CAPÍTULO 10- Realidade

Lok estava prestes a sentir o calor da sua esposa, quando ela espalmou as mãos no seu peito e o empurrou, fazendo com que ele rolasse para o lado sem entender o que havia feito de errado.

Viu Isla sair quase correndo em direção à casa enquanto arrumava suas ceroulas. Deitado costas na grama, apoiado nos cotovelos, pôde ver o seu orgulho se encolhendo, até que dormiu entre as suas pernas.

Praguejando baixinho, levantou-se e guardou o seu amigo nas calças. Não entendia o que fez de errado. A sua doce e jovem esposa deveria estar contente com a volta da sua masculinidade, mas ela fugiu! Nem se aliviar sozinho ele pôde.

Estava ele, encharcado até as botas e insatisfeito.

Pegou o cesto com as roupas lavadas e voltou para casa. Colocou o cesto num canto e saiu irritado! Precisava beber algo e esquecer o seu Infortúnio, no caminho encontrou Archie, que queria saber onde ele ia apressado.

– Preciso beber, vou para o vilarejo.

Archie, no mesmo instante percebeu que não seria uma boa idéia, ele poderia ser reconhecido.

– Para quê estar as suas moedas ? Eu tenho um bom vinho. Venha, sente-se aqui comigo.

– O quê lhe aflige homem? – perguntou o velho.

Virando de uma só vez a sua caneca, estendeu-a novamente para ser servido. Pensativo, reclamou:

– Eu funcionei...

– O quê? – engasgou-se com a bebida.

– Isso mesmo, caímos no lago e eu beijei, fiquei tão duro quanto um rapazinho afoito, mas ela fugiu! – tomou o seu vinho – Isla deveria ter festejado a minha cura e não ter fugido.

Archie pensou numa forma de acalmar aquele homem:

– Ela é tímida, sabe disso. – limpando a garganta, continuou – Isla teve apenas você, e por poucas vezes. Ela é inexperiente, provavelmente assustou-se com... sabe com quê. – apontou para a virilha de Lok.

Pensando dessa forma, ele podia compreender a reação da esposa. Sorriu confiante. Iria cortejá-la e conquistar a sua confiança lentamente.

– Isla é especial Ou você em tanto tempo, ainda não percebeu? Ela não é como as mulheres da Taberna, ela é quase pura…

As palavras de Archie deixaram Lok curioso e, ao mesmo tempo, cheio de planos para poder conquista-la.

Decidiu que iria agradá-la de todas as formas deviam a mesma cama!

– Sabe, meu amigo, pensei em fazer para Isla um reservado para um banho, do lado de fora da cabana, assim ela teria privacidade e poderia levar baldes de água quente.

– Sim! A sua esposa iria gostar. Ela toma os seus banhos no lago ou vai até a minha casa para usar a tina de banho. – o velho sorriu. – Isla ficará feliz com a sua ajuda. Ela precisa de um braço forte ao seu lado.

Ficaram ali, tomando vinho e conversando Lok planejava formas de conquistar Isla.

– Ela ficará feliz se conseguir arrumar o telhado. Tem a cerca... – Archie ia dando idéias, assim, quando Lok fosse embora, Isla teria uma bela casa.

Lok achou uma boa idéia, mas conquista-la com beijos era o que mais o agradável. Sentia comichões na virilha, só de imaginar tê‐la novamente nos seus braços.

Quando retornou cambaleante para casa, ela estava silenciosa e apenas iluminada por uma fraca luz. Ao entrar na casa, fechou a porta logo atrás de si e ao se virar, constatou que o seu filho na porta do quarto olhando sério para ele de braços cruzados. O menino aproximou-se e falou em voz baixa:

– Onde esteve?

– Estive com Archie. – falou a sussurrar, sem saber o motivo.

– Você magoou Isla. Ela não sorriu e foi dormir.

– Mas eu...

– Um pai não bebe dessa forma. Um pai fica com o seu filho. – Aiden falou, demonstrando tristeza na voz. – Não estava aqui para me dar boa noite!

A acusação do seu filho doeu. Não era certo um pai sair e largar o seu filho, ainda mais numa casa no meio da floresta. Era sua obrigação cuidar e proteger a família e, embriagado como estava, era sem serventia.

– Desculpa, meu filho.

Lok sentiu o olhar acusador do seu filho enquanto ele falava.

– Vem pai, irei te ajudar.

Archie levou Lok para o quarto, fez com que ele sentasse na cama e retirou as suas botas. Não queria que Isla o visse assim. Certamente ela o expulsaria e ter um pai, mesmo sendo falso, era bom.

Aiden percebeu que a cama era pequena demais para um homem daquele tamanho, talvez Isla acabasse por aceitar Lok para sempre e então ele teria um pai de verdade…

Saiu do aposento levando a vela. Ao entrar no quarto, Isla perguntou:

– Onde esteve Aiden?

– Fui ver o meu pai... o Lok é fechar a porta.

– Você sabe que ele não é o seu pai. Cuidado para não sofrer quando ele partir.

Isla falou e beijou a testa do seu filho. Não gostaria que ele conhecesse a dor da perda, mas pelo sorriso fácil que ele tinha com a presença daquele homem, era certo que ele sentiria a falta.

Tocou os seus próprios lábios... ela também sentiria falta quando Lok se fosse. A sua horta estava maior e ele havia plantado muitas variedades de hortaliças. O galinheiro foi consertado, talvez logo o telhado e a cerca pudessem ficar prontos.

Não era um mau negócio ter um homem na cada, o seu filho estava feliz e trabalhos que ela não tinha forças para fazer, eram realizados.

Não que ela gostasse de toda aquela mentira, mas teria as suas vantagens, apenas deveria se manter segura. Para isso, deveria ficar afastada de Lok e procurar evitar ficar sozinha novamente com ele.

Não poderia ter sentimentos por ele, mas o sabor da boca dele ainda estava na sua e a sensação daquelas mãos fortes na sua cintura, não era fácil de se esquecer.

Lembrou-se da boca quente em seu sei@ e de como ele sugava...

Não foi como naquela noite horrível em que foi até mordida, ou como quando o seu filho se alimentava. Era algo diferente, que a fazia querer muito mais.

Sentiu um pulsar entre as pernas que a fez levar travesseiro até o local e pressioná-lo. Devia estar ficando louca!

Aquela tarde havia sido muito diferente das outras, isso tudo era a prova de que ela deveria manter-se distante dele ou logo não poderia mais evitá-lo e o sofrimento seria apenas dela quando ele se fosse.

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