| Será a última vez que fará!

...• Klaus Martini...

Sentado na poltrona com uma garrafa de uísque na mão eu encarava aquele maldito lençol, me odiando tanto quanto ela nesse momento, por ter gostado.

Segui para um banho, tentando amenizar a situação, tentando negar que eu queria voltar lá e continuar o que estava fazendo, por que o meu sangue ainda fervia, quase em um estado de ebulição.

Assim que terminei o banho, bateram a minha porta.

— Eleonora está morta.

Ela disse.

— Como?

— Ela matou. Matou a governanta. Eleonora sentiu falta do celular e da chave do quarto, lembrou que tirou do bolso antes de dar banho na mulher que está no sótão.

— Porr*a!

Segui para o sótão e revirei o quarto, encontrando o celular e a chave. Que merda ela estava pensando?!

— O que você fez?!

Gritei, encarando o corpo no chão.

— Acha que poderia sair daqui porr*a?! Você não chegaria na escada sem levar um tiro no meio da testa!

Ela não moveu um músculo sequer. Era a primeira vez que ela experimentava tirar a vida de alguém. A sensação conflitante e moral que estrangula qualquer um. O que ela pretendia com essa merda? Me fazer mata-la mais rápido?

Merda!

Eu não poderia deixar algo desse tipo passar. Arrastei ela até o porão, um lugar nada agradável, a única luz que havia no lugar iluminava a cabeça do irmão dela. Eu sei, essa merda vai doer profundamente nela. Não sei se ela sabe quem era o irmão dela, e pensar que talvez ela saiba me faz odia-la, as palavras dela ainda martelam a minha cabeça, você mereceu, você mereceu tudo que aconteceu. Talvez sim, mas meu filho não, minha mulher não. Eu queria ter gritado naquele momento que o desgraçado do irmão dela, estupr*ou a minha mulher na frente do meu filho, queria gritar que ele era um filho da put*a que explorava adolescentes em bordéis clandestinos. Mas talvez ela soubesse disso.

Ouvia os seus gritos, ela girava a cabeça tentando não olhar, já estava rouca.

Segui para o escritório, Luigi entrou logo depois.

— Que merda você fez Klaus? De quem era o corpo que desceu do Sótão? Achei que precisava dela viva.

— Ainda não. Aquele corpo é da Eleonora.

— A governanta? Por que você...

— Não fui eu. Foi a Sarah.

— Posso agradecer ela? Eleonora era uma vadia possessiva, que pensava já ser dona dessa casa, e só estava esperando uma oportunidade para se enfiar na sua cama.

Franzi o cenho.

— Ela não parece tão frágil assim afinal, não é Klaus?

Ele deu risada da minha cara.

— Vamos mandar o corpo do Alex hoje. Com aquela caixa.

— Aonde ela está?

— No porão, para refletir sobre a merd*a que fez hoje.

— Klaus, se o que estiver naquela caixa for o que estou pensando, pensa um pouco. Você não é assim irmão. Essa mulher já passou por muita coisa nas últimas 48 horas.

— Amanhã eu tiro ela de lá, afinal você mesmo acabou de dizer que ela não é tão frágil assim.

Zombei.

Luigi levou a caixa, contendo o lençol manchado, uma xerox da certidão de casamento, e uma foto da Sarah.

Eu queria apenas seguir para o quarto, deitar a cabeça no travesseiro e fingir que poderia dormir, mas ao invés disso, desci para o porão. Passei boa parte da noite encarando ela pela janela espelhada. Sarah já tinha desistido de gritar e se debater.

E quando amanheceu eu ainda estava lá me repreendendo por estar ali. Segui para o quarto, tomei um banho e me arrumei. Precisava dar sequência aos meus planos.

— O café está servido senhor.

— Não vou tomar café em casa hoje. Dê ordens aos seguranças para levar Sarah para o sótão novamente, sirva as refeições dela lá, não tenho hora para retornar hoje.

A essa altura Magnus já devia ter recebido o meu presente, e eu já esperava por uma retaliação, quando entrei na sala de reuniões do Conselho, tive certeza que o meu dia seria fod*idamente estressante.

Assim que me sentei, fui bombardeado com perguntas, críticas e olhares de reprovação.

— Vocês mesmo estavam me pressionando a meses para me casar novamente.

— Com alguém que nos desse vantagem, com a filha de um aliado. Não com a filha de Magnus Coppola. No que estava pensando Klaus?

Marcos bateu na mesa. Ele era um dos mais velhos aqui é certamente a pessoa que ele iria sugerir para o cargo de esposa do Don sua própria neta.

— EU SOU O DON PORR*A! E a próxima vez que questionar minhas decisões será a última vez que fará!

Gritei.

— Essa honra devia ser dada a algum pai das filhas dos seus aliados. No entanto você casou com uma Coppola, preciso te lembrar de tudo o que esses malditos fizeram?

— Eu nunca vou ser capaz de esquecer, Martin. É por eles que eu estou fazendo isso.

Rosnei.

— O que vai fazer quanto ao Carbone?

Não tive chance de responder, mas eu diria que eu cortaria ele em tantas partes que não conseguiriam reconhecer nenhuma parte, pelo que ele fez a Sarah. Como eu sei o que ele fez? No momento que desci o zíper e ameacei calar ela. Essa merda acontece mais do que de pode imaginar. As queimaduras certamente vieram de suas tentativas de rejeição, homens como Leonardo Carbone não lidam bem com a rejeição.

Luigi entrou na sala, notificando que um dos nossos postos estava sendo atacado.

— Começamos bem.

Martin praguejou.

— Nada do que eu já não havia previsto antes.

Me mantive firme.

— Klaus, devolva a ...

— Martin, eu não tenho a intenção de devolver nada, mas tomar tudo o que estiver ao meu alcance, e que Deus ajude quem se colocar no meu caminho, pois eu não vou ter piedade.

Não era uma ameaça, era um aviso, e eles entenderam. Levantei e sai com Luigi, preparamos o armamento e seguimos para o posto.

O posto estava resistindo bem, e com a nossa chegada, eles tiveram que recuar, mas não sem deixar a mensagem que queriam, o lençol foi posto no muro, como um aviso claro de que haveria guerra entre 'Ndrangheta e Camorra.

— Conseguiu irrita-los. Meus parabéns, para que viver um vida tranquila e sem graça?

Luigi disse irritado, ao ouvir no rádio que haviam iniciado outro ataque.

— O que vai fazer agora Klaus Martini.

— Aceitar provocação e esperar. Não precisamos medir força com eles, somente esperar a hora certa de esmaga-los.

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