– filhos_ ela fala toda animada assim que chega ao nosso encalço e aperta nós dois em um abraço sufocante.
– mã-mãe_ falo ao ser sufocada, então ela nos solta e sorri.
– senti tanta falta de vocês_ ela fala animada.
– claro que sentiu_ Vince murmura e ela o olha de um jeito meio magoado.
– eu vim em paz, podemos almoçar_ propõe.
– eu acho que não vai dar, tenho treino e a Vicky tem aula de arte_ Vince responde sem interesse.
– é, eu sei, falei com o pai de vocês e ele me falou o horário de vocês, e garanto que estarão de volta aos vossos afazeres a tempo e hora_ argumenta animada.
– não, compromisso é tudo_ Vince reclama.
– Vince, por favor bebê_ ela faz um biquinho e o encara pidona.
– não faz isso_ eu peço abanando a cabeça negativamente_ já agora, você tinha mesmo que vir hoje? Tem paparazzis ali e eu estou usando óculos_ reclamo.
– mas você está linda bebê.
– quer saber mãe, vamos logo_ falo tentando não revirar os olhos.
– então você vai?_ Vince me analisa.
– nós vamos_ seguro o braço dele calmamente_ e nada de escândalo, estão tirando fotos da gente e eu não quero sair em alguma capa de jornal de fofoca, estando envolvida no escândalo de vocês_ mesmo contra a vontade dele começo a caminhar em direção ao carro da mulher e entramos no banco de trás para depois o motorista dar partida.
Enquanto o carro segue, ligo meu celular que por sorte ainda tem um pouco de carga, logo digito uma mensagem para meu irmão mais velho.
{Help me Vinny, a mamãe está na cidade}.
Nem passam 2 minutos e já obtenho a resposta do mesmo.
{É, eu sei, pode acreditar, eu sei}
– hoje nós vamos almoçar em família_ mamãe rouba minha atenção do celular por alguns instantes.
– e desde quando somos uma família?_ Vince retruca.
– meu amor, eu sei que não sou muito presente, mas eu quero me redimir_ ela fala decidida.
– você nem é presente, quem dirá não muito presente, nunca esteve lá quando precisamos e agora quer se redimir? Ainda acha que vai a tempo disso?_ ele pergunta irritado.
– filho..._ ele a interrompeu.
– não, não vem com esse papo de filho, a Claire foi mais mãe do que você alguma vez quis ser_ dessa vez fui eu quem cortou Vince.
– cala a boca Vincent, apesar de qualquer coisa, ela ainda é a nossa mãe, não precisa machucar ela.
– você sempre diz que temos que dizer o que sentimos, eu estou dizendo_ se defende.
– mas não precisa machucar pra isso_ falo óbvia.
– você vive machucando os outros, mas quando sou eu já é errado?_ fala indignado.
– nunca foi certo, mas você não sou eu_ retruco.
– você é hipócrita Vicky_ ele acusa.
– está bem, já chega, vocês podem parar de brigar por favor?_ mamãe intervém_ podem tentar se manter em paz? Pelo bem de todos_ Vincent revira os olhos.
– pelo bem de sua imagem, é claro_ ele cruza os braços.
– tão infantil_ reclamo_ eu estou de boa_ falo quando minha mãe direciona o olhar para mim.
Minutos depois o carro para em frente a um restaurante chique e nós descemos, para depois sermos guiados a nossa mesa, onde Vinny já se encontrava.
– Vinny? Como você veio parar aqui?_ eu e Vince falamos juntos.
– é, eu fui enganado por meu próprio pai, saí da faculdade achando que era algo importante e agora estou aqui_ fala amargurado e descontente pela situação.
– fique feliz, vai almoçar com seus irmãos e sua mãe, almoço em família_ Vince debocha e eu tenho que revirar os olhos.
– claro, ebaaa_ Vinny debocha e finge empolgação.
– depois eu é quem sou amargurada nem_ me sento.
– existe o estar descontente e o ser Vicky Saltzman, duas coisas diferentes_ Vinny pontua, recebendo minha careta de descontente para com ele.
– engraçado_ o garçom traz o menu e sem demora fazemos nossos pedidos.
