CAPÍTULO 11- Não se apaixone

Isla acordou tarde, o sol já batia na sua janela e tudo era culpa dos seus pensamentos em Lok, na noite anterior. Virou-se para o lado para dar o costumeiro bom dia ao seu filho, mas o lugar estava vazio.

Ouviu então, risos vindos do quintal. Levantou-se rapidamente e sem se importar com os cabelos em desalinho ou camisolão de algodão cru que usava para dormir, saiu do quarto descalça e foi até a porta da entrada para saber o que acontecia.

Para a sua surpresa, lá estavam Lok e Aiden divertindo-se enquanto cortavam madeira. Ficou ali, parada na porta, faço nada pelo sorriso do filho, em apenas dois dias ele era outra criança. Estava mais alegre e prestativo, não saia do lado do "pai".

Estava tão distraída, que quando se deu conta, Lok estava parado a sua frente com um sorriso que deixava amostra os dentes perfeitos.

– Bom dia! – falou ele com um sorriso divertido.

Isla foi enlaçada pela cintura e beijada, ali, na frente do filho. Ficou tão atordoada que teve que segurar-se naquele braço forte para não perder o equilíbrio.

– Os Homens da casa precisam comer, estamos famintos.

Isla olhou para aqueles olhos claros como o dia e ela teve a nítida impressão de que ele sabia mexer com ela. Virou-se para sair o mais rápido possível dali e sentiu e sentiu um tapa carinhoso nas nadeg@s.

Olhou para ele zangada, pronta para brigar e, para a sua surpresa, o seu próprio filho sorria ao lado daquele homem desaforado.

– Isso mesmo mãe! Os homens da casa tem fome, muita fome.

Lok gargalhou com a sua voz grossa e ergueu Aiden pelos braços, colocando-o sobre os ombros:

– Vamos, meu filho. Até essa comida ficar pronta, teremos tempo para terminar de juntar as madeiras.

Isla controlou a sua vontade de atirar algo naquele homem odioso! Como ele se atrevia a estapear as suas nadeg@s? E com o apoio do seu próprio filho!

Foi para o quarto trocar de roupa e ao se olhar no espelho, pôde ver como estava horrível com os cabelos sem escovar. Tirou o seu camisolão que antes achava bastante confortável, mas agora gostaria que tivesse rendas e fitas…

Devia ter enlouquecido! Nunca se preocupou com a sua aparência. Colocou o seu vestido, alisou as saias, calçou as suas botas, escovou os cabelos e os prendeu no alto da cabeça, num coque severo, como de costume. Acabou por voltar na frente do espelho e puxando algumas mechas de fios negros, deixando-os caírem para dar forma ao seu rosto.

Tentou convencer-se que não fazia isso para ficar mais bonita, mas ao chegar na porta do quarto, voltou novamente para a frente do espelho e prendeu os cabelos, agora sem deixar um único fio fora do coque.

Não iria ser seduzida por um homem! Jamais se deixaria levar por uma mentira que a qualquer momento poderia feri-la e ao seu filho.

Foi preparar algo para almoçarem. Os dois estavam no trabalho pesado e precisavam comer mais que um ensopado de legumes.

Cozinhou alguns grãos que ainda restavam na despensa, pegou alguns ovos no galinheiro e ao passar pelos dois trabalhadores, ficou curiosa com o que eles construíam, mas preferiu não fazer perguntas e deixá-los em paz.

Quando o almoço ficou pronto, foi até a porta e chamou:

– Lok... Aiden, lá vem as mãos e Venham comer.

Ao dizer isso viu os dois correrem até o balde perto do poço e se lavarem, sempre brincando. Devia ser por isso que o seu filho gostava de estar ao lado do "falso pai". Observou a cena recostada no batente da porta, era reconfortante e prazeroso observar o seu filho feliz, pena ser uma falsa felicidade. Eles não eram uma família de verdade.

Durante o almoço, Isla percebeu que o seu filho comia com vontade e também o brilho no seu olhar enquanto olhava para o seu "pai". Lok, por sua vez, era atencioso com Aiden. Faziam planos enquanto comiam. Às vezes ele olhava-lhe e a força do seu olhar a fazia sentir algo inexplicável, uma vontade louca de sentir aqueles lábios no seu corpo novamente…

Estava doente. Essa era a desculpa de Isla para turbilhão de emoções desconhecidas. Ele era um homem de riso fácil, de um olhar profundo, parecia ter boa índole e além de deixar Aiden feliz, era também bonito e a deixava sem entender o que se passava com ela.

Balançou a cabeça tentando se livrar desses pensamentos insanos que ultimamente a perturbavam com frequência.

......................

Lok comia enquanto planejava com o seu filho. Aiden era um garoto muito astuto e alegre, certamente seria um homem valoroso. Voltou o seu olhar para sua esposa e a analisou:

Os cabelos negros, presos no alto da cabeça a desério,om ar sério, ele alculava que chegasse a altura da cintura.

Ela era esbelta, magra até, mas tinha um rosto perfeito, de traços delicados que o fascinavam. As sobrancelhas formavam dois arcos perfeitos sobre os belos olhos negroespessos.os eram longos e espessos. A pele era macia, isso ele se lembrava muito bem. O nariz era pequeno, o queixo ligeiramente proeminente.

A boca era sensual, os lábios cheios e rosados, faziam-lhe pensar apenas em beijá-la. Ele desejava-a!

Só de imaginar-se beijando-a, sentiu-se levemente endurecido, remexeu-se na cadeira para tentar conter-se. Seja lá o que teria acontecido, o fato era que ele estava curado, mas a sua esposa não estava tão interessada nisso.

Voltou a sua atenção para o filho, mas não sem antes observar a sua esposa corando. Ela havia sentido a força do seu olhar e não era indiferente. Esse pensamento o fez sorrir contente, sabendo que logo, logo dividiriam o mesmo quarto e a mesma cama.

Olhou para o filho que exigia a sua atenção naquele momento. Era bom ter o filho como um amigo e acompanhar o seu crescimento, era certo que seria um homem valoroso.

Planejaram de terminar o reservado ainda naquele dia, para que Isla pudesse usar. Fariam modificações na pequena propriedade, mesmo Lok sabendo que teriam poucas moedas, ele daria um jeito ganharem mais. Só a venda de legumes não era suficiente, isso ele podia ver.

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