Capítulo 13 - Antigas casas não podem ser sempre chamadas de lares

— Nossa. — Fala Allexander, admirado com a apresentação que acabou de ocorrer, ele sabia que seria bom, mas não tão bom assim.

— Uou!! — Exclama Caius, empolgado demais para falar qualquer outra palavra.

— Imagina os dois juntos. — Diz Allexander, se virando para o corvo que ainda está com os olhos arregalados. — Na verdade, será que tem mais deles? Nunca prestei muita atenção quando passava nas casas dos outros.

— Onde eu morava tinha uma.

— Você está falando dos Pasmour? Bem, eles eram do mesmo nível que o nosso alguns séculos atrás. O que a da sua antiga casa tinha? Um piano ou algo mais pesado? — Pergunta Allexander, que encara o corvo com seus olhos profundamente pretos e empolgados por respostas.

— Eu não me lembro muito bem. — Responde Caius, passando a mão pelos cabelos negros, tentando lembrar de qualquer fragmento daquela estátua. — Talvez tinha uma flauta? Ou era um violino? Acho que poderia ser um clarinete?

— Então você não sabe. — Allexander bate o pé, começando a dar voltas enquanto pensava no que fazer. — Já sei! Iremos visitar sua antiga casa!

— O que!? Porque?

— Não é óbvio? Vamos ver aquela estátua. — Diz confiante Allexander, pronto para seguir até a casa dos Pasmour, se não fosse algo deselegante para alguém de seu nível fazer, ele voaria até lá nesse instante.

— Deixa para depois, não é uma boa ideia visita-los, eles não gostam muito. — Respondeu Caius, sua voz claramente nervosa e um pouco assustada.

— É? Receber a visita de um nobre com classificação mais alta que eles seria uma honra. Ainda mas, que estão sendo rebaixados até serem esquecidos. — Refutou Allexander, sua voz um tanto orgulhosa por saber que pode ir lá, apenas entregando uma simples carta.

— Ainda assim a ideia não é boa. — Caius fala com a voz ansiosa, sua relutância e perceptível para qualquer um, ainda mais para a coruja ao seu lado. — Podemos encontrar outro jeito de ir lá.

— Qual outro jeito? Voando até lá?

 Caius acena com a cabeça, a ideia para ele não e ruim, ir e vir, seria rápido com uma noite com bons ventos e céu sem nenhum sinal de chuva.

— Não, não, e completamente rude ir dessa forma, se alguém descobrir será horrível para a minha reputação. — Fala Allexander, cruzando os braços e estufando o peito.

— Mas, você não é de uma grande casa? Não seria uma grande coisa ir lá e voltar, ninguém vai descobrir. — A voz de Caius se tornou mais reverente, querendo que isso fosse o suficiente para mudar a ideia do outro.

— Porque você não quer ir lá? O que tem lá que você não quer ver? — Pergunta a coruja, se agachando um pouco para ficar na mesma altura que o corvo.

 E de surpresa Allexander percebe que quando a fugaz luz da lua bate nos olhos do corvo, seu olho direito fica em um tom azul que quase se perde no meio do preto. " Os olhos dele são de cores diferente. " Pensa a coruja, que logo deixa de lado, ele falaria sobre isso depois.

— São apenas alguns problemas, mas não e preciso tanta atenção sua.

— Mas você simplesmente não quer ir lá? Porque? Eles são tão ruins assim?

— Não é isso... é que lá e um lugar meio desconfortável de ficar. — Caius aperta as mãos juntas, seu nervosismo e palpável em suas palavras e ações.

— Se você me der um bom motivo. — Fala Allexander, levantando um de seus dedos no rosto do corvo nervoso. — Irei escondido com você na próxima noite, se não for bom enviarei uma carta em seu nome informando que faremos uma visita.

 Caius suspira, sua falta de vontade de contar e palpável, mas sua vontade de não ir para lá na luz do dia parece estar acima da primeira. Allexander espera sua resposta, ainda encarando os olhos diferentes do corvo e querendo saber logo. Na sua cabeça isso foi um ótimo acordo.

