13

As horas no meu novo despertador pareciam ter congelado, o quarto parece ter ficado mais frio, só falta as luzes piscarem para eu ter a confirmação que aqui deve ter alguma assombração, e assim, poder ter uma desculpa pra sair de casa, e talvez, receber Dean Winchester aqui pra matar a assombração.

– o que eu estou fazendo da minha vida?_ suspiro focando minha atenção nas estrelas do meu teto.

Não aguentando mais ficar deitada, vou aumentar a temperatura do meu quarto para evitar que ficasse tão frio, e olho mais uma vez as horas: 15:27, a minha aula de arte terminou nem fazem 30 minutos e eu já estou morrendo de tédio aqui, saudades do meu computador, de meus seriados e de meu celular. Me jogo novamente na cama. Ao olhar para a porta da varanda, o céu azul, o sol e as nuvens branquinhas me soam convidativas, mas a preguiça de me levantar, me faz enterrar meu rosto no travesseiro.

Duas batidas na porta, apenas resmungo em resposta, sem conseguir levantar meu rosto da almofada.

– me diz que não está nua, diz que não está nua_ oiço a voz de Hector, mas não tenho força de vontade o suficiente para levantar meu rosto.

– estou sim_ murmuro contra o travesseiro.

– nossa, você está um caco mesmo_ fala com humor, mas nem assim me levanto_ ainda não ouvi nem um insulto saindo de sua boca, você está mesmo entediada_ a única coisa que faço, é me virar e ficar olhando para o teto.

– o que você quer?_ giro minha cabeça para o lado, e o encaro enquanto ele está encostado na batente da porta.

– vamos sair? Seu pai disse que você só pode sair se for com um de nós, e eu sou um de nós, quer ir?_ propõe e levanto meu tronco bruscamente, ficando sentada na cama, olhando diretamente para ele.

– está falando sério?_ ele assentiu meio assustado pela forma como falei_ e o que você quer em troca disso? Por que está sendo legal?_ começo a desconfiar da bondade dele.

– nada de especial, apenas estou entediado e queria ir ver um filme no cinema, mas ninguém está disponível, então..._ deu de ombros_ decidi fazer caridade_ sorriu convencido, me fazendo revirar os olhos.

– normalmente eu não aceito caridade, mas hoje estou caridosa_ me levantei.

– e como está_ sinto o deboche em suas palavras, mas não me surpreendo.

– eu vou me trocar, vaza_ caminho até a porta para enxotar ele como se fosse um animalzinho_ ah, e já agora, eu não falo insultos, não são nada éticos_ falo me preparando para fechar a porta.

– claro, senhorita ética, e já agora, tenta não se arrumar tanto, senão ainda vão achar que estamos em um encontro e eu não quero perder um cardume por conta de um peixinho_ fala com humor enquanto caminha de costas pelo corredor.

– haha_ faço uma careta e então fecho a porta.

Tomo um banho rápido, vou para meu guarda roupa e procuro alguma coisa para vestir que não fosse me deixar super linda, mas infelizmente, não foi criada ainda uma peça que consiga tal efeito. Por alternativa, pego uma das minhas roupas mais simples, uma camiseta larga verde musgo que vai até o meio das minhas coxas, uma calça folgada na cor preta e tênis pretos da Nike. Optei por não me maquiar, deixando minhas sardas a mostra, amarei meus cabelos em um rabo de cavalo e então coloquei um boné preto por cima.

Desci as escadas e encontrei Hector na sala, me esperando.

– vamos lá_ ele fala seguindo para fora de casa.

– se eu me encrencar a culpa é sua_ falo observando seu cabelo perfeitamente lindo, mesmo bagunçado.

– não se preocupa, vamos lá_ ele segura minha mão e me arrasta pelo enorme jardim, até chegar no portão e então sairmos, para dar de cara com o Jeep preto pertencente ao idiota do Tyler Fell.

– ah não, o que eles estão fazendo aqui?_ pergunto indignada.

