Capítulo 02 - Primeiras impressões são fáceis, até você sair correndo

 Allexander acorda de manhã cedo dessa vez, sem os sentimentos estranhos arranhando o seu âmago e nem as suas asas transformaram-se em duas bolinhas felpudas novamente. Tudo hoje parecia estar certo, como se o ontem nunca tivesse acontecido.

 As batidas na porta aconteceram de novo, mas dessa vez ele já estava acordado para receber Felicity, que como ontem empurrava o seu carrinho com a bacia de mármore polido. O vendo tão disposto assim a fez abrir um sorriso.

— Vejo que acordou mais disposto hoje, e empolgado também. É por conta do novo visitante não é? — Fala ela colocando o carrinho ao seu lado.

 Allexander balança a cabeça, afirmando, enquanto passa a toalha por seu rosto.

— Eu escutei algo dos outros empregados. — Ela colocou a mão do lado da boca, pronta para falar mais uma das suas fofocas, que ele claro escuta atentamente. — Parece que quem está vindo aí e alguém da família dos Pasmour, sabe aqueles que tiveram a sua nobreza retirada meses atrás.

— Claro que eu me lembro, mas nunca imaginei que eles jogariam um dos seus aqui, um pardal no meio de corujas? Esse recém-chegado não irá ter um tempo ótimo por aqui.

 A família Pasmour a tempos fazia parte da nobreza, mas de uns meses para cá vários escândalos vindo do herdeiro começaram a circular, desde ser várias vezes flagrado embriagado, a várias provas de desvio de dinheiro e incitação a rebelião, muitos pensaram que um movimento contra a eles estava sendo feito, mas ninguém saberia dizer qual nobre estaria fazendo isso, e também nenhuma prova contra foi encontrada. No final da história eles perderam a sua honra perante o rei e foram depostos do seu lugar no conselho, e gradualmente as notícias sobre eles desapareceram aos poucos por já não ser mais uma novidade.

 Até agora, se está fofoca for verdadeira, não impressionaria escutar os nomes deles voltando para a boca dos nobres em mais alguns bailes pela frente.

— Eles querem tanto voltar ao poder assim? — Indagou ele. — Então tem uma certa chance de vir o herdeiro deles para cá?

— Duvido muito, o herdeiro já está na casa dos 21 anos, ele só seria útil se visse para cá para ficar como guarda, e talvez nem sequer aceitariam ele assim. — Responde Felicity, ela coloca a mão no queixo, esfregando pensativa. — É se eles tiverem mais de um filho, um escondido apenas se por acaso acontecer algo com o herdeiro, faziam muito isso não?

— Mas não fazemos mais, pararam de fazer isso depois da guerra, e bem, quem mais fazia era os reis que tinham um filho favorito e não queriam que o outro fosse o herdeiro, então faziam algo para perder o indesejado. — Allexander se levantou da cama e começou a se esticar das pontas dos dedos até espichar totalmente as suas asas. — É saiu de moda também, todo o mundo queria um filho escondido especial para colocar na história da família, mas se virou contra eles quando um dos primogénitos enlouqueceu, e digamos que ele fez um longo caminho em vermelho até a liderança.

— Nossa, não pensei que seria tudo isso, eu pensava que era só por conta das intrigas políticas, tomadas de trono e tudo o mais, não para fazer bonito na história da família. É me pergunto o quanto sofrimento aquele primogénito sofreu para acabar dessa forma. — Indagou Felicity, enquanto arrumava a roupa de Allexander e as apoiava no gancho da penteadeira.

— Aprendi nas aulas do professor Vincent, e essa é a primeira vez que uso qualquer uma delas. — Suspira Allexander se virando para amiga. — Hoje não tenho aulas com ele não, né?

— Só a primeira dessa manhã. — Um som de choro vem da direção de onde Allexander está, e a faz rir um pouco. — Apenas a de manhã, você terá aulas com o professor Andrew depois, e irá ser bem na hora que ele chegará.

