário.

Minha mãe já tentou me levar a terapeutas por causa disso, mas os médicos sempre diziam que eu era reservado por natureza e que isso não precisava ser mudado. No entanto, ela nunca desistiu de tentar.

Hoje, finalmente alcancei o que queria: a oportunidade de assumir a empresa do meu pai. Mas, para isso, ele colocou essa condição de casamento. Isso complica as coisas. Sempre fui bom com mulheres, mas a maioria delas só vê meu dinheiro. Contudo, ao ver aquela garota hoje, percebi que ela poderia ser diferente. Resolvi arriscar.

Isso não significa que estou interessado emocionalmente. Apenas a vejo como uma peça do quebra-cabeça que preciso montar para atingir meus objetivos.

Minha visão sobre tudo

Sou um homem prático, frio e calculista. Não me permito envolvimentos desnecessários. Resolvo problemas de forma rápida e eficiente, para evitar erros que possam me prejudicar no futuro.

Meu pai sempre foi um homem severo, mas justo. Ensinou-me o que era certo e errado e me preparou para liderar. Minha mãe, por outro lado, é doce e gentil, uma conselheira incrível, embora um pouco insistente.

Meus irmãos gêmeos são opostos em muitos aspectos. Marine é doce, reservada e apaixonada por livros. Já Lucas é mulherengo e esperto, mas também leal à família. Cada um deles terá suas próprias responsabilidades no futuro, já que meu pai possui várias empresas espalhadas pelo país.

Meu foco é simples: me casar através de um contrato. Não haverá envolvimento emocional. Darei à minha esposa tudo o que ela precisar durante o período do contrato, mas manterei a distância necessária. Após um ano, nos divorciaremos, e cada um seguirá seu caminho. Assim, poderei assumir a empresa e alcançar meus objetivos.

Não vejo isso como ambição desmedida. Sempre gostei da solidão, e qualquer pessoa que ameace minha zona de conforto deve ser afastada rapidamente.

Se aquela garota aceitar, tudo seguirá conforme o planejado. Afinal, não há espaço para erros ou distrações no meu mundo.

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