CAPÍTULO 17- O plano

Lok levou as sacas com os cereais para a dispensa, feliz por deixar claro onde dormiria naquela noite. Ele deveria ter tomado essa atitude muito antes, o menino entenderia. O seu filho já estava grande e não precisava ficar com mãe, quem precisava desesperadamente de Isla era ele. Seu lugar era ao lado dela, mesmo que não funcionasse como homem.

Foi para fora da casa, precisava cuidar do cavalo. Isso era outra coisa que o intrigava. Aquele animal era de guerra, não para puxar carroções e pertencer a um simples camponês. Não se lembrava de como conseguiu um animal tão belo e robusto. Escovou e alimentou sem tirar esses pensamentos intrigantes da sua cabeça.

Quando terminou, pegou a água morna e foi para o reservado. Tomaria um banho cuidadoso para agradar a sua esposa, aquela noite seria uma noite especial. Queria amar a sua esposa como se não ouvesse ninguém nesse mundo além dos dois. Ainda estava no banho quando ouviu a voz de Davina conversando com Isla , ela agradecia pelo convite para jantar e que lembre era a sua carne preferida.

Ele sentiu impetus de gritar e esmurrar a parede, mas controlou-se. Certamente eles comeriam e logo ir embora, era assim das outras vezes, não seria diferente nessa.

Saiu do reservado sorridente, disfarçando bem a sua revolta, afinal eram vizinhos e amigos. Quando vinham, logo retornavam para sua casa antes de escurecer totalmente.

Agradeceu a Davina por algumas roupas que ela conseguiu para ele, já que tinha o coração bondoso e havia doado as suas próprias roupas para quem precisava. Essa era outra dúvida, não se sentia tão bondoso assim.

Foram todos para a mesa, onde Isla levou delicioso jantar regado com o hidromel que os vizinhos trouxeram para eles beberem.

Lok não gostou muito das visitas naquela noite. Havia feito planos e eles não incluíam Davina e Archie, que não parava de contar histórias. O único pensamento de Lok era ter Isla nos seus braços naquela noite.

Tentou de tudo, não conversou, apenas ouviu as histórias sem fim de Archie, na esperança de que ele se calasse e fosse embora.

 Todos já haviam terminado jantar, mas Davina queria mais hidromel. Aiden pedia mais histórias engraçadas para o velho, histórias essas que naquela noite ele não tinha nenhum interesse. Estava irritado, isso era visível no seu rosto. O homem que há anos não funcionava, teve a graça de ser curado E para todos naquele lugar era como se isso não fosse importante!

Ele olhava ou vai e vem de Isla para servir a todos e o volume daquelas ancas desfilando na sua frente era um tormento. Precisava tê-la nos seus braços e sentir o seu calor, mas era um homem atormentado pelo desejo e os seus amigos e o seu filho pareciam não compreender a sua situação. Já havia pensado até em se aliviar sozinho, mas tinha medo de só funcionar uma única vez e ele desperdiçar tudo nas próprias mãos. Queria sentir uma última vez o calor da esposa e se lambuzar como se estivesse apreciando o mais puro mel.

Vez ou outra ele notava os olhares entre Archie e Aiden, parecia esconder algo. Isla por sua vez, quando olhava para ele, ficava corada e desviava o seu olhar.

Quando Lok já estava a ponto de esmurrar a mesa e expulsar a todos da sua casa, Aiden disse que iria se aliviar, saindo do ambiente. Archie, por sua vez, não interrompeu a sua conversa infinita, então Isla falou:

– Irei observar o que aconteceu com Aiden. – Ela falou isso, torcendo as mãos uma na outra, parecia muito nervosa.

Foi só Isla sair, que Archie pediu mais uma caneca de hidromel. Lok levantou-se quase bufando de raiva, serviu o homem com grosseria.

– Última caneca, precisamos ir. – falou o velho, lançando um olhar estranho para a esposa.

– Sim, já está escuro. Lok respondeu entre dentes.

Archie fez aquela última caneca parecer quatro de tanto que demorou para beber. Quando resolveu que já era hora de ir, levantou-se com um estranho sorriso vitorioso no rosto.

– Boa noite, Lok. Não irei esperar para me despedir de Isla e do garoto, já é tarde…

Lok não respondeu, tinha medo do homem voltar a contar as suas histórias e ele já estava ao ponto de joga-lo porta à fora. Davina apenas acenou,com um sorriso envergonhado, enquanto Lok se controlava para não bater a porta na cara do casal, ficando parado naquela porta, esperando educadamente que sumissem na curva do caminho.

Controlou-se, mesmo tendo vontade de sair a correr e jogar-se nos braços da sua esposa e de se enfiar nela como um animal.

Só em pensar nas carnes quentes de Isla, o volume nas calças foi aumentando, estava pronto. Tão pronto que chegava a doer, ansioso como um menino na sua primeira vez.

Fechou a porta, passou o ferrolho e foi apressado para junto da esposa. Ao passar por seu antigo quarto, resolveu ver se Aiden estava bem, para o seu espanto, a cama estava vazia…

Foi para o outro quarto, e como imaginava, lá estava os dois, Isla e Aiden dormindo sem ao menos as botas. Tinha vontade de gritar, mas acalmou-se e com cuidado para não acordá-los, retirou os calçados dos dois e os cobriu com uma manta que estava dobrada na cadeira ao lado.

Saiu do quarto fechando a porta com cuidado logo atrás de si. Num ato para controlar-se, bateu várias vezes a cabeça na parede sem acreditar no seu destino cruel.

Havia murchando literalmente!

O seu membro perdeu todo o entusiasmo, não sem razão. Os deuses estavam contra ele! Não havia outra expliação para o seu infortúnio.

Foi para o silêncio do seu quarto, desanimado, ficou parado ali, tentando encontrar uma saída, mas não tinha.

Com um suspiro resignado, retirou as suas botas, tirou também as suas roupas, deixando-as sobre o baú. Sentou-se na cama apenas de ceroulas, de cabeça baixa, ele era a própria imagem do fracasso, com o seu membro inútil adormecido entre as pernas…

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