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Zora novamente tagarelava depois do fim de um dos inúmeros clichês adolescentes que eu a obriguei a ver para que ela se acostumasse a ser uma adolescente "normal".

– então, qual é o próximo passo?_ se sentou do meu lado enquanto eu pintava um quadro_ wau, está tão bonito, como essa magia funciona?_ falou impressionada.

– não existe magia alguma, é apenas anos de técnica e puro talento_ dei de ombros brincando_ já agora, é estranho quando você fala magia para tudo, tipo, agora os cientistas tentam achar respostas para tudo e nada mais é considerado magia_ dei de ombros.

– sério? Que sem graça, a magia é que faz tudo ter graça, ela transforma o simples em magnífico, porque desacreditar dela?_ fala desanimada_ você acredita em magia?_ me olha curiosa.

– difícil não acreditar depois de ter visto você restaurar suas roupas_ dei de ombros_ espera aí, você é uma fada certo?_ ela assentiu_ me mostra suas asas?_ agora minha atenção é virada totalmente para a fada.

– achei que nunca fosse me pedir_ se levantou animada e tirou a blusa que vestia, logo seu corpo começou a brilhar em um verde que me impediu de ver por uns instantes, até que a luz começou a suavizar e então a visão deslumbrante de suas asas me foi presenteada.

– wau_ falei impressionada. As asas eram transparentes no centro com detalhes em dourado, tinham o formato de asas de borboleta e nas bordas as asas eram verde brilhante, eu nunca tinha visto nada tão magnífico e fantástico na minha vida, era tão bela que nem em meus sonhos mais profundos eu poderia reproduzir.

Os detalhes a dourado faziam parecer estrelas, e isso deixava a experiência muito mais fantástica do que eu poderia imaginar.

– gostou?_ ela deu uma voltinha para que eu pudesse apreciar a mesma.

– são tão lindas_ confesso_ posso tocar nelas?_ em resposta a mesma se aproxima e me dá permissão para tocar nas mesmas. São tão macias e fortes, quem vê pode pensar que são frágeis e fracas, mas pelo contrário, elas parecem duas fortalezas_ são fofas, mas ao mesmo tempo fortes.

– que bom que você gostou delas_ ela volta a colocar a blusa e tudo volta ao normal.

– você só precisa de me fazer achar a felicidade e logo consegue voltar para sua dimensão?_ questiono pensativa.

– bem, essa é uma das formas_ deu de ombros.

– e qual é outra das formas.

– a benção dos 5 cristais das fadas, o cristal do fogo, da água, da terra, do vento e o cristal do gelo_ contou com os dedos enquanto falava.

– e onde acharemos eles?_ pego meu material de pintura e o começo a guardar.

– você quer mesmo procurar por eles?_ pergunta receosa.

– porquê não? Seria o jeito mais fácil e rápido de você voltar para casa_ dei de ombros seguindo para guardar a tela e as tintas.

– então nós iremos viver muitas aventuras_ sorriu.

– claro, mas não hoje e nem essa semana, nós vamos no final de semana_ aceno com convicção e depois pego meu celular na mesa de centro_ mas por agora eu tenho que ir_ pego minha mochila no sofá ao constatar que já marcavam 17:13 no relógio_ agente se vê amanhã?_ paro na porta para a ver assentindo.

– asta mañana Vicky Saltzman_ acenou então eu segui meu caminho para casa.

•••

Após abrir a porta, o cheiro dos bolinhos de arroz de Ada logo invadem minhas narinas e me fazem seguir diretamente para a cozinha, sem ao menos largar a mochila no quarto antes.

– parece que os bolinhos atraíram de volta a senhorita sumida_ Ada sorriu ao me ver adentrar a cozinha.

– eu só vim beber um pouco de água_ menti me sentando na frente do balcão_ mas já que insiste que eu coma um bolinho_ peguei o bolinho e ela riu.

– coma a vontade menina_ riu mexendo em sua panela.

– qual é a ocasião especial para fazer os seus incríveis bolinhos?_ pergunto desconfiada.

– esses bolinhos são um presente especial de boas vindas para o menino Hector_ quase me engasgo ao ouvir o nome do irmão da minha madrasta.

– o Hector? Hector Payne?_ pergunto só para confirmar e ela assente, me levando a revirar os olhos automaticamente_ quando essa praga chega?_ termino o bolinho que eu comia.

– a questão seria, como eu ainda não vi ele_ a voz de Hector bem próxima ao meu ouvido me causou irritação e o braço dele sob meu ombro me fez revirar os olhos.

