luta

Soul suspirou, resignado. Ele abaixou levemente a cabeça, seus olhos não se desviando dos homens um instante, sua expressão taciturna. Entretanto, apesar de parecer levemente casual enquanto puxava duas adagas embainhadas do lado inferior de sua cintura, sua intenção assassina era espessa, claramente expressando intenção de matar.

— Yori, é bom te ver de novo. Infelizmente, hoje não serei educado - Seu sorriso amigável mostrava um óbvio contraste contra o brilho fio das lâminas em suas mãos.— se me der licença... Eu irei primeiro. - Em um instante, o homem com máscara de Chacal observou impassível enquanto o jovem se movia como uma sombra. A lâmina fria coberta de força interna foi lançada voando diretamente contra sua nuca, cortando o vento com um "Zum".

Lucas observou o tempo passar lentamente. Ao contrário do lado de fora, onde os pássaros e insetos, árvores e brisa possuíam a própria sintonia tácita, dentro da caverna não havia som algum. Ele estava sozinho, seus olhos seguindo os pequenos insetos que perambulavam de um lado para o outro nas paredes de pedra, suas mãos puxando alguns ramos de grama no chão. Fazia 15 minutos, e o homem moribundo ainda não havia voltado. Era possível que ele apenas tivesse ido embora, deixando-o ali para morrer, ou simplesmente tivesse se aventurado ainda mais floresta adentro, procurando por água e comida para ambos. Ele se perguntou se o homem moribundo achasse alguma fruta venenosa e a comesse, morrendo antes que eles encontrassem uma saída, ele poderia continuar na direção em que o outro estava indo, se o outro não voltasse, seria sua única saída. Mas se Soul encontrasse a morte tolamente lá fora, ele com certeza o faria se revirar no túmulo.

Quando meia hora se passou, ele estava prestes a se levantar quando se lembrou de algo. Sentado, ele tateou brevemente as feridas purulentas na palma de seus pés. Se ele quisesse procurar o outro lá fora, precisaria mais que um pouco de esforço para fazê-lo. Mas no final, ele ainda rangeu os dentes. Já era tempo o suficiente, se ele esperasse mais um pouco, as feridas se tornariam ainda mais infeccionadas. Quando esse momento chegasse, sequer andar, o resto de sua vida estaria selada nessa caverna.

Mas ele ainda era apenas uma pessoa média comum, e tinha medo da dor... Quando mais dez, vinte, meia hora se passou novamente, ele desistiu de esperar. O homem moribundo provavelmente já estava bem longe daqui, claramente o deixou para trás considerando-o um fardo.

 Ele não pôde deixar de se sentir levemente rancoroso. Ele claramente estava planejando recompensar o outro com sinceridade, mas o homem moribundo ainda foi embora, deixando a ele um último resquício de "bondade" enquanto o escondia na caverna para fugir.

Não havia uma única pessoa sincera ao seu redor? Todos estavam destinados a traí-lo? Quanto mais ele pensava nisso, mais seu rosto se contraia, lembrando-se de uma certa pessoa que provavelmente estava muito feliz pelo seu desaparecimento. Ele quase cuspiu um bocado de sangue novamente, mordendo a língua enquanto suprimia seus sentimentos conflitantes.

Ele se levantou débilmente, enquanto segurava a parede de rocha fria e úmida para se equilibrar. As veias de sua testa inchando pela dor na parte inferior de seus pés.

Se ele não tratasse dessas feridas rapidamente, era possível que ele se tornasse um homem aleijado.

Ele tentou ignorar a túnica em farrapos em seu corpo e o peso desconhecido dos fios em sua cabeça. Na verdade, essa era a menor de suas preocupações. A cada passo que ele dava, um rastro de sangue o seguia. A dor era como se ele estivesse pisando em mil pregos, fisgadas contínuas como se o solo em seus pés estivesse coberto por fios elétricos.

Isso era retribuição? Ele sorriu friamente, sua testa coberta de suor frio. Mas apesar de seus passos lentos e sem a menor firmeza, ele continuou.

O céu provavelmente acabara de criar olhos, devolvendo a ele toda a sua arrogância em um único golpe. Vingando-se por usurpar o lugar do filho de Pilar, mesmo ele mesmo acreditando que a mulher fosse sua mãe... pela sua perseguição implacável por Marcelo, que o via como um irmão mais novo. A sua desprentenciosidade no México...

Mas ele não aceitaria. Ele segurou firmemente o camafeu envolvido em sua palma. Ele encontraria um jeito, desde de criança, ele sempre encontrava um jeito. Apesar de nunca ter chegado em uma situação tão incomum quanto essa, ainda não seria diferente.