 O corvo demonstra mais nervosismo, suas asas se arrepiam e se movem para esconder o corpo pequeno de Caius, que está sendo sombreado pela coruja curiosa. Ele abre a boca, parecendo pronto para falar, mas a fecha tão rápido que um mosquito poderia ter entrado em sua boca e engasga-lo.

 Caius se vira e sai correndo, pegando de surpresa Allexander que estava esperando por sua resposta. O corvo sai correndo, a coruja vai atrás, os dois passam por portas de quartos, corredores e as escadas, para o fundo onde têm uma última porta, longe das outras que estão desabitadas e esperando que algum convidado chegue.

 Caius entra, e logo em seguida fecha a porta, mas e impedido de terminar de fechá-la pelo pé de Allexander, que achou uma boa ideia fazer isso, resultando em apenas a coruja tento que engolir o guinchado que tentou subir por sua garganta.

— Não achei que doeria tanto. — Grasna Allexander, estando com os olhos lacrimejantes e voz fina, ainda querendo gritar por seu pé quase ter sido decepado.

— Você está bem? — Perguntou Caius, abrindo mais a porta anteriormente quase fechada. — Melhor entrar.

 Allexander entra, mancando e soltando leves "ais", cada vez que toca no chão, ele caminha até a cama perto da janela e se joga nela sem decorro. Esse é a primeira vez que ele entra aqui, no quarto ainda não parecia ter realmente um residente, tento uma estante com um livros aleatório, escrivaninha com alguns papéis rabiscados e livros abertos, janela ainda com cortinas avermelhadas. O único local diferente e a colcha onde ele está deitado, sendo de um azul-claro, completamente diferente da palheta de cores de todo o ambiente. Ele se vira para o corvo nervoso do lado da porta que leva ao banheiro.

— Porquê você saiu correndo? — Sussurra Allexander, alto o suficiente para o outro escutar, e baixo o suficiente para a finura da sua voz passar despercebida. — A pergunta foi tão difícil assim?

— Não, não foi, e apenas... — Caius vai em direção da janela, meio escura e brilhante pela lua minguante do lado de fora. — Eu não sei como explicar isso.

— Apenas fale, aposto que não e tão ruim assim. — Allexander se levanta, ainda mancando um pouco da última façanha que fez, mas ainda fica em pé do lado do corvo. — É se for tão ruim assim, jogarei na cara deles que nada pode acontecer quando alguém estiver na guarda da minha família.

 Allexander fala confiante, em sua cabeça todo o problema séria resolvido com o poder da sua casa, os Pasmour são rebaixados, para que ter medo deles. Com algumas palavras eles já eram.

— Eu falei que.. na guarda da sua família?

— Exatamente! Você ficará aqui por tempo indeterminada, então qualquer coisa que ameaçar você pode criar fofocas chatas e sem nexo. Então vamos lá, fale. — Allexander pressiona o corvo que engoli em seco, ainda olhando pela janela, vendo uma parte do jardim, e uma parte do campo de treinamento.

— Nunca me senti confortável lá. Nunca foi bom, mesmo que eles falassem que eu faria grandes coisas... — Caius suspira, se fosse inverno sairia fumaça branca de sua boca, acompanhando o olhar melancólico e a postura cabisbaixa.

 Allexander fica em silêncio, não pressionando mais, ele também se vira para a janela, sem saber como prosseguir com a conversa. Nunca teve uma igual antes, e sente que se relaciona levemente com ela.

— Então, nós iremos lá. — A coruja agarra os ombros de Caius fazendo os dois se encararem, ele está com um sorriso largo no rosto, com vários pensamentos passando por sua cabeça prontos para sair e começar um plano. — Mostraremos para eles que você está muito melhor aqui.

— Como faremos isso? Indo lá e se exibindo? — Pergunta Caius, ainda sendo agarrado e balançado de um lado para outro por Allexander.

— Exatamente, isso sempre funciona, já fiz muitas vezes.