– preferia não ter visto_ falo retirando o braço dele do meu ombro_ eu vou subir_ falo para Ada e me levanto pegando minha mochila.

– não vai pegar outro bolinho?_ a mesma pergunta antes que eu saia.

– não obrigada, 1 é suficiente_ caminho para a saída da cozinha.

– ranzinza como sempre_ ele fala para eu escutar mas apenas o ignoro e sigo meu caminho para o quarto.

Largo minha mochila no local correto e me sento na cadeira gamer próxima ao meu computador. Enquanto giro na cadeira, reclamo mentalmente por ter que aturar aquela peste que Hector Payne é, ele tem 18 anos e é o único irmão da esposa do meu pai, eles não se dão bem com os pais, por isso quando a irmã dele se casou, ele também veio morar com a gente, só que no ano passado ele foi fazer intercâmbio de 1 ano e pelos vistos já acabou.

Para não continuar remoendo a desgraça que é ter essa praga de volta, me concentro em pesquisar tudo que eu possa achar acerca de fadas na internet, apesar de não ter nenhuma certeza de que o que eu vá encontrar seja realmente referente a fadas de verdade, o que eu não acreditava existir até conhecer uma na realidade.

•••

Duas batidas na porta soaram enquanto eu continuava minhas investigações sobre fadas e anotava tudo de relevante que eu encontrava.

– vaza_ grito impaciente e nem me dou ao trabalho de saber quem era.

– seu papai está chamando para jantar_ Hector entra no meu quarto e se aproxima de onde eu estou_ desde quando acredita em fadas?_ zomba se afastando e mesmo relutante, me viro com a cadeira para poder olhar para esse idiota desmiolado, que despreocupado se senta na minha cama e passa os olhos pelo meu quarto.

– o que é que você quer?_ pergunto nada contente com a presença dele.

– eu já falei, seu papai está te chamando para jantar_ deu de ombros.

– já me avisou, agora vaza_ aponto para a porta.

– também senti sua falta_ debochou com um sorrisinho irritante nos lábios.

– pois bem, mas eu não_ viro minha cadeira de novo para me focar no computador.

– sempre hostil_ posso até prever o revirar de olhos que seguiu tais palavras, mas ignoro novamente e como o silêncio prevalece, presumo que ele tenha vazado do meu quarto.

Me concentro novamente nas minhas anotações e finalmente fecho o pequeno caderno de capa rosa brilhante.

– se em 3 minutos você não descer eu volto_ me assusto ao ouvir a voz do mesmo e o vejo seguindo até a porta.

– psicopata_ reclamo assim que ele fecha a porta.

– eu ouvi_ fala do outro lado da porta.

– era pra ouvir mesmo_ reviro os olhos e começo a fechar todas as abas do meu computador para poder desligar o mesmo.

Depois de dois minutos colocando todas as minhas coisas em seu devido lugar, calço minhas pantufas e finalmente desço as escadas em direção a sala de jantar. Meu pai faz um discurso idiota que nem me dou ao trabalho de ouvir acerca de família e Bla Bla Bla, depois todos começaram a se servir e a única coisa que noto são as bocas se mexendo enquanto a música em meus airpods, que estão escondidas pelos meus cabelos, preenche minha mente e me relaxa.

Assim que termino de comer me levanto e como por sorte, a música que tocava acabou, durante aquela pausa para mudança de música, ouço quando meu pai reclama da pouca quantidade de comida que ingeri, e tentando não ser rude, apenas me despeço e vou para meu quarto me preparar para dormir. Quando termino de me trocar e escovar os dentes, caminho até minha cama mas antes alguém bate na porta e mesmo relutante vou abrir.

– o que vocês querem_ olho para a dupla que me encarava de volta.

– apenas conversar_ invadem meu quarto sem minha autorização me fazendo bufar frustrada.

– eu preciso dormir, amanhã terei um dia puxado, podem me deixar em paz?_ cruzo os braços.

– eu falei que era uma perda de tempo_ Vince revira os olhos.

– então porquê veio?_ o olho irritada_ não iria me ignorar como faz sempre?

– e porquê será que eu te ignoro?_ retruca_ será que não é por você ser super..._ antes que ele terminasse Hector o interrompe.

– ok, vamos dormir_ Hector puxa meu irmão para fora do meu quarto_ vocês os dois estão super cansados, bora só dormir, adeus Tori_ nem respondo ele e fecho a porta.

Sigo para minha cama e me permiti descansar.

•••

[Sexta-feira]

– finalmente acabou_ me jogo na cama do apartamento enquanto Zora se troca.