— Apenas uma? — Ele olha para o sol do outro lado da janela, se fosse para chutar seria aproximadamente as 7 da manhã e como as aulas com ele começava as 08:30, e terminavam na hora do almoço. — Você está certa, irei mostrar para esse pardal como uma coruja luta de verdade e ele irá se impressionar.

 Ele estufa um pouco o peito junto das asas, se for no horário certo conseguiria mostrar as suas proezas na espada e impressionar o pequeno pardal, e se não conseguir dará um jeito, ótimas primeiras impressões e algo que ele sempre consegue fazer sem nenhum problema.

— Alex, o banho está pronto. — Falou Felicity cutucando o seu ombro e o tirando daquele devaneio.

 Após tomar o seu banho, e terminar de se vestir ele foi em direção a sala de jantar junto de Felicity.

— Você vai me acompanhar hoje? — Perguntou Allexander, ela normalmente iria para outro local terminar o seu trabalho, mas as vezes a única coisa que ela precisa fazer no dia e segui-lo de lá pra cá.

— Sim, minha agenda de tarefas hoje apenas incluem de seguir pra cima e pra baixo e pegar algumas coisas aqui e ali. — Respondeu ela feliz. — Eu sei que adora quando fico do seu lado.

— Eu adoro porque você pode carregar todas as minhas coisas e posso apenas andar tranquilamente. — Respondeu ele, se alguém escutasse isso dirigido a si, ficaria nervoso com o garoto mimado, mas Felicity viu as duas orelhas vermelhas que são visíveis atrás do seu cabelo castanho-claro e abriu um largo sorriso.

...----------------...

 Os dois chegaram ao salão com a mesa já posta e os pais de Allexander já sentados conversando sobre qualquer coisa e nada ao mesmo tempo. Ele se senta, enquanto Felicity vai para perto de alguns dos outros empregados entrando na conversa deles e entrando facilmente.

  Enquanto passava geleia de morango em seu pão, sua mãe chama-lhe atenção.

— Allexander, como você já sabe e está bem empolgado, se comporte quando ele chegar aqui e de uma boa primeira impressão.

— Claro mãe, eu nunca faria algo para ir contra ele, e se o garoto chegar na hora certa mostrarei pra ele toda a minha força. — Responde ele flexionando um dos braços com um sorriso no rosto.

— Já que está falando com tanta confiança eu acredito em você, mas não vai conseguir demonstrar tanta força sujo desse jeito. — Fala Raquel, apontando para a sua própria bochecha, e quando ele passa a mão e olha para ela, e vê que estava sujo com geleia de morango.

— Não vai com geleia que eu estarei todo sujo, e sim com o suor da batalha.

 Uma leve som de risada veio ao fundo, e olhando na direção deram de cara com Dominique que tomava o seu café da manhã silenciosamente enquanto a sua família conversa.

— Já está na hora de você ir, ou chegará lá dez minutos atrasados, de novo. — Fala Dominique, enquanto comia um pedaço de bolo de morango.

— Olha eu ainda estou comendo, nem terminei de comer o meu pão, vai ser rapidinho. — Responde Allexander colocando mais geleia no pão e sendo repreendido por sua mãe para não colocar demais se não ia ficar com dor de barriga, o seu pai apenas dá um zumbido em resposta.

 E no final, Allexander chegou nove minutos atrasado, mesmo tendo aulas na sua própria casa e impressionante que ele ainda consegue essa proeza.

...----------------...

 O tempo com o professor Vincent foi lento, mais lento que o normal, os ponteiros do relógio tiquetaqueiam enchendo sua cabeça com cada "Tick" com depois de horas vindo o "Tack". Se virando um pouco, vê Felicity, feliz no canto dela, enquanto lê um livro aleatório da estante. Ele queria ter o mesmo entusiasmo dela com os livros, talvez assim algo entre na sua cabeça de verdade.