— Sério?

— Não duvide de mim, faremos eles quererem morder seus móveis velhos por pura inveja da sua vida melhor aqui. — Allexander sobe na cama, com sapatos e tudo, para convencer o corvo de seguir sua ideia. Quando mais ainda ele estiver mais confiante parecerá.

— Como faremos isso?

— Você tem muitas perguntas. — Aponta Allexander, seguindo o corvo com seu dedo enquanto ele ia se sentar na cama. — Você também precisa me ajudar, sou inteligente, mas ajuda é bom.

— Nós iremos, e deixaremos eles verem o quão bom estou por si mesmos? — Sugere Caius.

— Está certo, iremos com a melhor carruagem, e os mais belos cavalos. — Allexander se vira, e se joga de peito na cama, seu rosto demonstra a diversão que ele sente por pensar nisso. — Também podemos levar um trompetista para anunciar...

— Já esta exagerando. — Fala Caius, tentando tirar as palavras de devaneio da coruja empolgada. — Se nós apenas irmos, já e o suficiente.

— Certeza? Temos alguns cavalos pretos que seriam ótimos junto da carruagem de prata, e a voz do trompetista é ótima para falar nossa chegada.

— Se apenas irmos vai ser o suficiente. Vai falar sem palavras que eu estou bem aqui, não precisamos fazer uma grande celebração pela minha chegada. É também, a ideia de voarmos até lá, ainda podemos fazer isso. — Sugeri Caius, a segunda ideia seria muito mais simples de ser feita.

— Lógico que não! Por acaso somos ladrões? Entraremos pela porta da frente e sairemos pela mesma. — Allexander bate sua asa na cama, fazendo um barulho surdo, mas eficiente para pontuar a sua opinião.

— Não irá mudar de ideia sobre isso nem um pouco? — Perguntou Caius, se virando para a coruja esparramada na cama.

— Vamos apenas ver uma estátua e ir embora. Simples assim. — Fala Allexander, enquanto se virava de um lado para o outro no tecido macio. — É também, se você mais alguma coisa para pegar lá e só ir. Seu quarto está muito vazio, algumas decorações não fariam mal.

— Talvez esteja certo, não deve ser tão ruim assim. — Suspirou o corvo, olhando para a janela e contemplando a lua minguante.

— Fique comigo, e nenhum problema irá te afetar. E também, estou curioso para saber como era sua antiga casa. — Diz Allexander. — A mansão dos Pasmour não deve ser pequena, deve ter alguns problemas.

— Não e tão impressionante quanto você pensa, e um lugar bem comum. — Comenta Caius. — Menor que aqui, mas ainda continua sendo uma mansão. Tem jardins, uma pequena biblioteca, e quartos de hóspedes vazios. Nada que chame qualquer atenção.

— Parece chato, o que você fazia lá? — Perguntou Allexander, mas lá também tinha os outros residentes, junto dos pardais menores que moravam lá, provavelmente, ele nunca prestou muita atenção lá.

— Bem eu... fazia algumas coisas, mas eles também não são muito interessantes para falar.

— Que entediante, aposto que nas duas semanas que passou aqui foram muito mais divertidas, do que seu tempo passado lá. — Diz Allexander, sorrindo com a certeza que sua frase estava certa.

— É. Você tem uma certa razão.

 Os dois ficaram em silêncio, pensando sobre o que fariam quanto chegassem lá, um estava empolgado, enquanto o outro receoso. Eles também, nem sequer pararam para perceber o tempo passando entre seus dedos, as batidas dos relógios mostravam as horas que chegam mais ao dia, do que da noite. Nos ponteiros as três da manhã chegou a poucos momentos atrás, e os dois pássaros deitados ainda não se levantaram ou fizeram qualquer outra coisa.

— Você vai falar com meus pais amanhã, ou é hoje? No café da manhã, e podemos ir depois que eles falarem que está tudo bem. — Fala Allexander, que ainda não se móvel um único músculo fora da cara e está prestes a adormecer.