– ei Vicky, porquê você odeia tanto aquele novato bonitinho?_ Zora questiona curiosa e um olhar de indignação é dirigido para ela_ que foi?

– bonitinho? A sério? O Hector?_ reclamo.

– bonitinho sim, você já viu como todas as garotas vibram com a presença dele?_ tira a blusa de uniforme.

– garotas com os hormônios a flor da pele vibram por qualquer garoto_ com preguiça de me levantar apenas continuo esparramada na cama.

– você está brincando?_ ela se joga sobre mim na cama_ o cabelo dele tem aqueles caracóis loiros que mesmo bagunçados são lindos, os olhos azuis do menino e aquele sorriso absurdamente lindo que ele esboça para as garotas, como não vibrarem por ele?_ me olha indignada.

– vocês tem um péssimo gosto_ ela se levanta e começa a pular na cama.

– eu entendo que você não veja beleza no seu irmão gémeo, mesmo ele tendo aqueles lindos olhos verdes, o cabelo cor de fogo contrastando com aqueles lábios rosados, os músculos marcantes e..._ interrompo a mesma.

– eca, já entendi_ reviro os olhos e me levanto_ pode resumir?_ procuro na pequena estante do quarto por um livro que eu pretendia ler a um tempo.

– eu ia dizer que entendo que não veja seu irmão como um homem bonito, mas sinceramente você é quem tem problemas de visão, tipo o Tyler, você diz tanto que não vê beleza nele, mas você é cega garota? Os olhos daquele garoto fazem qualquer uma babar, só os olhos, pra não falar dos lábios rosados, a pele contrastando com os cabelos negros, o piercing no lábio, ah minha filha, você está endoidando, e o Percy? Aquele garoto sabe causar arrepios menina, aqueles lábios ui..._ reviro os olhos e a interrompo mais uma vez.

– chega disso nem, vai logo tomar um banho que temos assuntos por resolver hoje_ reclamo e ela riu.

– está bem, eu já vou_ pegou numa toalha e correu para o banheiro.

Enquanto a mesma se banhava eu aproveitei e peguei algumas roupas para a mesma, eu havia prometido que iríamos procurar pelos cristais das fadas então eu comecei a procurar alguma coisa que pudesse ajudá-la afinal, impossível não ter nenhum traço deles na nossa dimensão e por sorte, achamos uma coisa que tinha um símbolo que ela reconheceu, e por mais que seja uma pequena pista, nós a vamos seguir.

– oh Vi, quando vamos voltar?_ ela sai do banheiro enrolada na toalha e secando o cabelo com outra toalha.

– domingo de noite ou de tarde, sei lá domingo_ dou de ombros fechando a mochila que coloquei as coisas dela.

– muito informativa_ debochou.

– sério fadinha, você está aprendendo muito rápido a ser humana_ reviro os olhos e jogo a pasta na cama.

– aprendi com a melhor_ riu e começou a se vestir.

– eu não tenho nada contra o Tyler ou o Hector ou o Vincent, só não me dou muito bem com pessoas que não lutaram por coisas que amam só por causa das pessoas_ dou de ombros e ela se vira pra me direcionar um olhar confuso_ eu conheço o Tyler desde os 5 anos, e desde pequeno ele sempre gostou de cantar e tocar violão, ele até fazia aulas até aos 13 anos, quando largou de cantar porque os amigos dele diziam que cantar era pra menininha e tal, já o Hector quando o conheci aos 11 anos, amava pintar e nós até fazíamos aulas de pintura juntos mas quando começou a andar com certas pessoas no colégio, ele parou de se esforçar e de aparecer nas aulas, e o Vince era o melhor em quase tudo, ele era minha inspiração junto com meu irmão mais velho, só que ele preferiu se tornar apenas mais um rosto na multidão e sabe o que os 3 idiotas tem em comum?_ ela balançou a cabeça negando_ os 3 decidiram que era melhor ser aceite do que ser bom em algo e realmente se esforçar pelo que gostavam, e sinceramente, eu não lido muito bem com desistentes_ dou de ombros e ela se aproxima de mim já vestida.

– então por isso você não desiste de nada mesmo que as pessoas não gostem de você?

– se eu parasse de fazer algo que gosto toda vez que alguém me critica, eu não seria a melhor da turma de balé, melhor na turma de artes e uma das melhores alunas do colégio_ sorri convencida e a mesma ri.

– você é uma garota excepcional_ sorriu para mim, mas não me deixou responder_ vamos lá então_ me levantei e ela pegou a mochila na cama.

– vamos lá_ então seguimos para fora do apartamento, para ir a minha casa.

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gadGoy13

gadGoy13

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2023-10-05

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