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O local que eu estava olhando era lindo, haviam cristais no teto da gruta de várias cores e brilhos, o que facilitava imenso a visualização do caminho em frente, havia um caminho de tulipas, rosas e violetas, haviam desenhos nas paredes, algumas pareciam pinturas rupestres, outras pareciam feitas por um artista da actualidade, com mínimos detalhes e uma tinta mais natural, o caminho até o centro da gruta era repleto de beleza, se distanciando demais do caminho que havíamos feito minutos atrás.

– nossa_ falei assim que vi aquele que parecia ser o centro da gruta, o teto era todo em vidro, dando para ver o céu, o sol, os pássaros e lindas árvores, raízes brotavam de todos os cantos, fazendo um trono no meio do local, com flores brotando por entre as raízes.

– o que vós desejais em meus domínios?_ uma voz masculina surgiu, mas não era visível nenhum rosto e nem presença.

– nós nos perdemos e acabamos caindo aqui_ Zora responde.

– porquê mentes para mim fada? Eu consigo sentir sua presença a quilómetros_ agora tem um corpo, mas não consigo ver seu rosto no local onde ele está_ o que uma fada renegada deseja no coração da floresta?_ o homem vai mudando de posição, porém seu rosto em momento algum é visível e isso me faz revirar os olhos e me intrometer.

– se você sabe o que ela quer, porquê simplesmente não a dá?_ pergunto impaciente.

– você ainda teve a ousadia de trazer uma mortal para aqui_ o homem reclama, me ignorando por completo, mas, eu não sou pessoa de se ignorar.

– ela é inofensiva, não se preocupe_ Zora responde convicta.

– você pode vir para luz por acaso? A menos que você seja super feio, aí não precisa vir_ falei começando a mexer em algumas coisinhas que tinham no local.

– pode ficar quieta?_ a mão dele me segurou pelo pulso, impedindo que eu continue sendo inxerida. Nesse momento pude observar de perto seu rosto de beleza estonteante, seus cabelos eram longos e negros, mas estavam presos em um coque, seus olhos castanhos estavam focados nos meus, ele era decididamente mais alto que eu, por isso tive que levantar meu rosto para poder manter a troca de olhares, ele tinha cheiro a flores, pude notar dois caninos e as orelhas pontudas, certeza que é um elfo, tão lindo quanto em o senhor dos anéis, ou mais ainda_ não toque em nada_ ele fala me soltando e se afastando.

– você é lindo_ me abano com as mãos enquanto sigo seu andar com o olhar, e Zora coça a garganta propositalmente para me chamar a atenção.

– o que vocês as duas fazem aqui?_ ele se senta em seu trono.

– de novo essa questão?_ respondo antes de Zora_ você sabe que ela é uma renegada e que é uma fada, o que mais uma fada faria aqui sendo renegada?_ pergunto obviamente_ será que tanta beleza tá deixando você lerdo? Achei que seres como vocês tinham a inteligência superior_ arqueio a sobrancelha.

– mortal insolente, você não teme por sua vida?_ fala com um ar ameaçador, mas seu semblante é sereno.

– eu temo por minha vida, mas isso não é motivo pra te ouvir sendo lerdo sem poder reclamar_ dou de ombros e consigo notar quando um mini sorriso se forma em seu rosto, mas rapidamente desaparece.

– por que razão eu deveria ajudar essa fada desordeira a voltar a dimensão das fadas?_ ele pergunta.

– porque eu..._ Zora começa, mas logo é interrompida.

– eu falo com a mortal_ seu olhar recai sobre mim, e o de Zora também_ responda_ ordena e acabo revirando os olhos para ele.

– primeiro pare de me tratar por mortal, me chame de Victoria, e segundo, se você está aqui, nessa caverna solitária e sozinho, quer dizer que talvez você seja o guardião, estou certa?

– está, eu sou o guardião do cristal da floresta, eu mantenho o equilíbrio entre as criaturas da terra e essa fada, ela destrói tudo em que toca_ aponta para Zora.

– você devia deixá-la voltar para que eu me livre dela, esse é um dos motivos_ falo séria_ outro motivo, é que pessoas más, ajudam a manter o equilíbrio entre o bem e o mal, não? Você como guardião deveria saber disso, e respeitar o equilíbrio da humanidade_ cruzo os braços.

– você ao menos sabe o tipo de ameaça que essa fada representa?_ ele se levanta_ eu tenho que proteger a terra, e não irei deixar que uma fada egoísta e inconsequente, ponha em causa tudo pelo que passei a eternidade lutando_ a presença dele agora carrega uma certa força, ele não parece nada feliz pela Zora, e isso está fazendo o ar ficar meio denso por aqui.

– porquê que eu sou a culpada? Eu só estava sobrevivendo, você, um elfo privilegiado, não deveria me julgar porque não sabe do que eu passei, vocês não me impedirão de voltar, eu vou voltar mesmo que para isso tenho que passar por cima de todos_ pela primeira vez desde que a conheci, Zora estava irritada, tão irritada que as raízes no local estavam estranhas, se movendo e outras surgindo.

– eis aqui então a sua verdadeira faceta_ parece que no minuto que se seguiu, eu me tornei invisível e apenas o ódio entre essas duas criaturas era visível.

Enquanto eles se confrontavam, notei uma coisa brilhando perto de mim, me aproximei e por entre as raízes e flores, havia um cristal de brilho verde, ele flutuava no meio daquilo que parecia formar uma barreira de proteção, e sem controle algum, minha mão segue até o cristal que vai abrindo caminho por entre as raízes para assim facilitar o deslocamento de minha mão. Quando toco no cristal, uma luz verde me atinge e só consigo ouvir a voz de Zora e do elfo gritando um não, antes de ser transportada para um outro local totalmente branco, onde me vejo sozinha.

– olá? Oláááá_ olho ao meu redor e me sinto desnorteada pelo local totalmente branco_ está alguém aí?_ pergunto pela última vez e me sento do chão, acho que seja o chão nem, mas não tenho certeza, já que é tudo branco.

– não esperava ver uma humana por aqui_ uma mulher com longos cabelos verdes e um vestido castanho, aparece na minha frente e sorri para mim_ bem vinda ao cristal, Victoria_ ela se senta em minha frente, enquanto eu a encaro perplexa no lugar.

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