 "PÁ!"

— Preste atenção na aula garoto. — Fala o professor, Allexander ainda está com a mão no peito e com as asas arrepiadas com o grande susto, respirando fundo até se acalmar.

 Olhando pro relógio uma última vez, ele só pode suspirar tendo que esperar por mais uma hora.

...----------------...

 Depois de muito tempo que parecia uma eternidade, e ter o seu merecido almoço, finalmente chegou a hora de treinar. O local e atrás da mansão e um pouco afastado do jardim da sua mãe, onde os soldados treinam por um tempo, sendo escolhidos para serem promovidos ou ficar por ali mesmo.

 Ele ficou tão empolgado que não foi apenas correndo, mas sim voando até lá, com Felicity o seguindo calmante pelo chão. Na hora de voar foi estranho para ele, suas asas pareciam estar desacostumadas a voar, que e muito estranho, sendo que ele passou apenas um dia sem alçar voou. Mas as esticando por mais algum tempo, finalmente voltaram e ser como estavam antes, bem no momento em que chegou no campo de treinamento.

 Chegando lá, alguns soldados estavam treinando, alguns batalhando com espadas e outros tentando acertar com o arco e flecha, mas o seu treinamento favorito são aqueles no ar, que dois soldados estão praticando agora, um deles sendo gavião-real e o outro um falcão.

 A luta poderia ser mortal se eles não tivessem levando tudo como treino, mas facilmente poderia ser uma de vida ou morte com quão pesados os golpes de espada do gavião-real desfere sobre a armadura leve do falcão.

 O falcão voa para cima, usando a sua velocidade de queda para desferir algum golpe no seu oponente, mas o gavião prevendo o seu movimento joga uma das suas adagas no oponente o fazendo perder o seu curso e aproveitando a abertura consegue usar um pouco do seu impulso para chutar as costelas dele e fazê-lo cair em disparada para o chão.

 Com a queda do falcão, o gavião-real consegue pegá-lo pelo pé antes que caia em cheio no chão de terra batida. O fim da briga foi acompanhado com o bater de palmas de Allexander e Felicity, ele mais animado e ela mais contida.

— Isso foi tão legal. — Falou Alex, correndo para o lado do gavião-real que tirava seu capacete. — Eu aposto que agora eu consigo fazer isso.

 O gavião- real com seu capacete de fora mostrou que por baixo tinha um homem, com o cabelo curto preto que aos poucos se transforma em cinza , no seu rosto alguns fiapos de cicatrizes se cruzavam aqui e ali, e diferente de Vincent as rugas em seu rosto são aquelas que demonstravam mais sorrisos do que carrancas. Como agora.

— Tenho certeza que sim pirralho, mas vamos ver se você já consegue voar em ventos mais fortes, em. — Fala Andrew, o professor de combate de Allexander e uma de suas aulas favoritas.

— Vamos tentar, tenho certeza que eu melhorei depois de todo esse tempo. — Respondeu Allexander com o peito estufado e as asas prontas para voar.

 Em resposta Andrew ri, a sua voz não faz muito jus ao seu tamanho, mas a risada fina junto de uma rouquidão de fundo faz os tímpanos doerem um pouco.

— Mas não hoje, ainda precisamos melhorar o seu físico antes de você se quebrar todo no chão. — Fala Andrew, que foi até Allexander e bagunçou um pouco seu cabelo.

 Um suspiro profundo veio na direção de onde Felicity estava, e ali estava ela junto do falcão, conversando um com o outro cheios de sorrisos, fazendo o ambiente em volta deles se tornarem um pouco rosada e com cheiro de rosas.

— Vocês deveriam se casar logo. — Interrompe Allexander, vendo a bolha rosada estourar e os dois olharem para ele.

— Eu gostaria mas...