Ele caminhou lentamente entre as árvores, segurando entre uma e outra para continuar. Por estar sendo carregado por Soul antes, ele não havia sentido a crueldade dos espinhos e folhas cortantes que se espalhavam densamente pelo chão. Logo, apesar de usar uma túnica, toda parte inferior aos seus joelhos estavam cobertas de arranhões e marcas de sangue, alguns rasos e outros tão profundos quanto o corte de um canivete.

Ele silibou quando um novo corte, dessa vez mais profundo, foi causado por uma planta com folhas que se pareciam com um serrote. Ele xingou Marcelo internamente, mesmo sabendo que provavelmente não tinha nada a ver com ele, ele o culpou pelo sumiço de seus sapatos, enquanto observava lentamente o sangue deslizar pelos seus pés.

Ele pensou por um instante se o homem moribundo o chamava pelo próprio apelido enquanto falava palavras estrangeiras. observando seu estado lamentável, ele pensou que esse apelido cairia ainda melhor nele mesmo.

De repente, ele escutou sons de colisão metálicos. Por um segundo, ele pensou que fosse sons de carro se aproximando. No entanto, sua breve felicidade logo se tornou decepção. Depois de caminhar rapidamente na direção do som, ele colidiu com uma árvore, bem a tempo de observar chocado a cena do outro lado.

Alguns animais ensaguentados estavam jogados aleatoriamente pela planície, provavelmente mortos. Mais a frente, Soul desviava como uma chita de uma corrente lançada com força avassaladora sobre ele. Entretanto, além de parecer levemente desgrenhado, com seus cabelos dourados espalhados livremente por sua cabeça, ele não parecia estar ferido, pelo contrário. Apesar de suas forças serem completamente opostas, com Soul sendo proficiente em luta de curto alcance e os mercenários da Alcatéia claramente utilizando táticas de longo alcance, eles pareciam ainda mais miseráveis.

No entanto, a polidez de Soul era apenas uma fachada silenciosa. Os homens à sua frente não estavam sendo derrotados. Se eles fossem animais, diria que era como o gato que estava brincando com o rato, e hora outra o rato dava-lhe uma ou duas mordidas, apenas para que ele pudesse se divertir. Ele sabia o plano, eles estavam cansando-o propositalmente. Mas ainda havia uma coisa que ele não entendia.

Ambos os três mestres possuíam força espiritual, dom que ele mesmo não tinha. Se os três juntassem toda a sua força, ele não teria conseguido dizer uma palavra antes que os homens o tivessem matado. Na verdade, ele provavelmente nunca teria descoberto como morreu, dado as táticas desses assassinos. Entretanto, as coisas se tornavam cada vez mais estranhas.

Yori era um antigo conhecido, a ponto de já terem feito refeições e dormirem juntos em um mesmo quarto. Não era esperando que ele considerasse sua camaradagem anterior, era simplesmente que se Yori fosse matá-lo, para que esperar tanto tempo? apesar de ter desembainhado o sabre anteriormente, era apenas como uma ameaça, ele logo foi guardado novamente, com correntes sendo utilizadas para lidar com ele.

era como uma isca...

De repente, ele teve um pensamento. Sua epifania o deixou confuso por um instante, fazendo com que não notasse um chacal deslizando com uma força espiritual espessa em sua direção. Vendo que ele não conseguiria desviar, ele levantou o braço, esperando silenciosamente que o maldito cachorro não arrancasse um pedaço de carne fora.

No entanto, a dor que ele esperava não veio. Mas o chacal que estava prestes a morde-lo explodiu repentinamente. Sangue, pedaços de carne e órgãos internos se espalharam para todo lado, deixando-o encharcado como um demônio ensaguentado que fugiu do inferno.

Quando ele olhou para o grupo de homens, todos eles voltaram sua atenção para uma direção fixa. Dado seu palpite anterior, ele realmente esperava que estivesse enganado. Entretanto, era como se os céus estivessem zombando dele. Antes que as correntes que um dos mercenários lançou chegassem no pequeno mudo, ele as interceptou. Mas dessa vez, seu esforço anterior não valia de nada, e parecia que finalmente eles decidiram levar o jogo a sério. Várias correntes e dentes afiados o confrontaram de frente, mas ele apenas limpou o sangue com as costas das mãos, olhou levemente para trás e gritou, fazendo um leve gesto de "saia".

— Pequeno mudo, fuja daqui!

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