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Eram quase onze horas da manhã quando todos os professores foram para uma reunião de emergência, deixando todos os alunos sob a alçada dos 5 monitores que nem estavam dando conta do recado e por essa razão estavam recrutando alguns estudantes para ajudar a manter a ordem nas salas.

– Heide McLaren e Victoria Saltzman_ Érik parou na porta da nossa sala e chamou por nós.

– eu?_ eu respondo ainda sentada em meu lugar, enquanto Heide se levanta para ir até ele.

– vêm cá_ ele fala óbvio.

– sim senhor_ me levanto e sigo até ele.

– vocês duas podem tomar conta da vossa turma?_ ele questiona assim que fechei a porta atrás de mim.

– sim/não_ Heide e eu respondemos, respectivamente.

– porquê não?_ Érik me encara confuso.

– ah mas é óbvio, esse é o trabalho da representante de turma_ aponto para Heide_ e uma pessoa má como eu, não quero me ver cuidando de um bando de seres inferiores_ cruzo os braços e Heide me encara.

– eu posso fazer isso sozinha_ ela se pronuncia calmamente.

– viu, ela é autosuficiente_ falo óbvia.

– vocês duas, vão fazer isso juntas_ Érik fala tão sereno que até me dá vontade de negar, mas ele me encara tão sério, que prefiro não fazê-lo_ senhorita Saltzman, por favor, me acompanhe, senhorita McLaren, pode voltar para sala_ a garota assentiu e seguiu para a sala, enquanto eu fui atrás do rapaz em direção ao jardim.

Érik Lawson tem 22 anos, 1 ano mais velho que meu irmão mais velho, ele é como um irmão mais velho para mim, sempre me dando broncas e me defendendo quando necessário. Érik estuda de noite na faculdade local, psicologia, trabalha aqui durante o dia pra poder pagar seus estudos e desde que o conheci quando o mesmo tinha 17 anos, ele me ensinou tantas coisas, inclusive artes marciais e a mexer com espadas.

– tá fazendo birra porquê?_ me encara com indignação.

– não estou fazendo birra_ cruzo os braços fazendo um muxuxu e ele me encara com a sobrancelha arqueada_ tá, talvez um pouco_ descruzo meus braços e reviro os olhos_ porque eu tenho que ajudar?

– a senhora Carter que falou_ dá de ombros.

– que chato_ suspiro_ está bem, eu vou_ me dou por vencida.

– óptimo, agora você tem que ir lá pegar a chave do ginásio, ouvi que a aula seguinte era ginástica_ ele aponta para a sala do zelador que fica do outro lado do jardim.

– claro, sua alteza príncipe Érik_ faço uma vénia e ele riu, enquanto eu me dirigi a sala do zelador.

Sem demora peguei a chave, voltei para a sala e chamei todo mundo para ir ao ginásio, e quando saíram todos, eu fui com Zora no balneário feminino trocar de roupa. No ginásio, o pessoal decidiu que era "divertido" jogar ao mata, por isso se dividiram em dois grupos, mas antes que pudessem começar o jogo, outra turma do terceiro ano chegou no ginásio e decidiram se juntar, então seria, uma turma contra a outra.

– oh patricinha, não vai jogar?_ Gabriela, uma idiota da outra turma pergunta pra mim_ tá com medinho?_ debocha.

– é, estou com medo de quebrar minhas unhas, ou então, quebrar minha cara e ficar parecida com você_ retruco sorrindo falsamente.

– sempre tão engraçadinha nem.

– eu tento_ dou de ombros enquanto ela se vira e volta para o meio da quadra.

O jogo começa e bolas vão voando de um lado para o outro, como eu não desde o início não tinha intenção de participar dessa "aula" de ginástica, eu trouxe meu livro, e o abri para continuar minha leitura, enquanto Zora participava do jogo assim como a maioria dos estudantes.

A meio da leitura, ouvi algo cortar o ar em minha direção a uma velocidade alta, rapidamente coloquei a mão na frente do rosto, e para meu espanto, acabei segurando a bola na minha frente sem ao menos vê-la. Todos os alunos começaram a me olhar curiosos e intrigados, até eu mesma estava intrigada com o que acabará de ocorrer.

– acho que essa bola te pertence_ jogo de volta a bola para Gabriela que havia atirado contra mim de propósito, e a bola a atinge mais forte do que imaginei, fazendo todos ficarem ainda mais assustados.

Larguei meu livro na bancada e sai correndo do ginásio, me escondi no balneário e comecei a andar de um lado para o outro, tentando processar o que me aconteceu no ginásio.

– tá tudo bem Vicky, se acalme_ Zora fala para mim.

– o que está acontecendo?_ pergunto confusa.

– sei lá, acho que você não gosta lá muito da garota_ ela riu e tenho que olhá-la séria pra ela voltar a ficar seria.

– tem alguma coisa aconteceu, eu não sei o que é, mas tenho certeza que tem haver com esse papo de cristal_ falo convicta.

– espera aí, você consegue sentir coisas da natureza com mais intensidade que o normal?_ ela questiona curiosa.

– não_ dou de ombros.

– vem comigo_ puxa minha mão e segue comigo em direção ao jardim traseiro do colégio.

– o que você está querendo?_ pergunto confusa ainda sendo arrastada_ está chovendo lá fora_ falo ao perceber que ela me arrastava directamente para a chuva.

– fica calma_ ela solta minha mão e fica sob a chuva_ vêm_ me chama com a mão.

– nem pensar, eu passei a manhã toda penteando meus cabelos, eu não vou molhar eles, se eu fizer isso, é capaz dele ficar cheirando mal a tarde toda, não vou fazer isso_ cruzo os braços.

– você quer descobrir o que está se passando não quer?_ assinto_ então venha_ insiste.

– ok, mas deixa eu tirar primeiro minhas lentes de contato_ pego no bolso de minha calça de moletom a caixinha onde eu colocava minhas lentes de contato e com cuidado as retiro, depois volto a guardar a caixinha no bolso, tendo certeza que não molharia_ lá vou eu_ suspiro e assim que tomo impulso, vou para debaixo da chuva.

O sorriso que preenche meu rosto ao entrar em contato com as gotas é surreal, a chuva cai lentamente em mim e consigo sentir como se toda a natureza em sincronia, cantasse uma canção aos meus ouvidos e me abraçasse em sua incrível magnitude.

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