— Wally! — Interrompe Felicity, colocando a mão na armadura do falcão e seu rosto ficando mais vermelho que seus cabelos. — Não deveríamos estar discutido sobre casamentos, está na hora da sua aula vá lá.

— Ela está certa piralho, vamos deixar os dois pombinhos ai enquanto eu te ensino mais algumas coisas. — Fala Andrew enquanto puxa Alex para uma área mais afastada dos dois pombinhos.

...----------------...

 Eles treinam por algumas horas, e Allexander finalmente está fazendo algo que gosta, em baixo do céu claro e não enfurnado dentro de uma sala cheia de livros com cheiro de mofo e tinta.

— Um pouco mais para cima. — Orienta Andrew, colocando de forma certa as mãos da coruja no arco.

 Ele já tinha esquecido um pouco que o pardal estava vindo, mas quando viu a sua mãe caminhando para lá olhando para baixo, ele se lembrou e vendo que estava numa ótima oportunidade de se mostrar um pouco decidiu acertar o alvo em cheio e impressiona-lo.

— Meu filho está por aqui, seria ótimo se vocês se conhecerem e tornarem amigos. — A voz suave de sua mãe já estava em uma boa distância.

 Com mais um passo e soltando a respiração, ele solta flecha que com alguns balançarem comuns acertar não no alvo, mas muito próximo dele, e com um sorriso grande no rosto se vira para ver a cara impressionada do pardal.

 Que tinha asas de corvo? O pequeno garoto do lado de sua mãe não era o pardalzinho com cara fofa que ele imaginava, mas sim um corvinho de cara fechada e muito magro. O garoto atrás das saias do vestido verde-claro da sua mãe, olhando para ele com dois olhos pretos que aparentam estar mais mortos do que vivos.

— Allexander, eu lhe apresento Caius Derferry vindo da casa dos Pasmour. — Raquel dá uns empurrõezinhos na criança para ir em direção a ele. — Vá lá, talvez vocês dois tenham muita coisa em comum.

  Caius o novo garoto se aproxima dele, mas enquanto ele caminha em sua direção aquele sentimento estranho volta, igual mais diferente do que teve antes, começando a fazer seu coração bater mais e mais forte, até o ponto de doer e sua respiração começar a ficar pesada demais para entrar nos seus pulmões.

— Olá? — O garoto corvo está na sua frente, com a cabeça cheia de cabelos negros como as suas asas virada com um grande ponto de interrogação em cima dela. — Você está bem?

— S-sim, fo- estou ótimo, é o-oi pra v-você ta-m..bem — Ele gagueja, ele nunca tinha guaguejando antes!! Como isso é possível, tudo estava tão certo na sua cabeça e agora está indo por água abaixo. — O-o que acho-u do-do meu tiro com o arco!

— Bom.

  É ficou o silêncio constrangedor entre os dois, a coruja em pânico e o corvo apenas esperando o próximo movimento na sua frente.

 Que foi para espanto de todos, Allexander virar as costas e sair correndo, quase voando de volta para a mansão.

— Allexander!! — Ele escuta sua mãe o chamando ao longe, mas apenas segue em frente sem olhar para trás, ou mais importante o mais longe possível do corvo que não tira os olhos dele.

 Ele corre até chegar em um dos pilares que fica próximo ao jardim, escorregando e caindo no chão, seu coração parecesse dançar dentro do seu peito, cada batida ele parece estar em algum local diferente, o seu corpo todo em si treme e se arrepia, e tudo o que ele pode pensar agora é.

— Que grande primeira impressão tivemos.

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+sakuran+

+sakuran+

Leitura viciante, socorro!