— Eu falar? — Pergunta Caius. — Por que não fala? Eles irão aceitar melhor se for com você.

— Porque você também não fala? Queremos ir no mesmo lugar, não vai fazer muita diferença.

— É que bem... eles vão escutar você melhor. — Diz Caius, mexendo em seus dedos para se distrair.

— As vezes, você é muito medroso. — Suspira Allexander. — Mas, vou relevar dessa vez. Falarei com eles no café da manhã.

 Allexander se levanta da cama, tira o cobertor onde estava deitado em cima, e se deita de novo, só que desta vez, embaixo. Se aconchegante na cama macia e quente. Caius apenas olha para toda essa ação com a cara fechada.

— Você vai dormir aqui? — Pergunta o corvo.

— Vou. — Responde a coruja.

— Por que?

— Porque, eu quero.

 E assim Allexander cai no sono, deixando um corvo exasperado para trás, que depois de alguns minutos também se aconchegou na cama e adormeceu.

____________________

— Claro que deixaremos vocês irem até a Casa Pasmour. — Respondeu a duquesa com um sorriso, o duque apenas afirmou com um aceno.

 No café da manhã Allexander perguntou a permissão a ida até a casa dos pardais, que como ele pensava foi confirmado sem muitas complicações. Ele até mesmo deu uma cotovelada em Caius, como que sem palavras afirma-se que não era aquilo que provavelmente o corvo estava pensando.

— Iremos mandar a carta para eles avisando da visita que faram. Então, depois de terminarem suas aulas podem dar uma passadinha por lá. — Fala Raquel, sem perceber os dois passarinhos discutindo mentalmente um com outro durante sua fala.

— Tudo bem, mãe. — Diz Allexander. — Caius estava morrendo de saudade de lá, mas não estava com muita coragem de pedir, isso deve tê-lo deixado muito feliz, não é?

 Allexander sente o olhar fulminante que o corvo está lhe dando, ele sabia que isso iria acontecer, até mesmo tendo que se segurar para não rir do leve tom vermelho que começou a preencher suas bochechas.

— Sim, Vossa Excelência, isso me deixa muito... feliz. — Responde Caius, com um leve sorriso no rosto, um pouco forçado mas é o suficiente para não chamar muito dá atenção dos duques.

— Vai ser uma viagem divertida até lá. — Fala Allexander, passando para o corvo um dos pães colocados em uma travessa de vidro. — Acho que eles não moram muito longe daqui.

— Sua residência fica por cerca de três horas. — Fala o duque, chamando a atenção da coruja que importunava o corvo.

— Três horas? — Repete Allexander, que engole em seco por ter que passar todo esse tempo dentro de uma carruagem.

— Não se preocupe, vai passar rápido. — Comenta Caius, se virando para com o mesmo olhar que a coruja havia lhe dado antes.

— É, sim... claro.

____________________

 Allexander se senta do lado de Felicity, os dois estão no jardim, na área onde a estátua cantora reside e já está quieta em sua eterna e mais quebradiça posição.

— Mais tarde, iremos até a casa dos Pasmour. — Fala Allexander enquanto balança seus pés que não alcançam completamente o chão.

 Felicity se vira para a coruja, seu olhar antes vago e pensativo, voltou ao normal quando escutou o som das palavras vinda daquele sentado bem do seu lado.

— Você falou alguma coisa? — Comenta Felicity, com uma risada nervosa com sua obvia distração.

— Eu só falei que sairia mais tarde, para a casa dos Pasmour. — Responde Allexander, se virando para Felicity que aos poucos parecia voltar a ficar distraída. — Mas, você está bem? Parece mais distraída.

— O que? Não, não, estou normal, apenas tive que fazer mais coisas que normalmente faço, e apenas cansaço, não precisa ficar com esse beicinho preocupado. — Diz Felicity, apertando uma das bochechas de Allexander que tem uma textura fofa como uma massa de pão.

