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...ESMERALDA SALLES...
Acordo no pique, com a mente a mil. Hoje é o dia em que finalmente conhecerei os pais do Sr. Collins. Já faz quase um mês desde nosso último encontro, e agora estou a um passo de entrar completamente nesse acordo que, confesso, ainda me deixa nervosa.
Coloco-me de pé e respiro fundo. Apesar de tudo, tento manter a calma. Este casamento, para mim, não é algo tão sério emocionalmente, mas a responsabilidade envolvida pesa bastante.
O Sr. Collins enviou estilistas para preparar uma roupa adequada para o jantar. "Apresentável e elegante", foram as palavras dele. É um evento formal em família, e ele quer que eu saiba como agir diante de seus pais. Confesso que isso só aumenta minha ansiedade, mas acredito que vou conseguir cumprir meu papel. Afinal, sou uma ótima atriz.
Já contei o básico para Manu, claro, mas nada além disso. É uma questão de segurança e confidencialidade. Jhon foi muito claro: ninguém pode saber dos detalhes do contrato. Minha mãe, embora ainda relutante, aceitou a situação, sabendo que isso é necessário para o tratamento dela.
— Mãe, preciso sair. Vou encontrar o Sr. Collins para conversarmos sobre o jantar de hoje à noite. Não sei que horas volto, então não me espere acordada. — Digo enquanto me arrumo para sair.
Minha mãe me olha com um misto de preocupação e resignação.
— Já vai? Ainda é cedo, filha. Não acha que poderia sair um pouco mais tarde? — Pergunta, tentando prolongar minha permanência.
— Mãe, já conversamos sobre isso. Eu preciso ir agora para não me atrasar. Prometo que amanhã conversamos com calma. — Pego minha bolsa, dou-lhe um beijo na testa e saio rapidamente.
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A caminho do restaurante
Recusei a oferta de Jhon para que o motorista viesse me buscar. Preciso passar antes na casa de Manu para pedir que cuide da minha mãe por um tempo, até que eu consiga resolver a questão da casa alugada.
Depois de resolver tudo com ela, sigo para o restaurante. Quando chego, fico surpresa com o luxo do local. Dou uma última olhada ao redor e respiro fundo antes de entrar.
Assim que tento passar pela entrada, um funcionário me barra.
— A senhorita tem reserva? — Pergunta, olhando-me de cima a baixo, com um tom claramente desdenhoso.
— Se não tivesse, você acha que estaria aqui? — Respondo, mantendo a calma, mas firme.
O homem ri debochadamente.
— Sinto muito, mas mulheres como você não costumam frequentar lugares assim.
Minha paciência se esgota. Seguro o olhar fixo nele e digo:
— Espere e verá. — Pego o celular e ligo para Jhon. Ele atende após alguns toques.
Ligação — ON
— Algum problema, Srta. Esmeralda? — A voz dele soa calma, mas autoritária.
— Sim. Fui barrada na entrada do restaurante por um funcionário que decidiu me humilhar. Se o senhor não quer que eu cometa um crime, sugiro que resolva isso agora. — Digo, mantendo a voz controlada, mas firme.
Jhon suspira do outro lado.
— Entendido. Dê-me alguns segundos.
Ele desliga, e eu coloco o celular de volta na bolsa. O funcionário continua rindo e cochichando com um colega, mas mantenho minha postura.
Pouco depois, um homem de terno surge e fala algo ao funcionário, que instantaneamente empalidece. Não posso negar que ver a cena me deu certa satisfação.
— Srta. Esmeralda? — O homem pergunta, aproximando-se.
— Sou eu.
— Por favor, acompanhe-me até a mesa do Sr. Collins.
Passo pelo funcionário com um sorriso discreto, enquanto ele desvia o olhar, claramente envergonhado.
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No restaurante
Ao chegar à mesa, vejo Jhon sentado, olhando pela janela enquanto segura uma taça de champanhe. Sua postura impecável e o brilho de um relógio caro no pulso chamam atenção. Um homem que exala poder e frieza, sem esforço.
O segurança que me acompanhou puxa a cadeira para mim, e agradeço com um sorriso.
— Bom dia. — Digo, quebrando o silêncio, apesar de já ser tarde. Dou uma risadinha. — Desculpe, é mania minha.
Ele me encara por alguns segundos antes de responder:
— Prefiro que tenhamos o mínimo de contato enquanto estivermos morando juntos. Apenas o necessário.
A resposta fria não me surpreende, mas irrita levemente.
— Como desejar, Sr. Collins. — Respondo com um sorriso contido, enquanto ele entrelaça os dedos sobre a mesa, pronto para começar a falar.
— Vamos direto ao ponto... — Ele começa, mas levanto a mão, interrompendo-o.
— Com licença, mas preciso dizer que estou faminta. Nem almocei ainda, e não gostaria de falar sobre assuntos importantes de estômago vazio. Tenho certeza de que o senhor não quer lidar com uma pessoa faminta.
Ouço uma risada abafada do segurança, que logo disfarça. Jhon suspira profundamente, sinalizando para o garçom se aproximar.
— Apenas escolha o que quiser comer, sem se preocupar com o preço. — Diz, enquanto o garçom entrega os cardápios.
— Obrigada. — Digo, mas não consigo evitar uma exclamação ao olhar os valores. — Meu Deus! Essas comidas são feitas de ouro?
A frase arranca outra risada do segurança, mas Jhon o repreende com um olhar sério.
Depois de escolher, o garçom traz os pratos. Fico maravilhada com a lagosta que pedi. Jhon, por outro lado, mantém-se apenas com sua taça de champanhe.
— Não vai comer nada? — Pergunto, curiosa.
— Não preciso de tanto para me satisfazer. — Responde, desinteressado.
— Até na hora de comer o senhor é arrogante, hein? — Brinco, mas ele ignora.
O silêncio entre nós me faz refletir sobre o que estou prestes a fazer. "Será que tomei a decisão certa ao aceitar esse contrato?" pergunto a mim mesma, mas já sei a resposta: não estou fazendo isso por mim, mas pela minha mãe.
A cada momento ao lado de Jhon, percebo que esse será o maior desafio da minha vida.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Euridice Neta
Sei não ele é muito arrogante, frio e calculista, não dá ponto sem nó...
2025-03-23
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Dulce Tavares
quando se apaixonar vai esquecer dessa arrogância toda kkkk
2025-04-01
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Maria Silva
autora quero saber o motivo dele assinar um contrato
2025-03-23
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