2023-12-09

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Capítulos
1 Prólogo
2 Capítulo 01 - Um dia comum, mas cheio de sentimentos estranhos
3 Capítulo 02 - Primeiras impressões são fáceis, até você sair correndo
4 Capítulo 03 - Conversas podem fluir no jantar se você ter ajuda pra conversar
5 Capítulo 04 - Tudo é um aviso, só não aguento mais recebê-los.
6 Capítulo 05 - Um dois pra lá, um dois pra cá
7 Capítulo 06 — Um dia que pode ser resumido em monótono...
8 Capítulo 07 — Sonhos são estranhos, tudo tem significado, mas muitas vezes não
9 Capítulo 08 — Pássaros podem ser cobras se tiverem o disfarce perfeito
10 Capítulo 09 - Cantam como caixinhas de música e tremem como trovões.
11 Capítulo 10 - A chuva pode fazer até pássaros diferentes se divertirem
12 Capítulo 11 - Um dia de folga, um novo problema, um dos dois terá um fim rápido
13 Capítulo 12 - Como um jarro pode ser usado como instrumento?
14 Capítulo 13 - Antigas casas não podem ser sempre chamadas de lares
15 Capítulo 14 - Visitas não muito tranquilas e conversas superficiais
16 Capítulo 15 - Traidor
17 Capítulo 16 - Um canto esquecido conta suas próprias histórias
18 Capítulo 17 - Um buraco escondido contra suas próprias lendas
19 Capítulo 18 - Saindo de um esconderijo e entrando em uma farsa
20 Capítulo 19 - Roubar coisas e conversar sobre outras
21 Capítulo 20 - Pesadelos que enlouquecem aos poucos
22 Capítulo 21- Fatos sobre assassinato e cansaço sem fim
23 Capítulo 22 - Um sentimento de culpa que não deveria existir
24 Capítulo 23 - Pássaros mortos não podem cantar
25 Capítulo 24 - A ilusão da segurança
26 Capítulo 25 - Conversar com um urubu e o mesmo que falar com uma porta
27 Capítulo 26 - Conversas atrás de conversas, talvez um plano saía daí
Capítulos

Atualizado até capítulo 27

1
Prólogo
2
Capítulo 01 - Um dia comum, mas cheio de sentimentos estranhos
3
Capítulo 02 - Primeiras impressões são fáceis, até você sair correndo
4
Capítulo 03 - Conversas podem fluir no jantar se você ter ajuda pra conversar
5
Capítulo 04 - Tudo é um aviso, só não aguento mais recebê-los.
6
Capítulo 05 - Um dois pra lá, um dois pra cá
7
Capítulo 06 — Um dia que pode ser resumido em monótono...
8
Capítulo 07 — Sonhos são estranhos, tudo tem significado, mas muitas vezes não
9
Capítulo 08 — Pássaros podem ser cobras se tiverem o disfarce perfeito
10
Capítulo 09 - Cantam como caixinhas de música e tremem como trovões.
11
Capítulo 10 - A chuva pode fazer até pássaros diferentes se divertirem
12
Capítulo 11 - Um dia de folga, um novo problema, um dos dois terá um fim rápido
13
Capítulo 12 - Como um jarro pode ser usado como instrumento?
14
Capítulo 13 - Antigas casas não podem ser sempre chamadas de lares
15
Capítulo 14 - Visitas não muito tranquilas e conversas superficiais
16
Capítulo 15 - Traidor
17
Capítulo 16 - Um canto esquecido conta suas próprias histórias
18
Capítulo 17 - Um buraco escondido contra suas próprias lendas
19
Capítulo 18 - Saindo de um esconderijo e entrando em uma farsa
20
Capítulo 19 - Roubar coisas e conversar sobre outras
21
Capítulo 20 - Pesadelos que enlouquecem aos poucos
22
Capítulo 21- Fatos sobre assassinato e cansaço sem fim
23
Capítulo 22 - Um sentimento de culpa que não deveria existir
24
Capítulo 23 - Pássaros mortos não podem cantar
25
Capítulo 24 - A ilusão da segurança
26
Capítulo 25 - Conversar com um urubu e o mesmo que falar com uma porta
27
Capítulo 26 - Conversas atrás de conversas, talvez um plano saía daí

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