 Allexander vira o rosto para longe das mãos traiçoeiras da empregada, o local que ela apertou ficou um pouco avermelhado dando mais vontade de apertar e ver o quão vermelho poderia ficar. Felicity ri da reação da coruja, ajudando a acalmar um pouco sua cabeça cheia de suposições e problemas.

— Ir até a casa dos Pasmour, não é? — Pergunta ela. — Foi de lá que Caius veio, pelo que me lembro, ele não fala muito de como era morar lá.

— Sim, iremos visita-los, o garoto deve estar com saudade deles.

— Entendo ele, mesmo que apenas tenha se passado algumas semanas, ficar tão longe de casa não e muito comum para alguém da idade dele. — Comenta Felicity. — Deve ser uma volta divertida, você nunca conheceu os Pasmour, será bom conhecer os pais do seu amigo.

— Apenas irei por curiosidade, não e como se fossemos grandes amigos ou algo parecido, mas ir até lá me tirará desse tedio. — Fala Allexander, sem perceber o sorriso que cruzou o rosto de Felicity.

— Não são amigos? Alguns pássaros me contaram que vocês dois estão conversando, até mesmo dando algumas escapadinhas a noite.

— QUEM TE CONTOU ISSO?! — Exclamou Allexander, percebendo então que caiu em uma armadilha quando a tiê começou a gargalhar alto.

 A risada de Felicity pode ser confundido com um soluço, ou que ela está engasgando com algumas coisa, mas para a coruja a primeira opção seria muito boa. Seu rosto vermelho como um morango recém amadurecido apenas faz a empregada guinchar entre uma gargalhada a outra.

— Você sabe como os guardas são, quando eles perceberam que era apenas vocês dois os deixaram em paz. — Fala Felicty entre as pausas de uma risada a outra. — É, também ouvi dizer que vocês até dormiram no mesmo quarto e fizeram uma baita bagunça com os travesseiros. Se isso não se classifica como o começo de uma amizade, nem sequer sei o que poderia ser.

— Se classifica como dois pássaros que estão apenas conversando, ou coisa do tipo. — Responde Allexander, com total certeza de sua resposta, claramente era apenas isso.

— Tudo bem, o que faça dormir a noite sem problemas. — Apazigua Felicity, ainda sorrindo e dando leves bufos de risadas que não consegue segurar.

 Allexander olha para ela, sem comentar mais sobre a amizade entre os dois, mesmo que ele relembre da briga de travesseiros e pensar que aquele corvo não era tão ruim assim, eles ainda não evoluíram para se considerarem amigos, talvez colegas? Até poderia ser confidentes, em busca de algo que interesse os dois, é isso faz mais sentido.

— Como você acha que será por lá? — Perguntou Felicity, tirando Allexander dos pensamentos que ela sabia quais eram.

— Não muito diferente de qualquer outra mansão, quartos, área central, sala de jantar, e um jardim enorme. Só que menor. — Responde Allexander com pouco entusiasmo, para ele aquele seria como qualquer outra, até mesmo um pouco parecida com a sua.

— Então você apenas quer ir para lá por conta de Caius? A amizade de vocês dois e tão fofa.

— Não somo amigos!

 Felicity tenta apaziguar a coruja que quase estava se transformando em um morango, ou poderia dizer um tomate, mas mesmo que ela faça seu melhor os soluços ainda saiam de sua boca, fazendo Allexander pular do banco de onde estava sentado e seguir de volta para dentro, obviamente não envergonhado ou qualquer coisa parecida.

...----------------...

 Allexander se encontrou com Caius no corredor enquanto deixava Felicity e sua risada soluçante para trás. O corvo está com os braços cruzado, com as asas pretas quase o cobrindo, e andando pelo largo corredor sem rumo, a coruja não poderia simplesmente deixa-lo assim. Com um suspiro ele vai até o outro quase pronto para conversar.

— O que aconteceu? — Perguntou Allexander, perguntar se estava bem não fazia sentido quando a resposta já era tão obvia.