– eles também vão com agente_ ele dá de ombros entrando no carro_ vamos logo mocinha_ ele fala me encarando, enquanto eu reviro os olhos e mesmo emburrada subo no carro, eu não vou perder minha oportunidade de sair de casa.

– podia ter avisado que ia trazer a Saltzman_ Tyler comenta, dando partida_ assim eu teria me preparado mentalmente_ ele me olha pelo visor, e sutilmente, mostro meu belo dedo do meio para ele.

– tão ética ela_ Hector me cutuca e eu faço uma careta prendendo a risada.

– chato_ sorri de canto e volto minha atenção para a janela.

•••

– ela também vai assistir ao filme de terror?_ Tyler pergunta estacionando na frente do shopping.

– ela não tem medo de filme de terror, ela é o próprio terror_ Vince repete uma frase que eu sempre dizia quando ia assistir um filme de terror.

– tinha me esquecido disso_ Tyler comenta enquanto desço do carro e eu reviro os olhos para ambos.

Observo a roupa dos rapazes minuciosamente, percebendo que os estilos que eles amam realmente combinam com eles. Hector vestiu uma calça jeans azul clara, camiseta do AC/DC preta e tênis pretos, Vince estava com tudo preto, uma calça e uma camiseta com botões, os quais deixou 3 abertos, já Tyler...

– está brincando com a minha cara_ resmungo percebendo aquela básica coincidência de 1 em 1 milhão, Tyler usou o mesmo tipo de calça que eu, larguinha, mas para ele não tanto, camiseta vermelha e tênis pretos, seu boné era preto assim como o dos outros dois garotos. Em resumo, eu e ele estávamos basicamente usando a mesma roupa, com o mesmo estilo.

Decidi ignorar isso e continuar o caminho, Vince comprou os bilhetes, Tyler as pipocas e Hector as bebidas, eu como estava interessada, comprei duas barras chocolate Cadbury de menta, sinceramente sou apaixonada por esse sabor. Com tudo já pago, seguimos para a sala de cinema que em pouco tempo, já tinha aquele anúncio pedindo para silenciar os telemóveis e prontamente o filme começou.

Estávamos sentados na sequência, eu, Tyler, Hector e Vince  já íamos quase no fim do filme quando um cara que estava do meu lado, esticou o braço e passou pela minha cadeira, depois começou a tocar meu ombro levemente em pequenos círculos. Me senti incomodada, então virei meu rosto para o olhar seriamente, mas o que ele fez foi só sorrir para mim, sacodi os ombros e afastei minhas costas da cadeira, pra que ele não continuasse me tocando, mas não resultou, ele continuou com seu braço lá, e sua mão veio para minhas costas.

– poderia não tocar em mim? É desconfortável_ falo para que ele pudesse ouvir, mas não tão alto para incomodar os outros.

– relaxa_ ele pisca para mim, e nesse momento eu quase ia começar um escândalo, mas Tyler me interrompe.

– não ouviu ela?_ ele se inclina um pouco e olha para ele_ tira seu braço daí_ ele fala sério.

– e quem é você para me dizer o que eu posso ou não fazer_ o cara pergunta arqueando a sobrancelha.

– aquele que vai quebrar sua cara se não tirar esse braços daí_ ele frisa calmamente e então o cara tira o braço do meu assento, e Tyler me encara brevemente, o que estranhamente me tira o fôlego por alguns segundos, até que ele se senta bem em seu lugar.

Tento voltar minha atenção para o filme, mas apenas as íris esverdeadas do garoto me vêem a mente, a forma como ele me defendeu mesmo não me suportando, pelo menos ele é um cavalheiro e não deixaria nenhuma pessoa ser assediada e permanecer quieto, mesmo que essa pessoa seja eu. Afasto tais pensamentos de minha mente, e observo os créditos finais do filme passarem no enorme telão.

Nos levantamos e saímos da sala de cinema, eu parei para jogar no lixo todas as embalagens vazias, e quando vou ao encontro dos rapazes, o homem que me assediou na sala de cinema, estava agora parado na frente de Tyler com mais 2 caras, o intimidando.

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