Aiden acordou e não viu sua mãe na cama com ele, devia ser tarde. Vestiu-se apressadamente e foi ao encontro de Lok, ele havia dito que iriam treinar todas as manhãs.
Para a sua surpresa , viu Lok e sua mãe entrando em casa, ela estava nos braços dele e pareciam distraídos.
Gostou disso.
O seu plano seria mais fácil do que ele imaginava. Isla olhava para Lok do mesmo jeito que a filha do dono do armazém olhava para o bobo do filho do ferreiro.
Quando a sua mãe se deu conta da sua presença, praticamente pulou dos braços de Lok. Dizendo algo que ele nem pôde compreender direito, saiu apressada em direção ao fogão.
Lok estava até de ombros caídos e de cara emburrada.
– Pai, estou atrasado para o treino…
– Anda, vamos treinar.
Foram para o treino e durante todo o tempo, Lok ficou praticamente mudo. Até mesmo Archie sabia ser melhor não puxar conversa, sabendo que deveria ficar em silêncio.
O treino foi curto e logo Lok foi consertar a cerca enquanto Archie fugia para a sua casa e assim não se envolver em trabalhos.
Aiden foi comer o seu mingau de aveia que a mãe havia preparado, estava faminto. Ela estava estranha e olhava a todo instante pela janela procurando por Lok.
Essa constatação trouxe um sorriso no rosto do menino, a sua mãe parecia querer estar com aquele homem e isso era bom para o seu plano. Decidiu que naquela noite iria deixar a sua mãe dormindo sem ele, talvez isso fosse o suficiente para os dois se unirem e Lok ficar para sempre com eles.
Terminou o seu mingau e foi se juntar a Lok nos trabalhos de recuperação da cerca e pode constatar o quanto o homem estava nervoso. Bufava a cada pergunta que ele fazia e Aiden perdeu as contas das vezes em que ele martelou o próprio dedo. Isso o fazia sorrir. Não entendia como que alguns beijos podia deixar um homem nesse estado. Ele nunca beijaria, assim não ficaria nervoso como Lok.
Os dois trabalharam até na hora do almoço, quando Isla os chamou para comer. O clima estava tenso e Aiden podia observar o olhar da sua mãe se desviando do seu prato de comida para Lok a todo o momento. O menino apenas pensava no quanto os adultos eram bobos, se queriam se beijar e se abraçar era só fazer.
Isla estava muito confusa, ao mesmo tempo em que se sentia envergonhada, ela queria sentir os lábios dele novamente nos seus.
Lok não lhe dirigia um olhar se quer e ela já estava a sentir-se perdida e insegura.
Comeram em silêncio e ela só foi se sentir aliviada quando Lok e Aiden voltaram para os trabalhos.
Isla foi cuidar dos afazeres. Archie logo iria para o vilarejo buscar as roupas que ela deveria lavar, era a sua maior fonte de renda.
Sentia um ajeito no peito, estava na expectativa de mais beijos e daquelas mãos em seu corpo, mas ela devia ter feito algo errado, ele não a olhava, não a queria.
Olhando agora ele, enquanto conversava com Aiden, o seu coração ficava feliz. Aquele homem tratava o seu filho com carinho e respeito, será que ele ainda iria gostar do menino quando soubesse que ele não era o seu filho?
Tinha medo quando esse dia chegasse, e iria chegar, aí seria o pior dia da sua vida. O seu filho sofreria e ela não poderia ajudá-lo. Brincar de serem uma família fazia muito bem para o menino e para ela também, mas as consequências eram incertas.
Os dois trabalhavam juntos e ela os observava. Como podia dois estranhos serem tão Iguais?Aiden imitava o "pai" até nos movimentos e no jeito de sorrir a cena era muito familiar.
O seu" marido" estava sem camisa e a calças que ele usava deixava bem claro o contorno de cada músculo e isso prendeu a sua atenção. Os braços fortes a encantavam e ficava a imaginar-se sendo abraçada por ele naquele momento…
Decidida a livrar-se desses pensamentos pecaminosos, colocou água para aquecer e assim tomar um bom banho, depois foi para o interior da casa, não aguentava mais aquela tortura.
Lok estava um pouco mais calmo com a presença do filho. Não podia descontar nele os seus dissabores. O menino, na sua inocência, não podia ser o culpado do seu fracasso amoroso.
Trabalhavam e conversavam com tranquilidade, até que Archie chegou, dizendo que iria para o vilarejo buscar as roupas para Isla lavar. Aiden, mais do que depressa quis ir com o velho.
Lok não impediu o filho, assim ele poderia pescar e ficar sozinho com seus pensamentos.
Dirigiu-se ao lago, além de se acalmar, teriam peixe para o jantar. Não demorou muito e logo tinha três belos peixes e resolveu voltar para casa, Aiden poderia estar a sua procura.
Quando se aproximava, ouviu uma voz doce e inebriante, num canto triste. Deixou os peixes sobre a mesa e seguiu o som daquela vós que vinha do reservado.
Era Isla, cantando enquanto tomava o seu banho. A sua vóz doce o fazia querer abraça-la, espantando a sua tristeza e vê-la sorrindo feliz. A sua esposa não merecia aquela tristeza.
Ficou ali, em pé, do lado de fora do reservado, ouvindo o barulho da água caindo imaginando cada gota deslizando pelas curvas deliciosas daquele corpo nu.
......................
Isla tomou um banho demorado, como nunca antes havia tomado em sua vida, cantou até uma música que a sua mãe sempre cantava.
Estava triste com a sua vida solitária e com medo de Lok se fosse e deixasse marcas em seu coração. Abraçou o próprio corpo, sentindo medo da solidão. Sabia que um dia ficaria sozinha como a sua mãe, e o que lhe restaria? Nem na Vila podia ir...
Devia parar de sentir pena de si mesma! Ela não era fraca, e não seria o medo do futuro que a enfraqueceria.
Puxou a toalha pendurada na porta, nada dela sair dali.
Bufou cheia de raiva," deveria estar presa". Abriu a porta para desprender o tecido e para a sua surpresa, era uma mão forte e bem conhecida que a segurava.
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Atualizado até capítulo 50
Comments
Luisa Nascimento
será que agora vai?😀😁
2024-12-21
0
Nyna Vicente
eita
2023-11-24
12
Léa Aparecida Ribeiro
Bom demais...bora mais capítulos
2023-10-22
4