— Nada. — Respondeu Caius, já apresando os pés para sair o mais rápido possível. Mas a coruja foi para sua frente o impedindo de sair, ate mesmo abrindo mais suas próprias asas para não deixa-lo dar a volta.

— É obvio que tem algum problema, vamos, o que foi? Não deve ser tão difícil de resolver.

— Como você poderia dizer se é simples se nem sequer sabe?

— Então me fale, se for simples conseguiria resolver sem nenhum problema. — Argumenta Allexander.— Algum empregado de intimidou? Ou guarda? Talvez o professor Vincent falou alguma coisa pra você? As vezes ele pega muito pesado.

— Não é nada disso. — Respondeu Caius. — E também, mesmo que eu falasse, você não entenderia.

— Como poderia entender algo sendo que você nem sequer me fala, eu não tenho poder de vidência para descobrir o que esta acontecendo. — Argumenta Allexander, mas quando levantou a cabeça viu um empregado olhando para eles da esquina, e se lembrando do que Felicity falou não poderia ficar gritando no meio do corredor. — Vamos siga-me, resolveremos isso no meu quarto.

 Os dois andaram até o quarto de Allexander, o silencio tenso entre eles era estranho, mas a primeira vez que indivíduos tem alguma discussão sempre fica de com uma atmosfera difícil de explicar. Até eles não sabem muito bem como agir, não sabiam como o outro reagiria a certos assuntos e nem sequer sabem o que cutucar ou deixar de lado. Mas isso e uma bom momento de aprendizado para eles, se realmente aprenderem alguma coisa.

 Eles chegam no quarto, que não corresponde ao humor deles, o ambiente ao redor demonstra uma bela tarde que chama para fora e curtir o que o Sol tem a oferecer, mas os dois não chegam a prestar muito atenção a isso.

— Pronto podemos falar aqui. — Fala Allexander, se sentando e afundando no colchão fofo. — Então me fale, o que eu não entenderia?

— E pessoal, não precisa se preocupar com isso. — Responde Caius, indo até a janela para deixar uma parte de seus pensamentos vagarem para o lado de fora. — E nós já iremos até minha antiga... casa, só precisamos ir e ver logo aquela estátua.

— O problema está na casa?

— O que?

— Como eu disse, o problema está na casa, não é? — Pergunta Allexander, pegando um dos travesseiros que havia sido usado em uma guerra de brincadeira. — Você fez uma pausa quando foi chamar o lugar que iremos de casa. Não me olhe assim, posso perceber coisas tão obvias quanto a essa.

— E que... — Caius fica em silencio por alguns momentos ponderando cada palavra que ira sair de sua boca. — Acho lá muito sufocante, não gosto muito.

— Bem, como eu disse, não precisa se preocupar. — Fala Allexander, caminhando até o lado do corvo. — Você só precisa mostrar a eles o quão melhor está agora. Com toda certeza irá adorar aquele olhar de inveja que eles lhe darão, e inconfundível.

— Eu... vou acreditar em você.

— Pode acreditar, quando estives não a nada que poderiam fazer.— Allexander rapidamente e silenciosamente coloca sua mão na cabeça do corvo, bagunçando o cabelo que já estava um pouco bagunçado. — Vá se arrumar, mostraremos para eles o quão melhor você está. Coloque perfume e uma roupa bonita, e aproveite o que irá acontecer quando encarar os olhos deles com a cabeça erguida.

 Caius começa a ser empurrado para o lado de fora do quarto, enquanto ainda escuta a coruja tagarelar sobre o como deveria se arrumar e qual perfume seria melhor usar mas, uma pensamento passa por sua cabeça, " Talvez", pensa ele, enquanto olha para as mãos que seguram seu ombro, " Essa coruja que nunca passou por nada, não fosse tão ruim quando ele imaginava."