Nossa mãe estava abalada pelas palavras de Vince, ela nem sequer mostrava seu costumeiro entusiasmo e parecia mais pensativa.
– mãe_ chamo atenção dela_ pode dizer o assunto que nos trouxe aqui_ falo, mas ela parece não entender nada do que eu falo.
– o que?_ questiona meio aérea.
– o que aconteceu? Porquê trouxe nós para cá?_ volto a questionar.
– ah, é que, eu queria passar um pouco de tempo com meus 4, quis dizer, 3 filhos_ ela fala meio pra baixo_ eu só, esperava que fosse um pouquinho diferente_ passa a mão pelo rosto e nesse instante tenho certeza que a mesma chorava.
– peçam desculpa_ sussurro para os dois garotos, que no mesmo instante me olham indignados_ peçam logo_ insisto.
– não se desculpem, é o que vocês pensam e eu não irei repreender seus pensamentos, principalmente se forem verdade.
– desculpa_ os dois pedem, enquanto o garçom traz nossos pedidos.
Preferimos almoçar em silêncio, eu sabia que mamãe tinha algo a mais para contar, mas pelo jeito como estava tudo, preferi deixar o assunto morrer, alguns minutos depois mamãe voltou ao seu estado inicial de alegria e começou a perguntar várias coisas para nós.
– bom, vocês tem alguma coisa planejada para sábado a noite?_ pergunta quando terminamos de comer.
– não_ nós os 3 respondemos.
– eu queria levar vocês para jantar e conhecer o Albert_ dá de ombros.
– quem é Albert?_ Vince questiona.
– meu no-novo namorado_ ela se atrapalha mas logo se corrige.
– Albert quem? Einstein?_ Vinny pergunta com tom de curiosidade.
– Albert Daniels_ mamãe explica.
– Daniels da Daniels auto?_ dessa vez eu é quem tive de perguntar.
– sim, porquê?_ pergunta sem entender muito meu alarido.
– é, por que?_ meus irmãos reforçam a questão.
– Mitchell Daniels_ falo o nome do meu super herói dos carros_ o cara tem 24 anos e é meu crush ao nível dos carros, ele tem vários títulos de fórmula 1, coleciona carros de corrida, corre desde os 16 anos, é lindo, e agora é seu cunhado_ falo para minha mãe que no mesmo instante sorri.
– eu não sabia que você era fã do Mitchell, é aniversário dele na sexta-feira, posso levar você comigo para o festejo de noite_ mamãe propõe.
– aí pode?_ me animo e ela assenti.
– me diz uma coisa Vicky, você odeia todo mundo, menos a mulher que praticamente abandonou a gente, e só hoje voltou querendo fazer papel de mãe?_ Vince me questiona irritado.
– eu não odeio ninguém_ falo óbvia.
– mas trata mal pessoas que deveria tratar bem, pra tratar bem quem não merece?_ retruca.
– Vince eu sei, você está com raiva, mas eu nunca abandonei vocês, eu estava confusa, eu não sabia como lidar com a perda, eu não conseguia me recuperar_ mamãe argumenta.
– sinceramente mãe, nós também precisávamos de você_ Vinny se levantou e saiu da mesa.
– filho_ mamãe estava prendendo as lágrimas, e eu saí para seguir meu irmão, junto com Vince.
– vocês podem parar de ser assim?_ pergunto ao alcançar Vinny.
– me diz, o que você achava, que ela voltaria, chamaria nós para almoçar, e depois voltaríamos a ser uma família feliz?_ Vinny me encara.
– é, talvez sim, eu não ligo para o que ela já fez.
– ah não liga? Me diz, quem faltou em todas as suas apresentações de dança? Quem nunca foi a nenhuma competição sua? Não se importa mesmo com isso? Não sente nem uma pitadinha de raiva dela?_ retruca.
– não, eu não sinto raiva dela, porquê eu sentiria raiva de quem me ensinou minha lição mais valiosa?_ pergunto e eles me encaram sem entender_ ela sem saber, me ensinou que não importa o que aconteça, ou pelo que eu precise passar por cima, sempre tenho que fazer o que eu quero, e eu não vou ficar com raiva de quem me ensinou isso.
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