Capítulos
1 Prólogo
2 Capítulo 01 - Um dia comum, mas cheio de sentimentos estranhos
3 Capítulo 02 - Primeiras impressões são fáceis, até você sair correndo
4 Capítulo 03 - Conversas podem fluir no jantar se você ter ajuda pra conversar
5 Capítulo 04 - Tudo é um aviso, só não aguento mais recebê-los.
6 Capítulo 05 - Um dois pra lá, um dois pra cá
7 Capítulo 06 — Um dia que pode ser resumido em monótono...
8 Capítulo 07 — Sonhos são estranhos, tudo tem significado, mas muitas vezes não
9 Capítulo 08 — Pássaros podem ser cobras se tiverem o disfarce perfeito
10 Capítulo 09 - Cantam como caixinhas de música e tremem como trovões.
11 Capítulo 10 - A chuva pode fazer até pássaros diferentes se divertirem
12 Capítulo 11 - Um dia de folga, um novo problema, um dos dois terá um fim rápido
13 Capítulo 12 - Como um jarro pode ser usado como instrumento?
14 Capítulo 13 - Antigas casas não podem ser sempre chamadas de lares
15 Capítulo 14 - Visitas não muito tranquilas e conversas superficiais
16 Capítulo 15 - Traidor
17 Capítulo 16 - Um canto esquecido conta suas próprias histórias
18 Capítulo 17 - Um buraco escondido contra suas próprias lendas
19 Capítulo 18 - Saindo de um esconderijo e entrando em uma farsa
20 Capítulo 19 - Roubar coisas e conversar sobre outras
21 Capítulo 20 - Pesadelos que enlouquecem aos poucos
22 Capítulo 21- Fatos sobre assassinato e cansaço sem fim
23 Capítulo 22 - Um sentimento de culpa que não deveria existir
24 Capítulo 23 - Pássaros mortos não podem cantar
25 Capítulo 24 - A ilusão da segurança
26 Capítulo 25 - Conversar com um urubu e o mesmo que falar com uma porta
27 Capítulo 26 - Conversas atrás de conversas, talvez um plano saía daí
Capítulos

Atualizado até capítulo 27

1
Prólogo
2
Capítulo 01 - Um dia comum, mas cheio de sentimentos estranhos
3
Capítulo 02 - Primeiras impressões são fáceis, até você sair correndo
4
Capítulo 03 - Conversas podem fluir no jantar se você ter ajuda pra conversar
5
Capítulo 04 - Tudo é um aviso, só não aguento mais recebê-los.
6
Capítulo 05 - Um dois pra lá, um dois pra cá
7
Capítulo 06 — Um dia que pode ser resumido em monótono...
8
Capítulo 07 — Sonhos são estranhos, tudo tem significado, mas muitas vezes não
9
Capítulo 08 — Pássaros podem ser cobras se tiverem o disfarce perfeito
10
Capítulo 09 - Cantam como caixinhas de música e tremem como trovões.
11
Capítulo 10 - A chuva pode fazer até pássaros diferentes se divertirem
12
Capítulo 11 - Um dia de folga, um novo problema, um dos dois terá um fim rápido
13
Capítulo 12 - Como um jarro pode ser usado como instrumento?
14
Capítulo 13 - Antigas casas não podem ser sempre chamadas de lares
15
Capítulo 14 - Visitas não muito tranquilas e conversas superficiais
16
Capítulo 15 - Traidor
17
Capítulo 16 - Um canto esquecido conta suas próprias histórias
18
Capítulo 17 - Um buraco escondido contra suas próprias lendas
19
Capítulo 18 - Saindo de um esconderijo e entrando em uma farsa
20
Capítulo 19 - Roubar coisas e conversar sobre outras
21
Capítulo 20 - Pesadelos que enlouquecem aos poucos
22
Capítulo 21- Fatos sobre assassinato e cansaço sem fim
23
Capítulo 22 - Um sentimento de culpa que não deveria existir
24
Capítulo 23 - Pássaros mortos não podem cantar
25
Capítulo 24 - A ilusão da segurança
26
Capítulo 25 - Conversar com um urubu e o mesmo que falar com uma porta
27
Capítulo 26 - Conversas atrás de conversas, talvez um plano saía daí

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